A cada 60 minutos, em média, pelo menos cinco pessoas morrem vítimas de acidente de trânsito no Brasil. Os desastres nas ruas e estradas do País também já deixaram mais de 1,6 milhão de feridos nos últimos dez anos, ao custo direto de quase R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os números foram revelados ontem pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
No Acre, em dez anos houve 8.596 internações. Em 2009, no início da pesquisa, eram 640 feridos em acidentes. Em 2018, o número saltou para 1.025. No Acre, os gastos no período contabilizaram R$ R$12.630.024,49. Só no ano passado, os acidentes provocaram um prejuízo de R$ 923.758,62 aos cofres públicos com internações das vítimas.
Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Tráfego do CFM, José Fernando Vinagre, os dados mostram que os acidentes de trânsito constituem um grave problema de saúde pública e que provoca sobrecarga nos serviços de assistência, em especial nos prontos-socorros e nas alas de internação dos hospitais. “É preciso reconhecer o importante aprimoramento da legislação ao longo dos anos e também o aumento na fiscalização, especialmente após a Lei Seca. No entanto, precisamos avançar nas estratégias para tornar o trânsito brasileiro mais seguro”.
Segundo a pesquisa, a cada hora, em média, cerca de 20 pessoas dão entrada em um hospital público de saúde com ferimento grave decorrente de acidente de transporte terrestre. Outra constatação: quase 80% das vítimas eram do sexo masculino.
CRESCIMENTO
Entre 2009 e 2018, houve um crescimento de 33% na quantidade de internações em todo o País. O pior cenário, proporcionalmente, foi identificado no Tocantins, que saiu das 60 internações, em 2009, para 1.348, no ano passado (aumento de 2.147%). Na sequência aparece Pernambuco, onde o salto foi de 725% na última década.
Segundo o levantamento do CFM, que considerou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, entre 2008 e 2016, houve 1.196 vítimas fatais no Acre