Os promotores alemães indiciaram na segunda-feira três pessoas por um plano de espionagem amplamente divulgado que supostamente incluía planos de sabotagem em território alemão.
Acredita-se que o principal suspeito, Dieter S., seja um veterano de uma milícia pró-Rússia na Ucrâniaque a Alemanha considera uma organização terrorista. O ex-militante estaria supostamente em contato com outro ex-membro da milícia, que também faz parte da inteligência russa.
Alemanha prende mais três suspeitos de espionagem
O objetivo principal era “minar o apoio militar fornecido pela Alemanha à Ucrânia contra a guerra de agressão russa”, segundo o Ministério Público.
Explorando alvos para ataques na Baviera?
Os promotores dizem que S. concordou em cometer ataques explosivos e incendiários contra alvos na Alemanha. A acusação afirma que S. explorou locais que incluíam compostos utilizados pelas Forças Armadas dos EUA, uma estação de carregamento e uma empresa de fabricação de ferramentas. A revista alemã “Der Spiegel” informou que um dos alvos potenciais era a base norte-americana de Grafenwöhr na Baviera, onde soldados ucranianos estão treinado para operar tanques americanos. As autoridades também acreditam que S. concordou em sabotar as linhas ferroviárias utilizadas para o transporte de bens militares.
O principal suspeito teria tirado fotos e vídeos e os repassado ao agente da inteligência russa.
Outras duas pessoas são suspeitas de ajudar S. na trama. Todos os suspeitos têm dupla nacionalidade alemã e russa.
Moscou diz que Alemanha não apresentou provas
A prisão de S. e um de seus supostos cúmplices em abril desencadeou um incidente diplomático entre Moscou e Berlim. A Alemanha convocou o embaixador russo, com o chanceler Olaf Scholz a dizer que o caso mostrava a importância de combater a ameaça de espionagem russa.
“Nunca poderemos aceitar que tais atividades de espionagem ocorram na Alemanha”, disse ele.
Será que os gigantes da defesa da Europa conseguirão unir-se?
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, também comentou o caso em uma postagem online.
“Não permitiremos que Putin leve o seu terror à Alemanha”, disse ela.
Por sua vez, a Embaixada da Rússia em Berlim disse que o lado alemão não conseguiu respaldar as suas alegações de espionagem.
“Não foram apresentadas provas que comprovassem os planos dos detidos ou a sua possível ligação a representantes de estruturas russas”, afirmaram na altura os diplomatas russos.
dj/wd (AFP, dpa)
