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As promessas e as mentiras do governador Tião Viana

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Tião Viana fez promessas específicas em um programa de governo registrado no TSE, em entrevistas e debates. De 25 promessas, Viana cumpriu apenas 1 na íntegra. 3 cumpriu em parte. 21 promessas foram esquecidas. Confira abaixo.

Foto: Agência de Notícias do Acre.



PROMESSAS PARA A ECONOMIA:

  1. Implantar a Ceasa em Cruzeiro do Sul

    Construir um espaço com docas, banheiros, depósitos e outros equipamentos que vão auxiliar na organização, na armazenagem e na comercialização dos produtos agrícolas na cidade. NÃO CUMPRIU.

  2. Ampliar a fábrica de preservativos em Xapuri

    Ampliar a fábrica que já existe em Xapuri, envolvendo maior número de famílias fornecedoras de látex. NÃO CUMPRIU.

  3. Implantar uma fábrica de luvas em Xapuri

    Implantar uma fábrica de luvas para procedimentos não cirúrgicos e luvas para procedimentos cirúrgicos no município de Xapuri, no mesmo terreno em que se encontra instalada a fábrica de preservativos masculinos na cidade. NÃO CUMPRIU.

  4. Implantar uma indústria de fécula em Cruzeiro do Sul

    Instalar uma indústria para a fabricação de fécula (produto extraído das partes subterrâneas comestíveis dos vegetais) no município de Cruzeiro do Sul e, com isso, desenvolver ainda mais a agricultura familiar na região. NÃO CUMPRIU.

  5. Implantar uma indústria de artefatos e derivados de couro em Rio Branco

    Implantar uma indústria de artefatos e derivados de couro em Rio Branco. Com isso, a promessa feita no programa de governo garante geração de emprego e renda e preservação do meio ambiente. NÃO CUMPRIU.

PROMESSAS PARA A EDUCAÇÃO E CULTURA:

  1. Implantar curso de medicina em Cruzeiro do Sul até o fim de 2015

    Abrir um novo curso de medicina no campus Floresta da Universidade Federal do Acred (Ufac), em Cruzeiro do Sul, até o final de 2015. Atualmente, o curso é oferecido apenas no campus de Rio Branco. NÃO CUMPRIU.

  2. Implantar a escola integral na zona rural

    Ofertar educação de tempo integral para as crianças da zona rural com a criação e a adequação dos espaços e ambientes físicos das escolas, fortalecendo os programas de transporte e merenda escolar e construindo propostas pedagógicas adequadas. NÃO CUMPRIU.

PROMESSAS PARA A INFRAESTRUTURA:

  1. Construir ponte entre Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul

    Atualmente, os moradores de Rodrigues Alves conseguem chegar em Cruzeiro do Sul através da balsa ou pela rodovia AC-405. Pela rodovia, são 44 quilômetros de distância entre uma cidade e outra. Com a ponte, os moradores terão acesso direto ao Centro de Cruzeiro do Sul. NÃO CUMPRIU.

  2. Entregar a manutenção da BR-364 ao Dnit

    Fazer a manutenção da BR-364 e garantir qualidade, em especial no trecho entre Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, entregando posteriormente a manutenção da BR para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e para o Ministério do Transporte. CUMPRIU.

  3. Construir o Complexo Industrial Florestal em Tarauacá

    Construir o Complexo Industrial Florestal em Taruacá, que prevê o processamento anual de 100 mil metros cúbicos de madeira em tora, possibilitando o envolvimento de 600 famílias por ano para a produção de madeira serrada, madeira processada (serragens em bitolas especificas, lâminas, compensados e subprodutos de reaproveitamento), entre outros produtos. NÃO CUMPRIU.

  4. Construir rodoviárias em Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó

    Construir terminais rodoviários em Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó. CUMPRIU PARTE.

  5. Construir um miniporto no Rio Caeté

    O Rio Caeté e a principal alternativa de deslocamento para os moradores da Comunidade Boa Esperança. O governo promete a construção de um porto para facilitar o desembarque e depósitos de cargas no rio. NÃO CUMPRIU.

  6. Urbanizar a AC-405 em Cruzeiro do Sul

    A promessa é dotar as vias de drenagem, rede de esgoto e água, calçadas acessíveis, ciclovias, arborização, iluminação e sinalização na estrada do aeroporto da segunda maior cidade do estado. NÃO CUMPRIU.

  7. Construir o Complexo Portuário em Porto Acre

    A promessa visa a construção de um porto na cidade que tenha estrutura para ancoragem de embarcações com iluminação, pátio de manobra de caminhões, depósito de cargas e rampas, além de estruturas de apoio para garantir condições seguras para transbordo de cargas do transporte hidroviário para o transporte rodoviário. NÃO CUMPRIU.

  8. Reconstruir a pavimentação das vias de entrada de Feijó, Tarauacá e Porto Acre

    A promessa é reconstruir pavimento, conceber drenagem, rede de água e esgoto, ciclovias, calçadas, arborização, sinalização e outras ações que tragam conforto e segurança para moradores dos municípios de Feijó, Tarauacá e Porto Acre. CUMPRIU PARTE.

  9. Construir um porto em Cruzeiro do Sul

    Construir um porto em Cruzeiro do Sul. Atualmente, o desembarque é feito em qualquer ponto das margens do Rio Juruá , nas proximidades do centro da cidade, sem estrutura mínima de conforto e segurança. NÃO CUMPRIU.

  10. Construir uma ponte em Rio Branco

    O projeto prevê a construção da Quinta Ponte em Rio Branco, ligando Bairro 15 ao Aeroporto Velho, com urbanização da Boulevard Augusto Monteiro e Av. Nossa Senhora da Conceição (ambas Bairro 15) e Rua Acre (Bairro Aeroporto Velho). A proposta é tentar diluir a concentração de fluxo viário existente na região da Rua Minas Gerais e Av. Ceara. NÃO CUMPRIU.

  11. Urbanizar o Balneário Igarapé Preto em Cruzeiro do Sul

    Revitalizar e urbanizar o mais conhecido espaço de lazer do Vale Juruá, dotando-o de quiosques, banheiro público, iluminação adequada, pátio de estacionamento, restaurantes, postos de observação, quadra de esportes, áreas de banho e outros equipamentos necessários. Atualmente, o espaço conta com bares e sem estruturas para os banhistas. NÃO CUMPRIU.

  12. Construir duas pontes no Alto Acre

    A promessa prevê a construção de uma ponte em Xapuri (no acesso ao Sibéria) e uma ponte em Brasiléia (no anel viário). Essas intervenções devem resolver problemas de isolamento e garantir a fluidez no trânsito. NÃO CUMPRIU.

  13. Construir dois portos no Rio Purus

    Construir dois portos no Rio Purus para garantir o embarque e o desembarque de cargas pesadas, próximos à ponte da BR-364 e ao município de Santa Rosa do Purus. NÃO CUMPRIU.

  14. Construir uma ponte em Rio Branco

    O projeto prevê a construção da Quinta Ponte em Rio Branco, ligando Bairro 15 ao Aeroporto Velho, com urbanização da Boulevard Augusto Monteiro e Av. Nossa Senhora da Conceição (ambas Bairro 15) e Rua Acre (Bairro Aeroporto Velho). A proposta é tentar diluir a concentração de fluxo viário existente na região da Rua Minas Gerais e Av. Ceara. NÃO CUMPRIU.

PROMESSAS PARA A SAÚDE:

  1. Implantar o programa Bolsa Parteira

    Implantar o programa Bolsa Parteira, que contempla inicialmente quatro municípios: Marechal Thaumaturgo, Jordão, Santa Rosa do Purus e Porto Walter. NÃO CUMPRIU.

PROMESSAS PARA A SEGURANÇA PÚBLICA

  1. Instalar a Central de Penas Alternativas

    Criar uma central de penas alternativas para que pessoas que cometem crimes de pequeno poder ofensivo não sejam privadas de liberdade, podendo desenvolver atividades definidas pela Justiça. O objetivo é oferecer um processo de reintegração social comunitária assistida. NÃO CUMPRIU.

  2. Criar a 6ª Regional em Rio Branco

    A criação da Delegacia de Polícia Civil da 6ª Regional foi proposta devido à construção do complexo residencial ‘Cidade do Povo’, que receberá em torno de 10 mil famílias. Segundo a promessa, essa unidade de polícia seguirá os padrões e modelos das demais delegacias com a finalidade de executar a política governamental de segurança destinada a garantir a ordem pública, prevenindo e reprimindo a criminalidade, garantindo o cumprimento da lei e permitindo a execução de um novo modelo adotado de integração e polícia comunitária. NÃO CUMPRIU.

  3. Reformar o presídio estadual Francisco D’Oliveira Conde

    Reformar o presídio e reduzir o déficit de vagas, que, segundo a Vara de Execuções Penais, é de 2 mil lugares. Com o presídio parcialmente interditado, o governo promete melhores condições de salubridade e habitabilidade ao preso, com ênfase ao fortalecimento da gestão prisional, garante também espaços destinados aos servidores. CUMPRIU PARTE.

PROMESSAS PARA O TURISMO:

  1. Implantar o Parque Ecológico da Serra do Divisor

    Implantar uma trilha de caminhada para apreciação das belezas cênicas existentes do Parque Nacional da Serra do Divisor, com infraestrutura de apoio que contemple as atividades do turismo de aventura, turismo vivencial e turismo de observação de fauna e flora. Atualmente, a área é visitada por turistas, mas não há uma estrutura dentro da serra para isso. NÃO CUMPRIU.

Com informações: G1Acre.

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Equipe do TJAC apresenta projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para colégios de Cruzeiro do Sul

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Planos de trabalho estão sendo desenvolvidos com as seis unidades escolares públicas selecionadas para participar da iniciativa  

A equipe do Núcleo Permanente de Justiça Restaurativa (NUPJR) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou na última quinta-feira, 11, no auditório do Núcleo da Secretaria de Educação do Acre, uma palestra de apresentação do projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para as diretoras e diretores dos colégios de Cruzeiro do Sul que farão parte desta iniciativa.



Segundo a servidora do NUPJR, Mirlene Taumaturgo, a ação além de atender ao Termo de Cooperação estabelecido entre o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), oportuniza o cultivo de habilidades resolutiva dentro da comunidade escolar, relevante para solução de pequenos conflitos.

Nesta primeira edição do projeto na cidade de Cruzeiro do Sul, foram selecionadas para participar as escolas públicas: Dom Henrique Ruth, Professor Flodoardo Cabral, João Kubitschek, Absolon Moreira, Craveiro Costa e Professora Quita. 

Diálogo entre servidores 

Durante a estadia em Cruzeiro do Sul, a equipe do NUPJR dialogou sobre o impacto positivo da implementação de competências da justiça restaurativa no ambiente de trabalho, com as servidoras da comarca de Cruzeiro do Sul, Rozélia Moura e Rasmilda Melo, ambas integrantes do curso de formação em justiça restaurativa voltado para o Judiciário.   

 

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MPAC e Polícia Militar cumprem mandados judiciais contra investigados por ameaça a desembargador

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Promotoria Criminal de Feijó, em conjunto com a Polícia Militar do Acre (PMAC), deflagrou nesta quarta-feira, 17, a “Operação Algar”, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra dois investigados no município de Feijó.

A operação faz parte do procedimento de investigação criminal instaurado pelo MPAC para apurar a prática do crime de ameaça perpetrado contra um desembargador do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Durante as buscas, foram apreendidas duas armas de fogo além de celulares e mídias.



Conforme informações contidas nos autos, a ameaça ocorreu em decorrência da atividade jurisdicional do desembargador no julgamento que gerou a inelegibilidade de um ex-prefeito do município.

Considerando a necessidade de aprofundar as investigações, especialmente na identificação de possíveis coautores da ameaça, o MPAC solicitou o afastamento da garantia à inviolabilidade da intimidade e do domicílio, conseguindo a expedição do mandado de busca e apreensão, com autorização para acessar dispositivos eletrônicos móveis, bem como a suspensão da posse e porte de arma dos investigados, apontados como o autor direto e mandante da ameaça, e seu irmão, apontado como possível executor.

O nome da Operação Algar faz referência ao sinônimo da palavra “cova”, pois no contexto da ameaça, foi mencionado que o desembargador seria levado “para o buraco”.

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Embrapa do Acre alerta para o surto da mandarová, lagarta que é a maior ameaça à cultura da macaxeira no estado

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O maior inimigo da cultura da macaxeira no Acre, uma atividade estratégica para a economia do Estado, tem nome, é bem pequena, mas tem um poder devastador.

A mandarová, uma lagarta que é capaz de destruir plantações inteiras em poucos dias. O combate aquela que é considerada hoje o maior inseto-praga das plantações de macaxeira é um desafio para diminuir o surto que, conforme registros da Embrapa, chegou ao Acre pela primeira vez em 1980.



Em um artigo, o biólogo Rodrigo Souza Santos, doutor em Entomologia Agrícola e pesquisador da Embrapa Acre, alerta sobre os cuidados necessários para evitar a destruição dos plantios pela lagarta. As orientações vão desde o uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, que podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área, até a catação manual e até a produção de um inseticida biológico, produzido a partir das próprias lagartas mortas, que pode ser “fabricado” pelos próprios produtores rurais.

Leia o artigo abaixo na íntegra:

Surto populacional de insetos: o caso do mandarová-da-mandioca no Vale do Juruá

A mesorregião do Vale do Juruá corresponde a oito municípios do estado do Acre (Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão), com área de 85.448 km² e população aproximada de 250 mil habitantes. A farinha de mandioca desempenha importante papel socioeconômico para as populações rurais acreanas, especialmente do Vale do Juruá. Além de gerar trabalho e renda no campo, é componente básico da dieta alimentar de grande parte das famílias. Em 2018, a tradicional farinha produzida em Cruzeiro do Sul entrou para a lista de produtos com selo de indicação geográfica, que atesta sua procedência e qualidade.

A produção de mandioca é uma atividade estratégica para a economia acreana, mas, como toda cultura agrícola, enfrenta entraves que podem representar ameaça ao fortalecimento desse arranjo produtivo local, destacando-se a incidência de pragas. Atualmente os insetos-praga associados ao cultivo da mandioca no estado do Acre são: a mosca-das-galhas [Jatrophobia brasiliensis (Rüebsaamen)], mosca-branca [Bemisia tabaci (Genn.)], percevejos-de-renda [Vatiga manihotae (Drake), Vatiga illudens (Drake) e Gargaphia opima (Drake)], formigas-cortadeiras [Atta spp. e Acromyrmex sp.], broca-da-haste [Sternocoelus sp.] e o mandarová-da-mandioca [Erinnyis ello (L.)]. Esse último é considerado o inseto-praga mais importante da cultura, devido aos danos que provoca em altas infestações.

O mandarová-da-mandioca, conhecido como “gervão”, “mandarová”, “mandruvá” ou “lagarta-da-mandioca”, é uma mariposa (ordem Lepidoptera) com 90 mm de envergadura, coloração acinzentada e faixas pretas no abdome. As asas anteriores são de coloração cinza e as posteriores são vermelhas com bordos pretos. Na fase jovem, os insetos causam danos às suas plantas hospedeiras, visto que as lagartas são herbívoras vorazes, podendo consumir até 12 folhas bem desenvolvidas em 15 dias. Por outro lado, quando adultos, se alimentam de néctar e não causam danos à cultura.

Todo inseto herbívoro é classificado como praga a partir de seu nível populacional e nível de dano que provoca na planta hospedeira. No estado do Acre, frequentemente são registrados surtos do mandarová em plantios de mandioca, especialmente na região do Vale do Juruá, mas também já houve registro de surto populacional desse inseto-praga em cultivos de seringueira. Entretanto, o mandarová é um inseto polífago, podendo se alimentar de mais de 35 espécies de plantas.

Um surto populacional de insetos é um evento de alta complexidade, determinado por diversos fatores (bióticos e/ou abióticos) interligados, extremamente difícil de se prever. No entanto, algumas situações certamente contribuem para ocorrência desse evento, tais como: 1) monocultivo – sistema de produção que simplifica o ecossistema e permite aos insetos acessarem grande quantidade de recurso alimentar, geralmente em plantas com baixa diversidade genética; 2) temperatura, luminosidade, umidade e precipitação – os insetos necessitam de condições abióticas ótimas para se desenvolverem e reproduzirem; 3) controle biológico natural – os inimigos naturais (predadores, parasitoides e entomopatógenos) são responsáveis pela regulação de populações de insetos herbívoros em condições naturais. Assim, a ausência de inimigos naturais permite que os herbívoros se proliferem mais rapidamente; e 4) potencial biótico do inseto-praga – cada espécie de inseto possui uma capacidade máxima de reprodução, que é determinada, dentre outros fatores, pela duração de seu ciclo de vida e tamanho da sua prole, em condições ideais.

A literatura aponta que o primeiro surto do mandarová em cultivo de mandioca no Acre ocorreu em 1980, seguido de outros dois em 1993 e 1998, com perdas de até 60% na produção. Posteriormente, datam surtos de menor magnitude em 2002 e 2007, e surtos mais recentes na região do Vale do Juruá, registrados em 2019, na Terra Indígena Carapanã, localizada à margem do Rio Tarauacá, e em 2023, em propriedades rurais de Cruzeiro do Sul. Em 2014 foram registrados surtos do mandarová em seringais comerciais de sete municípios acreanos.

A catação manual, com eliminação das lagartas por esmagamento ou corte com tesoura, é recomendada para cultivos de mandioca de até 2 ha. A eliminação de plantas invasoras hospedeiras à praga, presentes na plantação ou em suas imediações é outra alternativa para minimizar os riscos de surtos. No que tange ao controle químico, atualmente 22 produtos estão registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária para o controle do mandarová na cultura da mandioca. É importante ressaltar que a aquisição e utilização de qualquer inseticida devem ser recomendadas por um engenheiro-agrônomo, seguindo-se o receituário agronômico apropriado, além da observância quanto ao uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Existem insetos predadores e parasitoides associados ao mandarová atuando no controle biológico do inseto em campo. No entanto, o principal agente de controle biológico natural é o Baculovirus erinnyis, um vírus específico do inseto, que não causa danos em humanos. Aproximadamente 4 dias após a ingestão do vírus pelas lagartas surgem os primeiros sintomas de infecção no organismo do inseto (descoloração da lagarta, perda dos movimentos e da capacidade de se alimentar). No estágio final da infecção, as lagartas morrem e ficam dependuradas nos pecíolos das folhas.

Para produção desse inseticida biológico, lagartas recém-mortas são coletadas e maceradas com uso de aproximadamente 5 mL de água pura. Essa mistura deve ser coada em um pano fino e limpo, resultando em um líquido viscoso que pode ser acondicionado em embalagem plástica tipo “sacolé” e congelado por prazo indefinido. Para ser utilizado, o produto deve ser descongelado e diluído em água limpa, na proporção de 100 mL do extrato por hectare, para pulverização no campo. O uso do baculovírus pode controlar até 98% das lagartas nos primeiros 3 dias após a aplicação, quando realizada em lagartas jovens, entre o primeiro e terceiro instar (até aproximadamente 3 cm de comprimento).

Rodrigo Souza Santos é Biólogo, doutor em Entomologia Agrícola, pesquisador da Embrapa Acre, Rio Branco, AC

Fotos: Embrapa/AC.

O monitoramento do cultivo é essencial para a tomada de decisão sobre a época e formas de controle do mandarová. Armadilhas atrativas, com uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área.

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