Moçambique O líder da oposição Venâncio Mondlane regressou do exílio auto-imposto na quinta-feira, com milhares de pessoas reunindo-se para o receber no aeroporto de Maputo.
Mondlande disse que agora irá insistir na sua afirmação de que foi o verdadeiro vencedor de um Pesquisa presidencial de 9 de outubro, que ele diz ter sido fraudado em favor do vencedor, Daniel Chapo, do partido no poder, Frelimo.
Testemunhas da Reuters e da AFP relataram incidentes de violência policial contra as multidões na área quando Mondlande regressou, com atiradores a disparar e as forças de segurança a utilizarem gás lacrimogéneo.
“Estou aqui em carne e osso para dizer que se quiserem negociar… estou aqui”, disse Mondlane, 50 anos, aos jornalistas numa mensagem ao governo.
A crise política de Moçambique agrava-se
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Violência pós-eleitoral
Mondlane foi para o exílio depois do seu advogado ter sido assassinado em 19 de Outubro, mas continuou a realizar comícios online ao vivo nas redes sociais que foram assistidos por milhares de pessoas.
Ele apelou aos seus apoiantes para que saíssem mais uma vez às ruas para protestar contra os resultados das eleições, que vários observadores disseram que não eram nem livres nem justos.
Tanto o seu regresso – e potencial prisão – como a tomada de posse de Chapo, 48 anos, na próxima semana poderão atiçar as chamas da crise política em Moçambique.
As eleições de Outubro já desencadeou meses de manifestações em que quase 300 pessoas acredita-se que tenham sido mortos.
Regra longa
Muitos jovens moçambicanos desejam ardentemente uma mudança política depois de 50 anos sob o governo da Frelimo, que governa Moçambique desde o fim da guerra contra o domínio colonial português em 1975.
A agitação causou grandes perdas à economia de Moçambique, perturbando nomeadamente o comércio transfronteiriço com a vizinha África do Sul.
Há relatos de que milhares de pessoas têm fugiu para o Malawi e Eswatini no meio da violência.
tj/lo (AFP, Reuters)