Ícone do site Acre Notícias

Bioma Amazônia é tema de revista internacional

Em janeiro deste ano, a Revista de Estudios Brasileños publicou um número especial dedicado ao Bioma Amazônia, coordenado pelo Prof. Dr. Jacques Marcovitch (USP) e o Dr. Adalberto Luis Val (INPA).

Os artigos publicados têm dois objetivos fundamentais: oferecer reflexões sobre a história e os desafios atuais e futuros da região amazônica brasileira; e, inspirar novos estudos e pesquisas que contribuam para o seu conhecimento.

Bioma Amazônia ainda apresenta uma entrevista, realizada pelos coordenadores do número, com o cientista Thomas Lovejoy, que cunhou o termo biological diversity.

O número Bioma Amazônia está disponível para consulta e download na plataforma de revistas da Editora da Universidade de Salamanca. Link [http://revistas.usal.es/index.php/2386-4540/issue/view/REB2019611/showToc].

Revista de Estudios Brasileños é uma publicação semestral, em suporte digital, resultado da colaboração acadêmcia entre a Universidade de São Paulo e a Universidade de Salamanca (Espanha). Atualmente está aberta a chamda para artigos para o número 14 da revista, previsto para janeiro de 2020.

REB também recebe propostas de coordenação de dossiê e entrevistas.

Apresentação do número Bioma Amazônia

Revista de Estudios Brasileños da Universidade de Salamanca, no marco dos 800 anos da instituição, publica em janeiro de 2019, um dossiê sobre a Amazônia e seus desafios. A publicação reúne onze ensaios acadêmicos, uma entrevista com o cientista Thomas Lovejoy e quatro resenhas focadas em obras de referência na literatura ambiental. Esta publicação enfatiza, em seus conteúdos, a relevância transcontinental do grande bioma. Dá-se em suas páginas um encontro de respeitados especialistas, ecoando um discurso fundamentado em métricas rigorosas e não em proselitismos que permeavam a retórica do ambientalismo.

O que se vai ler é uma aula pública, ministrada por pessoas que tornaram a Amazônia o objetivo basilar de suas pesquisas e projetos de vida. Os organizadores da obra recomendam aos governos dos oito países amazônicos uma gestão compartilhada, que leve em conta o alerta emitido por dois cidadãos do mundo, um deles entrevistado no dossiê, e o outro, um brasileiro, o eminente pesquisador Carlos Nobre: se o desmatamento na região superar os 20% da vegetação original, a Amazônia simplesmente deixará de ser floresta.

O bioma encontra-se numa situação-limite em sua capacidade para reciclar os recursos hídricos, por meio da evaporação e transpiração das árvores e suas moléculas orgânicas. Este processo, importante na condensação das nuvens da chuva, dá-se nos períodos de falta de água em várias áreas do nosso continente. A Amazônia, por assim dizer, “exporta” a umidade produzida na floresta. Falamos, portanto, de uma região notoriamente solidária em questões ambientais, o que sempre aguça o interesse e o poder de observação dos cientistas.

No dossiê “Bioma Amazônia e seus desafios” há uma boa mostra do que se faz e do que ainda pode ser feito na região em análise. Qualquer abordagem sobre governança ambiental, preservação de florestas ou recuperação de solos terá, necessariamente, que atribuir centralidade ao papel da Amazônia, tomada esta em sua completude, como bioma único, apesar de geograficamente localizado em oito países. Isto quer dizer que o enfrentamento de seus desafios no contexto das mudanças climáticas exige uma estratégia convergente dos Estados nacionais que compartilham sua imensa biodiversidade, gigantescos estoques de carbono, benefícios ecossistêmicos e também os riscos inerentes à sua grandeza.

O melhor guia para estas ações combinadas está nos conteúdos das Contribuições Nacionalmente Determinadas (CNDs) firmadas no Acordo Global do Clima e nas metas da Agenda 2030 agrupadas em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O cumprimento integral das metas apontadas nesses documentos representará, perante o mundo, um certificado inquestionável de boa gestão ambiental nos países amazônicos.

A Amazônia é uma das áreas mais estudadas pelos especialistas em todo o mundo. Representa a segurança ambiental do planeta e pode sediar notáveis experiências com a biotecnologia. Pelas razões preliminarmente expostas e aprofundadas neste dossiê configura-se como a região mais simbólica da Economia Verde – que pode vir a ser a mais benéfica e fecunda revolução do nosso tempo. 

Sair da versão mobile