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AMAZÔNIA

Bolsonaro destruirá a Amazônia ?

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A Amazônia no bolso.

Bolsonaro na Presidência pode levar a processo irreversível de derrubada da floresta amazônica.

Na foto de capa: Presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro concede entrevista ao Jornal Nacional. 08.out.2018. Reprodução. TV Globo.

Nunca imaginei que veria a ditadura militar (1964-1985) cair, nem o Muro de Berlim, nem as Torres Gêmeas de Nova York. É fácil imaginar, porém, que um processo irreversível de derrubada da floresta amazônica tenha início com a ascensão de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência.



Nem é bom lembrar tudo o mais que o país acabará perdendo caso as intenções de voto apuradas em pesquisas se confirmem nas urnas. Gente mais competente já falou e escreveu sobre isso –e de nada adiantou.

Caminhões com toras de madeira extraídas ilegalmente apreendidas pelo IBAMA na região de Novo Progresso (PA)
Caminhões com toras de madeira extraídas ilegalmente apreendidas pelo IBAMA na região de Novo Progresso (PA) – Lalo de Almeida/Folhapress.

Melhor manter o foco no nicho ecológico do jornalismo de ciência e ambiente, habitat ora em risco de extinção. Quem não ficar de cabelos em pé com o que vem para frente –ou abaixo– está desinformado, mal-intencionado ou só sabe do que vê em grupos de WhatsApp.

Bolsonaro e seu bando deixaram claro qual é o programa antiecológico. Acabar com o Ministério do Meio Ambiente, garrotear Ibama e ICMBio e pô-los sob a pata dos bois num Ministério do Agro é Tudo sob o comando da UDR? Só o começo.

Dá medo pensar no que pode fazer com a Funai. Mais terra para índios indolentes, como diria o general Mourão? Fora de cogitação. Antes vender as que já existem.

Voltamos 30 anos no tempo, quando se dizia que terras indígenas iriam criar países independentes encravados no solo nacional. Ou que a criação de unidades de conservação levaria à perda de soberania num “Território Internacional Anteriormente Conhecido como Amazônia Brasileira” –o espantalho do “corredor ecológico” de milhões de quilômetros quadrados reconstruído por Bolsonaro.

A diferença: hoje muito mais gente, milhões de pessoas, parece acreditar nessas asneiras da direita mais tacanha. Ou quer acreditar. Escolheu acreditar.

Na semana em que o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, em inglês) publicou novo relatório alertando governos de que podem restar menos de duas décadas para evitar o pior do aquecimento global, em que o Nobel de Economia foi para estudiosos do impacto da transição climática e em que o furacão Michael castigou a Flórida, o que faz o mitômano?

Reafirma que vai tirar o Brasil do Acordo de Paris. Só falta dizer que o aquecimento global é uma farsa montada pelos chineses (vai ver já disse, e nós não ficamos sabendo porque estamos fora da bolha dos grupos de mensagem que lhe dão suporte).

Não tenham dúvida de que toda essa baboseira irresponsável será entendida nos grotões da Amazônia como senha para ligar as motosserras, esticar os correntões, recarregar as armas e sair à caça de posseiros, índios e quilombolas. O infame videogame em que negros e mulheres são atropelados por caminhoneiros não é só brincadeira, revela um sintoma.

Espantoso é que gerentes do mercado de capitais, de bancos e do capitalismo dito moderno, desses vegetarianos que gostam de andar de bicicleta na avenida Faria Lima e doar para ONGs para ajudar o ambiente, estejam apoiando Bolsonaro. Qual parte do que ele e seus generais falam essa gente não entende?

Cerca de 20% da floresta amazônica já foi ao chão, e pesquisas sérias estimam que a derrubada de outro tanto pode enveredá-la num caminho sem volta, numa espiral de ressecamento conhecida como “die-back”. Sem mencionar o recrudescimento dos conflitos sociais e fundiários.

O capitão reformado no Planalto, tomando o que diz por seu valor de face, está pronto para acender esses rastilhos. Se o pior acontecer na Amazônia, o pessoal da Faria Lima terá as mãos sujas de sangue e de cinzas.

Marcelo Leite

Jornalista especializado em ciência e ambiente, autor de “Ciência – Use com Cuidado”. Folha SP.

ACRE

Deslizamentos de terra, filas para conseguir alimento e moradores sem casa: como está a situação no AC após cheia histórica

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Capital estima prejuízo de R$ 200 milhões e recuperação pode levar até um ano. Em Brasiléia e Rio Branco, mais de 200 pessoas não têm mais casa para voltar.

Deslizamentos de terra, casas arrastadas pelo Rio Acre, famílias desabrigadas e filas quilométricas para conseguir uma cesta básica. Estas são algumas das dificuldades vivenciadas pelos atingidos pela cheia do Rio Acre que buscam recomeçar após a baixa das águas.

Há mais de 10 dias, o manancial atingia uma marca histórica que impactou a vida de mais de 70 mil rio-branquenses. Os efeitos dessa enchente, no entanto, continuam a afetar a população.

👉 Contexto: o Rio Acre ficou mais de uma semana acima dos 17 metros e alcançou o maior nível do ano, de 17,89 metros, no dia 6 de março, há mais uma semana. Essa foi a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros, em 2015.

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ACRE

Acre tem mais de 120 vagas de emprego nesta segunda-feira; confira as oportunidades

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O Sistema Nacional de Emprego do Acre (Sine) divulga 123 vagas de emprego para diversas áreas nesta segunda-feira (18) em Rio Branco.

Para se candidatar às vagas, que podem ser rotativas, os candidatos devem ter um cadastro no Sine. Para fazer, é preciso levar Carteira de Trabalho, comprovante de endereço e escolaridade, RG/CPF e título de eleitor para realizar o cadastro.



O atendimento ocorre por telefone, onde o Sine fornece mais informações sobre as oportunidades divulgadas. Para conferir se as vagas ainda estão disponíveis, basta entrar em contato através dos telefones 0800 647 8182 ou (68) 3224-5094.

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ACRE

Cerca de 100 famílias que perderam suas casas após cheia do Rio Acre já podem buscar aluguel social

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Pelo menos 100 famílias que estão abrigadas no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, por não ter para onde ir após a cheia do Rio Acre, já estão autorizadas a procurar casas para alugar e serem contempladas com o aluguel social. O subsídio será liberado pela Defesa Civil Municipal para pessoas que tiveram suas casas destruídas ou condenadas pela enchente.

👉 Contexto: O Rio Acre ultrapassou a cota de transbordo, que é 14 metros, dia 23 de fevereiro. Já no dia 29 do mesmo mês, seis dias depois, o manancial atingiu a marca de 17 metros e permaneceu acima da marcação até o dia 8 de março, quando baixou para 16,59 metros.



No dia 6 de março, o manancial alcançou a maior cota do ano – 17,89 metros. A cheia deste ano foi a segunda maior da história desde que a medição começou a ser feita em 1971. A maior cota já registrada é de 18,40 metros em 2015. À época, mais de 100 mil pessoas foram atingidas pela cheia.

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