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Brasileira nos EUA conta como é trabalhar para trumpistas – 05/02/2025 – Mundo

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Brasileira nos EUA conta como é trabalhar para trumpistas - 05/02/2025 - Mundo

Giulia Granchi

Há sete anos, a brasileira Tamires* migrou para os Estados Unidos em busca não apenas de prosperidade financeira, mas também de novas experiências —e de melhores oportunidades para seu filho adolescente.

“Meu objetivo nunca foi ficar rica. Para mim, era mais sobre oportunidades, por exemplo a de aprender outro idioma, algo que eu já havia tentado antes. E realmente consegui. Hoje, além do português, falo inglês e espanhol. Isso amplia muito a visão de mundo”, afirma ela.

Administradora de formação, ela deixou seu trabalho em uma multinacional brasileira e seguiu para os EUA com um visto de turista. Com o passar dos anos, foi pedindo renovações, e a última venceu há três anos. Mesmo sem direito para residir, Tamires conta que nunca precisou restringir suas atividades.

“Consigo levar uma vida relativamente normal aqui. Tenho carro, carteira de motorista, uma casa e acesso a diversos serviços”, conta.

Hoje, em Nova York, ela trabalha na área financeira, além de fazer alguns serviços como personal organizer e atuar como babá. “Como muitos imigrantes, faço de tudo um pouco por aqui”, afirma.

Mas, com o início de um novo governo do republicando Donald Trump e suas promessas para deportar imigrantes ilegais, Tamires e muitos da comunidade brasileira da qual faz parte sentiram o ‘clima de normalidade’ mudar.

Para ela, em especial, o trabalho como babá se tornou mais sensível por trabalhar para americanos que apoiaram a campanha de Trump e as posições conservadoras do atual presidente.

Patrões trumpistas

Embora não conversem diretamente com Tamires sobre política, a brasileira conta que as posições sempre foram muito discutidas entre o casal para o qual trabalha.

“O pai da família é mais vocal —tem bonés e camisetas que mostram seu apoio ao Trump. Ele também faz comentários racistas e xenofóbicos. Minha irmã, que antes também trabalhava para eles, foi chamada de ‘preta’ e ‘latina’ de uma forma pejorativa quando eles tiveram uma discussão”, diz ela.

Tamires relata que recentemente ouviu a patroa dizer que só concorda com a deportação de criminosos, mas que o marido dela discordou, dizendo que todos em situação ilegal deveriam sair do país. Por medo, ela não contou ao casal que seu visto havia expirado.

“Fiquei triste e pensei no meu filho, que conviveu muito com eles enquanto crescia, e que seria tirado da escola e do que conhece como vida se isso acontecesse”, afirma. “Meu visto ainda estava válido quando comecei a trabalhar, e eles têm uma cópia do meu passaporte em casa porque viajamos juntos. Já vi várias vezes pessoas sendo denunciadas aqui, até pelos próprios ex-chefes, muitas vezes por se sentirem ofendidos ou acharem que houve alguma deslealdade. Por isso, não me sinto segura em contar.”

Segundo ela, todos que trabalham para eles são migrantes. “Você vê claramente, especialmente o homem, tratando as pessoas como se ele estivesse em uma posição superior.”

Por outro lado, Tamires conta que ele parece ter orgulho de ter contratado uma babá brasileira. “Ele tira fotos dos pratos que eu faço e manda nos grupos de amigos, contando que os filhos comem comida brasileira. Então nunca teve nada ofensivo pessoalmente para mim, sabe?”, afirma.

Apesar de se sentir desconfortável em algumas situações, Tamires diz que não pensa em deixar o trabalho. “Eu tenho cuidado porque é uma família boa para mim, que valoriza o meu trabalho e me recompensa muito bem financeiramente. Além disso, tenho um vínculo afetivo com as crianças e uma boa relação especialmente com a mãe”, diz.

Ela acredita que os planos de deportação anunciados por Trump não serão levados a cabo.

“Essa situação pode prejudicar quem está aqui. As pessoas estão preocupadas com a deportação, mas e depois? Como fica a vida aqui? Quem vai manter os negócios funcionando? Quem vai cuidar das crianças, cozinhar, limpar? Uma amiga minha comentou: ‘Agora vai faltar muito trabalho’. Eu perguntei: ‘Para quem?’. Porque não vai ter gente para fazer esse trabalho. O americano não quer fazer, e os imigrantes que já têm documentos também não estão dispostos a ocupar esses postos”, diz Tamires.

Sentimento de pânico

No seu outro serviço, porém, onde tem um cargo na área financeira, Tamires deixou de comparecer pessoalmente.

“Tenho trabalhado de casa porque sei que há outros migrantes ilegais na empresa. Alguns nem passaporte ou certidão de nascimento trouxeram, o que dificulta até conseguir uma identificação oficial. Tenho medo que aconteça uma batida”, diz.

Ela faz parte da liderança de um grupo de brasileiros nos EUA que serve para trocas de dicas, experiências e oportunidades de trabalho, e tem percebido o comportamento daqueles que não estão em situação legal mudar.

“Está todo mundo com medo. Recebo dezenas de mensagens de pessoas angustiadas, fazendo as mesmas perguntas. Querem saber se devem deixar o país caso a extensão do visto seja negada, se a mudança de status pode ser cancelada ou se seria melhor simplesmente recomeçar a vida no Brasil”, conta ela.

“Passo o dia orientando como posso, encaminhando informações sobre advogados, igrejas que oferecem apoio e serviços gratuitos. Mas essa é uma questão muito séria, uma questão de sobrevivência para muitos”, diz ela, descrevendo que o relato dos voos com imigrantes ilegais algemados e agredidos causa ainda mais pânico.

“Algumas notícias aumentam a gravidade das coisas, e eu tento tranquilizar as pessoas: ‘Não é bem assim, não tem ninguém batendo na porta para levar a gente’. Mas, ao mesmo tempo, reconheço que a situação está tensa”, continua.

Tamires também relata ter medo de perder acesso a serviços porque não tem mais um número de seguridade social, que é um registro essencial para trabalhar legalmente, acessar benefícios públicos e realizar diversas operações financeiras nos EUA.

“Estão tentando barrar planos de saúde para quem não tem número de seguridade social. Se isso acontecer, mesmo Nova York sendo uma cidade-santuário, posso perder meu plano de saúde e o do meu filho”, diz ela.

As “cidades-santuário” são algumas daquelas com grande presença de migrantes sem documentos que têm políticas locais mais favoráveis à migração do que outras partes do país. Além de Nova York, Los Angeles, Houston, Chicago e Atlanta são alguns exemplos que se autodenominam com o título.

“Também tenho medo de não poder dirigir, algo que é essencial para os meus trabalhos. A partir de maio, só será possível viajar com carteira de motorista se ela for do tipo “Real ID”, que exige número de seguridade social. Como não tenho, precisarei de passaporte válido para viagens internas, o que gera preocupação. Se me pararem, pode levantar questionamentos sobre minha situação imigratória”, afirma.

Tamires teme que as deportações causem um impacto econômico grave. “Preciso começar a pensar em um plano B, porque essa situação não vai ser sustentável por muito tempo”, conta.

Segundo ela, é comum haver tensão no início de um governo, mas o anterior não alimentava o discurso de ódio como o atual. “Ele espalha medo, uma estratégia recorrente em governos de extrema-direita no mundo todo. O ódio se propaga e dá a qualquer pessoa na rua a sensação de que pode te xingar ou mandar você embora”, afirma.

Ela mesma já foi alvo de insultos no trânsito e ouviu que deveria falar inglês por estar “no país deles”. Ao mesmo tempo, também encontrou acolhimento.

“Dependendo de como as coisas evoluírem, preciso refletir até que ponto os EUA ainda são um lugar bom para mim. Qualquer coisa é melhor do que viver com esse medo constante”, afirma.

Esta reportagem foi publicada originalmente aqui.



Leia Mais: Folha

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O Canadá detecta a campanha ligada à China, direcionada a Freeland-DW-02/02/2025

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O Canadá detecta a campanha ligada à China, direcionada a Freeland-DW-02/02/2025

UM canadenseA Força -Tarefa, que rastreia suspeita de interferência estrangeira, disse na sexta -feira que havia detectado “atividade coordenada e maliciosa” originária de ChinaVisando Chrystia Freeland – um candidato de liderança do Partido Liberal do país.

Freeland está atualmente em disputa para substituir o primeiro -ministro Justin Trudeau, em 9 de março.

Campanha direcionada a Freeland rastreada para a conta do WeChat

A atividade supostamente foi atribuída a uma conta do WeChat vinculada ao governo chinês, disseram o mecanismo de resposta rápida do Canadá em um comunicado à imprensa.

O departamento deve monitorar o ecossistema de informações digitais sob as ameaças de segurança e inteligência às eleições (site) da força -tarefa.

“O lançamento desta operação de informação foi atribuído à conta de notícias mais popular do WeChat – um blog anônimo que já foi vinculado por especialistas no China Digital Times à República Popular da China”, disse o comunicado.

“A RRM Canadá identificou mais de 30 contas de notícias do WeChat participando da campanha. A campanha recebeu níveis muito altos de engajamento e opiniões”.

A embaixada da China em Ottawa não respondeu imediatamente às alegações, mas Pequim negou repetidamente tentar interferir nos assuntos canadenses.

O departamento já havia informado o Partido Liberal e membros da equipe de campanha de Freeland.

Não é a primeira vez

As descobertas do site adicionam alegações anteriores que Ottawa fez contra a China em relação à intromissão nas eleições.

Só em janeiro, um oficial investigação alegou que a China tentou se intrometer nas eleições canadenses anteriores, mas suas tentativas não afetaram o resultado.

A mesma investigação descobriu que a China via o Canadá como uma meta de alta prioridade e era a parte estrangeira mais ativa direcionada a todos os níveis do governo.

Como Freeland respondeu?

Em um post na plataforma de mídia social X, Freeland disse que “não ficará intimidada por interferência estrangeira chinesa”.

“Tendo passado anos enfrentando regimes autoritários, conheço em primeira mão a importância de defender nossas liberdades. A democracia do Canadá é forte. Meus agradecimentos às nossas agências de segurança nacional por protegê -la”, escreveu ela.

Anteriormente Ministro das Finanças do Canadá, Freeland renunciou abruptamente Em dezembro, forçando Trudeau a anunciar sua demissão como primeiro -ministro e líder do Partido Liberal.

Trudeau ainda está no papel principal do país até que um novo líder do Partido Liberal seja escolhido em 9 de março.

Por que o Canadá acha que a Índia está por trás do líder sikh matando

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Critics Choice: Ainda Estou Aqui perde filme internacional – 07/02/2025 – Ilustrada

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Critics Choice: Ainda Estou Aqui perde filme internacional - 07/02/2025 - Ilustrada

Ainda Estou Aqui“, de Walter Salles, perdeu o Critics Choice de melhor filme internacional nesta sexta-feira (7). A premiação acontece em Santa Monica, nos Estados Unidos.

O longa-metragem com Fernanda Torres foi derrotado por “Emília Peréz”.

A votação da premiação aconteceu antes das controvérsias envolvendo a atriz Karla Sofía Gascón, protagonista da produção francesa, que teve uma série de publicações preconceituosas nas redes sociais revividas nos últimos dias.

Também concorriam na categoria de filme internacional o indiano “Tudo que Imaginamos Como Luz”, de Payal Kapadia; a animação letoniana “Flow”, de Glints Zilbalodis; o irlandês “Kneecap”, de Rich Peppiatt; e o alemão “A Semente do Fruto Sagrado”, do iraniano Mohammad Rasoulouf.

O Critics Choice é considerado um termômetro do Oscar, ainda que a sua base de votantes não coincida com a do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas —a premiação conta com jornalistas e críticos de cinema.

No Oscar, “Ainda Estou Aqui” concorre nas categorias de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, este último para Fernanda Torres.



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O reinado de Bashar al-Assad ou a estratégia do caos

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O reinado de Bashar al-Assad ou a estratégia do caos

Com a morte de Hafez al-Assad, em junho de 2000, pôsteres à imagem do Patriarca e de seus dois filhos mais velhos, Bassel, o herdeiro natural, desapareceu prematuramente em um acidente de carro em 1994, e Bashar, o sucessor por padrão, florescem nas paredes das grandes cidades da Síria. Os três grandes homens do clã al-Assad são apresentados, respectivamente, como “O chefe, o modelo e a esperança”. E, de fato, assim que Bashar estiver entronizado, um mês depois, a população, esgotada por trinta anos de ditadura, deve esperar.

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O início do mandato é marcado por um iniciador de liberalização. Ao liberar várias centenas de prisioneiros políticos, incluindo a Irmandade Muçulmana e os comunistas, o novo presidente promulga leis que facilitam os investimentos particulares e o desenvolvimento do setor bancário.

Bashar al-Assad, que multiplica passeios na cidade sem guarda-costas, no braço de Sua esposa, Asma al-AkhrasPassado pelo JP Bank Morgan, parece determinado a encerrar o estatismo, o credo original do Partido Baas. Cara, a quem seu all-the-mundo vale o apelido de munição (“Tio”), até dá a impressão de querer colocar as reivindicações de Moukhabarat (Serviços de Segurança).

Presidente por acidente

Os salões de discussão eclodem nas grandes cidades, onde um sonha em voz alta da democracia. É a “primavera de Damasco”. Os intelectuais publicam petições exigindo o levantamento do estado de emergência, uma anistia geral e o estabelecimento de um estado de direito.

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