Cerca de 18 por cento da população da Costa Rica, um país com cerca de cinco milhões de habitantes, vive com alguma deficiência. Esses indivíduos enfrentam dificuldades no acesso à educação, ao trabalho e aos espaços públicos.
Entre essas deficiências estão as deficiências visuais. Como um jovem de 23 anos que vive com uma doença ocular chamada ceratocone, que causa perda de visão, estou interessado em saber como os jovens com deficiência visual conduzem suas vidas cotidianas enquanto seguem seus sonhos e trabalham para alcançar seus objetivos.
Decidi focar nesses “caminhos invisíveis” ou “caminhos invisíveis” em meu ensaio fotográfico para o Safe Photography Project, administrado pela agência internacional para jovens Restless Development, e parte de um campanha global para acabar com a violência contra as crianças. O projeto recrutou 10 jovens fotógrafos de todo o mundo para examinar o que “seguro” significa para eles.
Para mim, a falta de acessibilidade sinaliza falta de empatia e é uma forma de violência que promove a exclusão. No meu ensaio fotográfico, quis ilustrar os desafios e a coragem de dois sujeitos com deficiência visual, Camila e Luis, ambos de 13 anos, enquanto se adaptam ao mundo para serem o mais independentes possível. A chave para isso é o apoio de amigos e familiares que proporcionam uma sensação de segurança, permitindo que ambos os adolescentes cresçam e se desenvolvam sem medo de serem mal compreendidos ou rejeitados.
Conhecemos Camila Valverde Gonzales que foi diagnosticada com microftalmia e catarata bilateral quando tinha dois meses de idade e passou por diversas cirurgias antes de completar um ano de idade. Aos nove anos, perdeu a maior parte da visão do olho direito e foi forçada a fazer mudanças no seu dia a dia, como aumentar o tamanho da fonte do iPad e do telemóvel e melhorar a iluminação de casa para ser o mais autónoma possível.
Luis Diego Espinoza Cedeño nasceu com visão limitada devido ao albinismo ocular, nistagmo e estrabismo, embora inicialmente seus pais tenham sido informados de que ele era cego de nascença. Aos um ano, Luis teve que começar a usar óculos para proteger os olhos. Ele passou seus primeiros cinco anos em uma escola para crianças com deficiência e depois conseguiu ingressar em uma escola regular.
“Quando adolescente, Luis Diego se desenvolveu como qualquer outra pessoa. Meu filho é muito disciplinado, sabe cozinhar e fazer as tarefas do dia a dia, joga futebol, anda de bicicleta, desenha muito bem. Ele é o tipo de menino que se frustra facilmente quando não consegue fazer as coisas”, diz sua mãe, Andrea Cedeño Suárez.
Neste ensaio, utilizei certas técnicas fotográficas para retratar as perspectivas de Camila e Luis. Close-ups extremos dão ao espectador uma noção íntima do assunto, enquanto exposições longas transmitem como ele vê o que está ao seu redor.
Através destas fotos, quero que o espectador entre num mundo que pode ser percebido como uma limitação, mas que também é uma fonte de força. Cada imagem é um instantâneo de resiliência, adaptação e crescimento pessoal, convidando o espectador a refletir sobre o que significa deficiência visual para além da deficiência.