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Deputados estaduais ‘orquestram’ ataque ao PT, Tião Viana e Jorge Viana

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Clima tenso na sessão desta quarta-feira (16), na Assembleia Legislativa do Acre, com discursos impiedosos contra o PT.

Deputado Antônio Pedro afirma que PT só promete e não cumpre

Deputado Antônio Pedro afirma que PT só promete e não cumpre

O deputado Antônio Pedro (DEM) discursou durante a sessão desta quarta-feira (16) a respeito das acusações feitas por parlamentares da base do governo contra o senador e pré-candidato a governador Gladson Cameli (PP). Ele citou obras prometidas pela atual gestão, que não foram cumpridas.

Vendo o debate a respeito de quem mentiu mais ou menos, que o Gladson prometeu e não fez, enumerei algumas promessas do governador Tião Viana que até hoje não foram cumpridas. Prometeu um hospital em Xapuri, prometeu 250 casas a quem ficou desabrigado por conta da alagação ocorrida em 2015, prometeu 500 casas e um centro empresarial em Brasileia, nada foi cumprido”, destacou.



O parlamentar disse ainda, que Tião Viana irá sair do governo sem conseguir eleger seu sucessor, e que o gestor deixou muito a desejar, por isso deve sair. Afirmou também que o PT já está há 20 anos no poder e que teve todas as chances possíveis para mostrar trabalho, no entanto não o fizeram.

Não cumpriram nada do que prometeram. Com certeza Tião Viana não vai conseguir eleger seu sucessor. Chega, 20 anos é muito tempo. Tiveram chances de mostrar trabalho, mas não fizeram nada. Governador, antes de sair se puder, cumpra pelo menos as promessas que o senhor fez”, concluiu. Com informações de Mircléia Magalhães e Andressa Oliveira.

Deputado Gehlen Diniz rebate críticas ao ex-governador Orleir Cameli

Deputado Gehlen Diniz rebate críticas ao ex-governador Orleir Cameli
O deputado Gehlen Diniz (PP) rebateu o líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Daniel Zen (PT), que em discursos feitos na tribuna semana passada afirmou que o ex-governador e já falecido Orleir Cameli faliu o Estado durante o tempo que que ficou no governo.

Gehlen Diniz afirmou que não rebateu as acusações anteriormente porque estava em um congresso de legisladores fora do Estado. Disse ainda que Daniel Zen tenta desqualificar o trabalho da bancada federal acreana que faz parte da oposição, mas que são os deputados da base do governo que votam favoráveis a projetos que prejudicam a população.

O cidadão sabe que não estamos aqui e alega que ninguém rebateu as acusações que ele fez porque são verdade. Não sabia que vossa excelência usava desses artifícios para enganar a população. Isso é trapaça! Vejo o líder do governo tentando desqualificar a bancada federal. Vamos falar de fatos históricos: Medida Provisória n° 664, que dificulta o acesso de pensão por morte, criando carências. Deputados federais Raimundo Angelim, Sibá Machado e Léo de Brito, todos do PT, votaram a favor. Medida n° 665, dificulta a obtenção do seguro desemprego, entre outros, aos pescadores profissionais, os mesmos votaram a favor também”, alegou.

O parlamentar falou também sobre o caso envolvendo Marcelo Odebrecht, que em depoimento resultante da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina, citou como um dos beneficiados do esquema o senador Jorge Viana (PT), que recebia o codinome “menino da floresta”.

Marcelo Odebrecht afirmou que o menino da floresta era um codinome do Jorge Viana, que pediu R$ 2 milhões para financiar a campanha do irmão ao governo. Utilizaram dinheiro da Petrobras para fazer campanha e agora querem macular a imagem do senador Gladson Cameli, que diferente deles não responde a nenhum processo”, rebateu.

Gehlen Diniz citou ainda o caso envolvendo o pré-candidato ao governo Marcus Alexandre (PT), que em outubro do ano passado foi levado, junto com a esposa, para prestar esclarecimentos na Polícia Federal acerca do possível desvio de verba pública. Alegou também que o ex-prefeito teve os honorários de seus advogados pagos com dinheiro público.

É esse governo que querem manter? Vai acabar e o desespero está tomando conta. Tentam atacar a imagem dos outros, mas quem não cumpre o que promete são eles. A população não aguenta mais. O senador Gladson não responde a nenhum processo e vai ganhar, sim. Vocês não administraram para o bem comum, mas para os amigos do poder. Vinte anos no poder não são 20 dias, não deram a Saúde de primeiro mundo, não deram segurança, não fizeram nada”, finalizou. Leia mais aqui.

Deputada Eliane Sinhasique diz que atual governo não pratica o que fala

Deputada Eliane Sinhasique diz que atual governo não pratica o que fala
A líder do MDB na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputada Eliane Sinhasique, disse que o atual governo faz um discurso, mas na prática age totalmente diferente. A parlamentar afirmou que o governador Tião Viana (PT) não respeita os profissionais das empresas terceirizadas que prestam serviço para o governo.
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Contratam empresas terceirizadas e esquecem que por trás delas há trabalhadores. Eles não consideram como trabalhadores esses profissionais que atuam praticamente em todas as secretarias. O PT só considera os funcionários públicos. Eles não pagam as empresas terceirizadas, os salários dessas pessoas ficam atrasados por meses. Esquecem que além de já ganhar pouco, elas têm família, contas a pagar. Tratam essas pessoas como lixo”, criticou.

A parlamentar citou como exemplo a empresa TecNews, que, de acordo com ela, está há três meses sem receber pelos serviços prestados ao governo, e, consequentemente, seus funcionários também não receberam seus salários. A parlamentar propôs um projeto de lei que dispõe sobre a transmissão ao vivo dos processos licitatórios realizados pela administração pública direta e indireta.

Se é para fiscalizar, tem que fiscalizar todo mundo. Vamos acabar com essa história de CPL, de abrir envelope entre quatro paredes e a gente não saber o que de fato ocorre nesses processos licitatórios do governo. Que seja implantado ainda este ano e neste governo. Exigimos transparência total”, pediu.

Eliane Sinhasique justificou o PL dizendo que muitas vezes empresas concorrem em licitações para construírem obras no Estado e as abandonam logo em seguida alegando falta de pagamento. No entanto, voltam a concorrer em outros processos.

A empresa ganha, abandona a obra, concorre e ganha novamente. Ainda tem os esquemas de um cobrir o preço do outro, com superfaturamento e porcentagens para beneficiar alguns. Queremos transparência nos processos licitatórios. Encerro pedindo que este governo caloteiro pague as empresas terceirizadas, pois por trás delas existem pais de família”, concluiu. Leia mais aqui.

Deputado Nelson Sales diz que petistas usam artifícios baixos para tentar atingir opositores

Deputado Nelson Sales diz que petistas usam artifícios baixos para tentar atingir opositores
O deputado Nelson Sales (PP) usou a tribuna durante a sessão desta quarta-feira (16), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), para rebater acusações contra o senador Gladson Cameli (PP). O parlamentar disse que os petistas usam de artifícios baixos para tentar macular a imagem dos adversários.

Nelson Sales disse que alguns deputados da base do governo atacaram o pré-candidato a governador Gladson Cameli, o chamando de mentiroso. Ele citou algumas promessas de campanha feitas pelo atual governador Tião Viana (PT) que não foram cumpridas e ressaltou que Gladson Cameli em apenas quatro anos de mandato já cumpriu 90% de tudo que prometeu durante a campanha.

Após alguns dias participando do Encontro de Legisladores do Brasil, vejo por meio da imprensa local notícias onde deputados da situação atacam o senador Gladson, lhe chamando, dentre outras coisas, de mentiroso. O novo Huerb está há anos sendo construído, por vezes teve as obras paralisadas e até agora nada. O Hospital do alto Acre padece do mesmo problema, o governo já deu quatro datas diferentes para inauguração e até agora nada. A obra da UPA de Cruzeiro do Sul está parada também. Sequer as propostas de governo eles cumprem”, alegou.

Nelson Sales usou o termo “novo PT”, falando que o mesmo não passa de uma balela. Citou os nomes do governador, do senador Jorge Viana (PT) e do articulador petista Francisco Nepomuceno, o Carioca, alegando que de novo eles não têm nada.

A história do novo PT, quem está lá? Jorge Viana, Tião Viana, Carioca. Será que isso é o novo mesmo? São os mesmos que durante o atual governo deixaram a unidade mista de saúde de Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul, cheia de ratos. Lá os pacientes convivem com roedores. O Hospital João Câncio, em Sena Madureira, tem emendas desde 2016 para melhorias e até hoje o governo não licitou, só porque o autor das emendas é o deputado Alan Rick, que é da oposição. E eles se intitulam o novo”, contestou.

No tempo destinado à Explicação Pessoal Nelson Sales disse que o foco do atual governo no momento é atacar a imagem do ex-governador Orleir Cameli, já falecido, com a intenção de atingir o pré-candidato ao governo Gladson Cameli, mas que não irão conseguir.

O foco do governo hoje é atingir a figura do Orleir Cameli. E os 20 anos em que vocês fizeram o que quiseram neste Estado, por que não falam? Rotineiramente atacam o senador. O que dizer de quem usa dinheiro público para fazer atos em defesa de um incriminado? É comparsa, aliado? O PT deveria ter mais humildade e pedir desculpas por tudo que fez durante os últimos 20 anos no Acre. Tião Viana, pede para sair! ” Finalizou. Leia mais aqui.

Deputado Jairo Carvalho diz que PT faliu o Acre

Deputado Jairo Carvalho diz que PT faliu o Acre
O deputado Jairo Carvalho (PSD) disse na sessão desta quarta-feira (16) que em vinte anos de governo o Partido dos Trabalhadores deixou o Acre totalmente falido. Ele frisou que a situação precária em que se encontra as áreas de Segurança, Saúde e Educação é um exemplo da má administração da Frente Popular.

“O PT errou e errou feio. Eles não têm moral para falar de nenhum outro governo, até porque em vinte anos de administração eles deixaram o Acre totalmente falido. Na saúde pública, por exemplo, nós temos uma reforma no Pronto Socorro que não acaba nunca, o corredor do hospital parece com o de um hospital da Síria: são centenas de pessoas na fila de espera. E tudo isso não é por falta de dinheiro não, é por falta de competência mesmo”, afirmou.

O parlamentar também falou sobre o governo Michel Temer (MDB). “Não adianta querer fazer comparações com o governo Temer, eu nem votei nele. Foi o PT que votou no Temer quando elegeram a Dilma. Ele fazia parte do pacote como vice. Nunca foi meu candidato”, esclareceu.

O oposicionista concluiu salientando que a Frente Popular precisa assumir que errou. “Não venham colocar culpa em A ou B, o povo do Acre não aguenta mais isso. Esse governo é o pior da história e eles precisam admitir. Vergonha total”, concluiu.

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Equipe do TJAC apresenta projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para colégios de Cruzeiro do Sul

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Planos de trabalho estão sendo desenvolvidos com as seis unidades escolares públicas selecionadas para participar da iniciativa  

A equipe do Núcleo Permanente de Justiça Restaurativa (NUPJR) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou na última quinta-feira, 11, no auditório do Núcleo da Secretaria de Educação do Acre, uma palestra de apresentação do projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para as diretoras e diretores dos colégios de Cruzeiro do Sul que farão parte desta iniciativa.



Segundo a servidora do NUPJR, Mirlene Taumaturgo, a ação além de atender ao Termo de Cooperação estabelecido entre o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), oportuniza o cultivo de habilidades resolutiva dentro da comunidade escolar, relevante para solução de pequenos conflitos.

Nesta primeira edição do projeto na cidade de Cruzeiro do Sul, foram selecionadas para participar as escolas públicas: Dom Henrique Ruth, Professor Flodoardo Cabral, João Kubitschek, Absolon Moreira, Craveiro Costa e Professora Quita. 

Diálogo entre servidores 

Durante a estadia em Cruzeiro do Sul, a equipe do NUPJR dialogou sobre o impacto positivo da implementação de competências da justiça restaurativa no ambiente de trabalho, com as servidoras da comarca de Cruzeiro do Sul, Rozélia Moura e Rasmilda Melo, ambas integrantes do curso de formação em justiça restaurativa voltado para o Judiciário.   

 

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MPAC e Polícia Militar cumprem mandados judiciais contra investigados por ameaça a desembargador

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Promotoria Criminal de Feijó, em conjunto com a Polícia Militar do Acre (PMAC), deflagrou nesta quarta-feira, 17, a “Operação Algar”, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra dois investigados no município de Feijó.

A operação faz parte do procedimento de investigação criminal instaurado pelo MPAC para apurar a prática do crime de ameaça perpetrado contra um desembargador do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Durante as buscas, foram apreendidas duas armas de fogo além de celulares e mídias.



Conforme informações contidas nos autos, a ameaça ocorreu em decorrência da atividade jurisdicional do desembargador no julgamento que gerou a inelegibilidade de um ex-prefeito do município.

Considerando a necessidade de aprofundar as investigações, especialmente na identificação de possíveis coautores da ameaça, o MPAC solicitou o afastamento da garantia à inviolabilidade da intimidade e do domicílio, conseguindo a expedição do mandado de busca e apreensão, com autorização para acessar dispositivos eletrônicos móveis, bem como a suspensão da posse e porte de arma dos investigados, apontados como o autor direto e mandante da ameaça, e seu irmão, apontado como possível executor.

O nome da Operação Algar faz referência ao sinônimo da palavra “cova”, pois no contexto da ameaça, foi mencionado que o desembargador seria levado “para o buraco”.

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Embrapa do Acre alerta para o surto da mandarová, lagarta que é a maior ameaça à cultura da macaxeira no estado

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O maior inimigo da cultura da macaxeira no Acre, uma atividade estratégica para a economia do Estado, tem nome, é bem pequena, mas tem um poder devastador.

A mandarová, uma lagarta que é capaz de destruir plantações inteiras em poucos dias. O combate aquela que é considerada hoje o maior inseto-praga das plantações de macaxeira é um desafio para diminuir o surto que, conforme registros da Embrapa, chegou ao Acre pela primeira vez em 1980.



Em um artigo, o biólogo Rodrigo Souza Santos, doutor em Entomologia Agrícola e pesquisador da Embrapa Acre, alerta sobre os cuidados necessários para evitar a destruição dos plantios pela lagarta. As orientações vão desde o uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, que podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área, até a catação manual e até a produção de um inseticida biológico, produzido a partir das próprias lagartas mortas, que pode ser “fabricado” pelos próprios produtores rurais.

Leia o artigo abaixo na íntegra:

Surto populacional de insetos: o caso do mandarová-da-mandioca no Vale do Juruá

A mesorregião do Vale do Juruá corresponde a oito municípios do estado do Acre (Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão), com área de 85.448 km² e população aproximada de 250 mil habitantes. A farinha de mandioca desempenha importante papel socioeconômico para as populações rurais acreanas, especialmente do Vale do Juruá. Além de gerar trabalho e renda no campo, é componente básico da dieta alimentar de grande parte das famílias. Em 2018, a tradicional farinha produzida em Cruzeiro do Sul entrou para a lista de produtos com selo de indicação geográfica, que atesta sua procedência e qualidade.

A produção de mandioca é uma atividade estratégica para a economia acreana, mas, como toda cultura agrícola, enfrenta entraves que podem representar ameaça ao fortalecimento desse arranjo produtivo local, destacando-se a incidência de pragas. Atualmente os insetos-praga associados ao cultivo da mandioca no estado do Acre são: a mosca-das-galhas [Jatrophobia brasiliensis (Rüebsaamen)], mosca-branca [Bemisia tabaci (Genn.)], percevejos-de-renda [Vatiga manihotae (Drake), Vatiga illudens (Drake) e Gargaphia opima (Drake)], formigas-cortadeiras [Atta spp. e Acromyrmex sp.], broca-da-haste [Sternocoelus sp.] e o mandarová-da-mandioca [Erinnyis ello (L.)]. Esse último é considerado o inseto-praga mais importante da cultura, devido aos danos que provoca em altas infestações.

O mandarová-da-mandioca, conhecido como “gervão”, “mandarová”, “mandruvá” ou “lagarta-da-mandioca”, é uma mariposa (ordem Lepidoptera) com 90 mm de envergadura, coloração acinzentada e faixas pretas no abdome. As asas anteriores são de coloração cinza e as posteriores são vermelhas com bordos pretos. Na fase jovem, os insetos causam danos às suas plantas hospedeiras, visto que as lagartas são herbívoras vorazes, podendo consumir até 12 folhas bem desenvolvidas em 15 dias. Por outro lado, quando adultos, se alimentam de néctar e não causam danos à cultura.

Todo inseto herbívoro é classificado como praga a partir de seu nível populacional e nível de dano que provoca na planta hospedeira. No estado do Acre, frequentemente são registrados surtos do mandarová em plantios de mandioca, especialmente na região do Vale do Juruá, mas também já houve registro de surto populacional desse inseto-praga em cultivos de seringueira. Entretanto, o mandarová é um inseto polífago, podendo se alimentar de mais de 35 espécies de plantas.

Um surto populacional de insetos é um evento de alta complexidade, determinado por diversos fatores (bióticos e/ou abióticos) interligados, extremamente difícil de se prever. No entanto, algumas situações certamente contribuem para ocorrência desse evento, tais como: 1) monocultivo – sistema de produção que simplifica o ecossistema e permite aos insetos acessarem grande quantidade de recurso alimentar, geralmente em plantas com baixa diversidade genética; 2) temperatura, luminosidade, umidade e precipitação – os insetos necessitam de condições abióticas ótimas para se desenvolverem e reproduzirem; 3) controle biológico natural – os inimigos naturais (predadores, parasitoides e entomopatógenos) são responsáveis pela regulação de populações de insetos herbívoros em condições naturais. Assim, a ausência de inimigos naturais permite que os herbívoros se proliferem mais rapidamente; e 4) potencial biótico do inseto-praga – cada espécie de inseto possui uma capacidade máxima de reprodução, que é determinada, dentre outros fatores, pela duração de seu ciclo de vida e tamanho da sua prole, em condições ideais.

A literatura aponta que o primeiro surto do mandarová em cultivo de mandioca no Acre ocorreu em 1980, seguido de outros dois em 1993 e 1998, com perdas de até 60% na produção. Posteriormente, datam surtos de menor magnitude em 2002 e 2007, e surtos mais recentes na região do Vale do Juruá, registrados em 2019, na Terra Indígena Carapanã, localizada à margem do Rio Tarauacá, e em 2023, em propriedades rurais de Cruzeiro do Sul. Em 2014 foram registrados surtos do mandarová em seringais comerciais de sete municípios acreanos.

A catação manual, com eliminação das lagartas por esmagamento ou corte com tesoura, é recomendada para cultivos de mandioca de até 2 ha. A eliminação de plantas invasoras hospedeiras à praga, presentes na plantação ou em suas imediações é outra alternativa para minimizar os riscos de surtos. No que tange ao controle químico, atualmente 22 produtos estão registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária para o controle do mandarová na cultura da mandioca. É importante ressaltar que a aquisição e utilização de qualquer inseticida devem ser recomendadas por um engenheiro-agrônomo, seguindo-se o receituário agronômico apropriado, além da observância quanto ao uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Existem insetos predadores e parasitoides associados ao mandarová atuando no controle biológico do inseto em campo. No entanto, o principal agente de controle biológico natural é o Baculovirus erinnyis, um vírus específico do inseto, que não causa danos em humanos. Aproximadamente 4 dias após a ingestão do vírus pelas lagartas surgem os primeiros sintomas de infecção no organismo do inseto (descoloração da lagarta, perda dos movimentos e da capacidade de se alimentar). No estágio final da infecção, as lagartas morrem e ficam dependuradas nos pecíolos das folhas.

Para produção desse inseticida biológico, lagartas recém-mortas são coletadas e maceradas com uso de aproximadamente 5 mL de água pura. Essa mistura deve ser coada em um pano fino e limpo, resultando em um líquido viscoso que pode ser acondicionado em embalagem plástica tipo “sacolé” e congelado por prazo indefinido. Para ser utilizado, o produto deve ser descongelado e diluído em água limpa, na proporção de 100 mL do extrato por hectare, para pulverização no campo. O uso do baculovírus pode controlar até 98% das lagartas nos primeiros 3 dias após a aplicação, quando realizada em lagartas jovens, entre o primeiro e terceiro instar (até aproximadamente 3 cm de comprimento).

Rodrigo Souza Santos é Biólogo, doutor em Entomologia Agrícola, pesquisador da Embrapa Acre, Rio Branco, AC

Fotos: Embrapa/AC.

O monitoramento do cultivo é essencial para a tomada de decisão sobre a época e formas de controle do mandarová. Armadilhas atrativas, com uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área.

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