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Devemos salvar a bolha espaço-tempo NRJ12?

Gravação da revista “Tellement vérité”, apresentada por Matthieu Delormeau, nos sets do NRJ12, em Paris, 17 de setembro de 2012.

CProvavelmente não é o melhor que a televisão tem a oferecer, mas está longe de ser o pior. Então, por que NRJ12? Na sua decisão de 24 de julho, a Entidade Reguladora da Comunicação Audiovisual e Digital (Arcom) não justificou a sua vontade de não renovar a autorização de transmissão do canal do grupo NRJao mesmo tempo que a do C8, que também deverá desaparecer da oferta gratuita de televisão digital terrestre (TDT). Se a escolha é compreensível para o canal do grupo Bolloré, que acumulou 7,6 milhões de euros em multas devido aos deslizes do seu apresentador estrela, Cyril Hanouna, continua mais nebulosa para o seu vizinho do canal 12.

A hipótese mais provável seria que o regulador audiovisual não estivesse convencido da viabilidade económica do canal, com as suas baixas audiências e a sua programação centrada em retransmissões. Nove episódios consecutivos de séries americanas da década de 2010 ocuparão a manhã (Imagem: Divulgação)Lúcifer, Inesquecível), seguido por alguns números do programa francês Uma temporada no zoológicoantes de um novo túnel de sitcoms um tanto desatualizados (A Teoria do Big Bang, Meu tio Charlie…): este é realmente o decorrer de um dia clássico no NRJ12. É ainda pior no fim de semana, às vezes com até dezessete episódios seguindo a mesma série, misturados com raras produções francesas um pouco mais prestigiadas, como a série Dez por cento.

Há algo de quase hipnotizante em seguir estes programas que se sucedem indefinidamente, que nos transportam para outra dimensão espaço-temporal onde perdemos toda a noção de tempo e tempo, deixando-nos embalar pela música dos créditos que voltam, uma e outra vez . Só no início da noite é que o ciclo se rompe para dar lugar a outro tipo de reciclagem, com compilações de erros de gravação, um pouco de reality shows importados ou, mais raramente, filmes de ação medianos.

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Não é o que fazemos de melhor para nutrir a mente, mesmo que se deva reconhecer que o canal desistiu ao reduzir drasticamente a participação dos reality shows, que eram sua marca registrada, com suas principais produções como “Os Anjos da Reality TV” ou “So True”, que destacou pessoas anônimas com histórias supostamente extraordinárias.

Hoje, o canal se orgulha de ser aquele que “a maior proporção de pessoas entre 15 e 49 anos” em sua audiência, conforme defendeu o presidente e CEO do grupo NRJ, Jean-Paul Baudecroux, durante sua audiência perante a Arcom em julho e, em 10 de outubro, com o Fígaro. “Todo mundo reclama que a televisão está ficando velha! E optamos por dispensar um dos únicos canais que consegue falar (para jovens) »lamentou nas colunas do diário.

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