
Em torno de um café com cardamomo no cume do Monte Qassioun, com vista para Damasco, o novo homem forte da Síria, Ahmed Al-Charaa, demonstrou, na noite de domingo, 22 de dezembro, a sua proximidade com Hakan Fidan, o Ministro dos Assuntos Estrangeiros turcos. A sua reunião, dois dias antes, com Barbara Leaf, chefe do Médio Oriente no Departamento de Estado americano, tinha sido mais discreta, mas enviou um forte sinal de apoio às novas autoridades lideradas por Hayat Tahrir Al-Cham (HTC, Organização de Libertação do Levante, antigo ramo da Al-Qaeda na Síria).
Desde a queda de Bashar Al-Assad, em 8 de Dezembro, Damasco tem sido o epicentro de intensa actividade diplomática. Os diplomatas correm ao encontro do chefe da HTC, que trocou o uniforme por fato e gravata – e abandonou o seu nome de guerra, Abu Mohammed Al-Joulani –, e está a utilizar os seus talentos políticos com os seus parceiros e os seus antigos inimigos. A cada pessoa, ele faz promessas de reafirmar as suas intenções e obter em troca apoio, diplomático para estabelecer a sua legitimidade e financeiro para reconstruir a Síria.
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