NOSSAS REDES

ACRE

Em gravação, Rêmullo assume que foi o último a pegar no dinheiro que sumiu de delegacia

PUBLICADO

em

O inquérito aberto pela Polícia Civil do Estado do Acre e que será apreciado pelo Ministério Público do Estado para apurar a suspeita de peculato, supostamente cometida pelo delegado Rêmullo Diniz, ex-secretário de Polícia Civil no Estado, contém fortes revelações que podem pesar contra o delegado. O ac24horas teve acesso ao teor de um telefonema gravado entre o delegado Rêmullo e uma escrivã e depoimentos contidos no inquérito. A partir dos documentos emitidos pela Corregedoria da polícia, o MP irá avaliar se irá oferecer denúncia ou não ao ex-secretário.
O inquérito apura o desaparecimento de R$ 3.584,00, que tinham sido apreendidos durante um caso de homicídio ocorrido em Rio Branco no ano de 2017. Passados mais de dois anos, o dinheiro continua desaparecido da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa – DHPP, na qual estava lotado o delegado investigado quando a quantia sumiu.

O documento que contém quase 300 páginas mostra o depoimento de escrivães, delegados e do próprio Rêmullo. Uma das escrivãs ouvidas pela Corregedoria, que trabalhava diretamente com o delegado, disse em depoimento que por inúmeras vezes pediu ao delegado que ele devolvesse o dinheiro à delegacia. Nos autos, consta que Rêmullo respondeu à colega, repetidas vezes, que a mesma não se preocupasse, pois ele iria resolver a situação.
Na transcrição do áudio de uma conversa gravada durante quase 15 minutos, a escrivã atende a ligação do delegado e diz: “O senhor não tem vergonha na cara não, de falar aquilo que você falou?”, indaga ela ao Rêmullo, questionando uma auto declaração redigida por ele visando a “apuração” do sumiço do dinheiro, porém, sem repassar a portaria para ela fazer os devidos procedimentos. O documento, segundo os autos, foi escrito sem que estivesse presentes um delegado ou escrivão de polícia. Neste período, o delegado já não estava mais lotado na DHPP quando escreveu.
“O que foi que eu falei?”, responde Rêmullo. A escrivã afirma: “O senhor fez uma auto declaração, delegado, falando um monte de mentira, tá. (…) eu vou falar todas as verdades que eu sei e o senhor vai se ferrar. Eu falei para o senhor: paga esse dinheiro. O senhor não pagou porque não quis”.
O ex-secretário responde: “isso foi pago, deixa de ser burra”. A escrivã contesta: “não, eu não sou burra, não, delegado, o senhor tá querendo jogar a culpa em cima de mim, mas quem vai se ferrar vai ser o senhor”.



A conversa segue e a colega do delegado ressalta: “o senhor não tinha o por quê pegar aquele dinheiro, delegado. O senhor não tinha motivo. Eu cansei de falar para o senhor: devolve o dinheiro para família, e o senhor não devolveu. Diniz tenta acalmar a escrivã: “só esfria a cabeça que tudo já está resolvido já”.

A captura de uma conversa entre a mesma escrivã com outro delegado por meio de uma rede social, mostra a profissional relatando a situação, da qual ela se diz indignada. “Querendo jogar a culpa do sumiço do dinheiro nas costas de qualquer um servidor da DHPP”. Ela segue dizendo que havia guardado o dinheiro no cofre da DRE justamente pelo fato de a DHPP não ter armários seguros. “E ele [Rêmullo Diniz] fez o que? Foi lá e pegou o dinheiro. E pra fazer que com esse dinheiro? Só Deus sabe, pois ele não queria devolver o dinheiro pra família da vítima dizendo que era dinheiro de crime”, diz a mulher. Ela segue falando que sua mãe ficou perplexa com o caso e o outro delegado que recebe as mensagens responde: “Todos estão. Até mesmo sem entender”.
Em depoimento, Diniz disse que está à disposição de prestar quaisquer outros esclarecimentos quanto aos fatos e que tem total interesse de restituir a quantia de R$ 3.584,00 que foi subtraída dos autos do IPL n° 66/2017.
Segundo a Corregedoria da polícia, a quantia foi corretamente apreendida e após sua apreensão o dinheiro foi devidamente entregue por uma das escrivãs [ da DHPP] nas mãos de outra escrivã, esta da Delegacia de Repressão a Entorpecente – DRE, já que a DHPP não possuía cofre e não era seguro para manter o dinheiro. “Em seguida esse dinheiro foi entregue das mãos da escrivã [da DRE] ao delegado Rêmullo [a pedido dele]. A última pessoa que teve acesso ao dinheiro foi o delegado Rêmullo, está muito claro”, diz o documento.
Segundo o inquérito, a Corregedoria entende que o delegado Rêmullo Diniz, intencionalmente, recebeu das mãos de uma escrivã a quantia e se apropriou do dinheiro aprendido. “(…) incorrendo, claramente, na prática do crime de Peculato”.
Além disso, a polícia acredita que o investigado ainda tentou acobertar sua culpabilidade. “Por quase dois anos ele tentou de toda forma acobertar sua conduta criminosa”. Por fim, ressalta que “a conduta do ex-secretário envergonha a Polícia Civil do Acre”.

Entenda

A Corregedoria da Polícia Civil do Acre indiciou o delegado Rêmullo Diniz, ex-secretário de Polícia Civil no início do atual governo, por suposto cometimento do crime de peculato. Segundo a polícia, o delegado, valendo-se da condição que lhe foi proporcionada pelo cargo público que ocupa “de forma intencional, ou seja, livre e consciente de seus atos”, no dia 24 de agosto de 2017 recebeu em cartório determinada quantia em dinheiro, apreendida nos autos do inquérito policial de nº 66/2017-DHPP, apropriando-se, posteriormente, de tais valores.
O documento enfatiza que as condutas imputadas a Rêmulo configuram, em tese, os crimes contra a Administração Pública, cujas penas máximas previstas superam dois anos. O caso teve início em março de 2017, com a morte de Adriano Linhares de Freitas, na época com 33 anos, que foi surpreendido por homens armados em um veículo de cor preta que efetuaram mais de 10 disparos. Até hoje os autores do homicídio não foram identificados pela polícia.
Quando os peritos da Polícia foram até o local do crime, na rua da Amizade, no Polo Benfica, encaminharam o corpo da vítima ao Instituto Médico Legal. Ao despir o corpo de Adriano, os agentes encontraram R$ 3.584,00 escondidos na cueca da vítima, porém, devido à burocracia, o dinheiro só chegou ao poder da polícia no dia 30 de março daquele ano, data em que Rêmulo havia assumido a Delegacia de Homicídios após um breve período de licença-paternidade.
De acordo com o Inquérito, atendendo os trâmites burocráticos, as escrivães da Delegacia decidiram encaminhar o valor ao Cofre da Delegacia de Repressão ao Entorpecente, por ser a única unidade a ter um cofre seguro para guardar o dinheiro. Passados alguns dias, os familiares da vítima solicitaram, por meio de um advogado, os valores apreendido por considerarem não ter ligação com o crime, porém o ressarcimento foi negado por Rêmullo no dia 10 de abril.
Segundo a investigação, passados quase um ano, Rêmulo expediu portaria determinando a Instauração de um Auto de Investigação Preliminar , visando apurar a possível prática do crime de furto e peculato por causa do desaparecimento do dinheiro. Porém, segundo a linha investigatória, o delegado não repassou essa portaria para sua escrivã fazer os devidos procedimentos. Depois, em junho de 2019, Rêmulo teria elaborado uma auto declaração onde afirma que o dinheiro apreendido tinha desaparecido quando estava junto ao respectivo inquérito de investigação da morte de Adriano, nos armários de um dos cartórios daquela delegacia. Esse documento foi redigido, segundo os investigadores, sem que estivesse presentes um delegado ou escrivão de polícia e que o Delegado já não tinha mais lotação naquela delegacia, a DHPP.
Foi então que a corregedoria decidiu por proceder ao indiciamento de Rêmullo César Pereira de Carvalho Diniz, pela prática do crime de peculato. Os autos do inquérito também foram encaminhados ao Ministério Público e para Vara Criminal de Rio Branco para adoção das medidas legais cabíveis

ACRE

Eleições 2024: Janaina Furtado é pré-candidata a vereadora – “elogiar sem bajular e criticar sem agredir”, é o segredo do bom mandato, diz

PUBLICADO

em

A Professora Janaina Furtado, atual Coordenadora Geral da SEE em Tarauacá, deve disputar uma das vagas na câmara municipal nas eleições de outubro. Ela apresentou recentemente seu nome ao partido do qual é filiada (Progressistas) como pré-candidata. O partido apresenta como precandidato a prefeito o médico Rodrigo Damasceno.

Janaína Furtado é uma jovem mãe de Tarauacá, foi vereadora por dois mandatos (Eleita em 2012 e reeleita em 2016), tem a fala firme de uma pessoa acostumada ao embate nas lutas da população. É com esse espírito que se colocou à disposição do ‘progressistas’ disputar o cargo de vereadora.



Os olhos ficam rasos quando se lembra de onde veio. Quando foi vereadora por dois mandatos consecutivos, empunhou bandeiras em todas as frentes de lutas do povo de Tarauacá. “Eu havia dito que não teria mais interesse em disputar a eleição e cuidar apenas da minha missão atual que é coordenar a educação estadual. Na última eleição em que fui candidata a vice prefeita, eu não perdi a eleição. Nós perdemos o Giovanni Acioly. Com o dilema que eu e minha família vivemos nos últimos 3 anos decorrente dos problemas de saúde do meu pai, que culminou com partida dele muito precoce, eu decidi voltar para o cenário da política do qual ele sempre foi meu grande incentivador. Fui vereadora por dois mandatos e nunca traí meus eleitores tendo relação incestuosa com a prefeitura e nem com outros poderes. Procurei honrar os que confiaram em mim, especialmente meus pais que foram meus primeiros professores”, declarou Janaina.

JANAINA FURTADO:

Janaina Araújo Furtado Accioly, casada, mães de 3 filhos, nasceu em 14 de julho de 1987, no Seringal Conceição, Rio Murú, em Tarauacá. Janaina foi alfabetiza pelos próprios pais, numa sala de aula que funcionava em sua residência. Lá, estudou até a quarta série. Depois, teve que vir morar na cidade para concluir os estudos. Estudou ensino fundamental nas Escolas José Augusto e Plácido de Castro (onde foi presidente do Grêmio Estudantil) e ensino médio na Escola Djalma Batista. Em 2010, concluiu o curso de graduação em pedagogia. Em 2015 ingressou no serviço público como professora concursada da rede municipal de ensino. Antes, porém, trabalhou como professora provisória no ensino de jovens e adultos. “Meus pais largaram a vida na Zona Rural vieram morar na cidade para que eu e minhas irmãs pudéssemos continuar nossos estudos. Eu vim para a cidade ainda muito jovem carregando dois sonhos, ou dois compromissos. Um era entregar aos meus pais o meu diploma da faculdade e o outro era o meu contrato de professora. Graças a Deus e a dedicação deles eu consegui”, disse Janaina.

Na Educação Janaina é atualmente a Coordenadora Geral do Nucleo Estadual de Educação. Já atuou professora do Ensino Infantil nas escolas José Augusto de Araújo e Aucilene Calixto, professora da EJA (Garis), professora do Programa Pro-jovem Urbano e Coordenadora Municipal da Educação de Jovens e Adultos. Exerceu ainda a função de Coordenadora Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres. No movimento comunitário foi vice-presidente dos Bairros Avelino Leal e Cohab. No movimento sindical é filiada ao Sinteac e sempre participou das lutas dos trabalhadores em educação. “Quando foi vereadora desde o primeiro dia do meu mandato procurei honrar o povo do meu município. Fui para as suas lutas. As lutas pela água, energia, ruas, esgoto, concurso público e por dignidade. Representei os servidores públicos. Pedi respeito ao povo no atendimento bancário. Me juntei à luta das mulheres, dos desportistas, dos fazedores de cultura, dos presidentes dos bairros e do povo de forma geral. Nunca me calei. Fiz proposições. Apresentei leis, projetos e não usei o mandato para meu benefício e da minha família. Não tive relação incestuosa com prefeito ou grupos políticos. Não subi escadas da prefeitura para pedir empregos para parentes e nem outro benefício para mim. Exerci o mandato com liberdade e coragem. Não sujei meu nome, nem dos meus eleitores e muito menos da minha família”, destacou Janaina.
À frente da educação estadual em Tarauacá há quase 3 anos, Janaina vem trabalhando muito junto com o governo do estado, para organizar e estruturar a rede estadual de educação em Tarauacá. Educação na zona urbana, educação no campo e educação escolar indígena formam o tripé dos esforços do governo para que todos tenham acesso a escolas com estruturas adequadas, profissionais capacitados, transporte escolar terrestre e fluvial, alimentação escolar, fardamento, material didático, formação e zelo. “Minha função como gestora da educação tem me trazido muitas experiências novas e desafiadoras, o que vai enriquecer mais ainda um possível mandato de vereadora”, pontuou.

Janaina conta ainda que foram oito anos de mandato sem precisar agredir, xingar, esculhambar ou coisa parecida para poder me expressar e ser ouvida. “O que faz um mandato digno é a sua conduta. Não há segredo nisso. Devemos sempre fazer o correto. Sermos justos. Elogiar sem ajoelhar e criticar sem agredir. Assim conquistamos o respeito das pessoas. 8 anos em que fui propositiva, atuante, dedicada, cuidadosa, critica. Apresentei projetos, votei leis, votei a favor de criação de cpis, abri mão de vantagens, denunciei, cobrei, fiscalizei enfim, trabalhei muito”, concluiu.

(Assessoria)

Continue lendo

ACRE

Com gestão saneada e bom relacionamento com servidores, nome de Cláver ganha força para ocupar vice na chapa do pré-candidato a prefeito Rodrigo Damasceno

PUBLICADO

em

Cláver tem se destacado por uma gestão marcada pela responsabilidade e eficiência. Dentre suas principais ações à frente da presidência da Câmara, destacam-se o aumento dos salários dos servidores, a realização de reformas no prédio do Legislativo para melhorar suas condições estruturais, a redução da carga horária de trabalho e uma administração fiscal criteriosa, que valoriza tanto os funcionários quanto o orçamento público.

O bom relacionamento de Cláver com os servidores municipais tem sido um ponto forte de sua gestão, o que o coloca em posição favorável para ocupar a vice na chapa de Damasceno. Além disso, o vereador tem conquistado reconhecimento por sua postura conciliadora e comprometida com o desenvolvimento de Tarauacá. Com Cláver como possível pré-candidato a vice, a chapa demonstra um equilíbrio entre experiência administrativa e representatividade política.



Continue lendo

ACRE

Equipe do TJAC apresenta projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para colégios de Cruzeiro do Sul

PUBLICADO

em

Planos de trabalho estão sendo desenvolvidos com as seis unidades escolares públicas selecionadas para participar da iniciativa  

A equipe do Núcleo Permanente de Justiça Restaurativa (NUPJR) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou na última quinta-feira, 11, no auditório do Núcleo da Secretaria de Educação do Acre, uma palestra de apresentação do projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para as diretoras e diretores dos colégios de Cruzeiro do Sul que farão parte desta iniciativa.



Segundo a servidora do NUPJR, Mirlene Taumaturgo, a ação além de atender ao Termo de Cooperação estabelecido entre o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), oportuniza o cultivo de habilidades resolutiva dentro da comunidade escolar, relevante para solução de pequenos conflitos.

Nesta primeira edição do projeto na cidade de Cruzeiro do Sul, foram selecionadas para participar as escolas públicas: Dom Henrique Ruth, Professor Flodoardo Cabral, João Kubitschek, Absolon Moreira, Craveiro Costa e Professora Quita. 

Diálogo entre servidores 

Durante a estadia em Cruzeiro do Sul, a equipe do NUPJR dialogou sobre o impacto positivo da implementação de competências da justiça restaurativa no ambiente de trabalho, com as servidoras da comarca de Cruzeiro do Sul, Rozélia Moura e Rasmilda Melo, ambas integrantes do curso de formação em justiça restaurativa voltado para o Judiciário.   

 

Continue lendo

MAIS LIDAS