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DESCASO

Em Tarauacá, pacientes em situação de urgência aguardam mais de 4 horas por atendimento no Hospital Sansão Gomes

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Nesta segunda-feira, 08, a Redação do Acre.com.br visitou o Hospital Dr. Sansão Gomes, e conversou com diversos pacientes, que reclamaram de longas horas para serem atendidos.

Além da demora no atendimento inicial, a unidade não conta com leitos suficientes, e pacientes são medicados no corredor, expostos à condições humilhantes. 



Um paciente que não quis se identificar, relata que chegou ao Hospital por volta das 07:00 horas da manhã, porém, foi medicado apenas às 11:30 horas. Segundo relata, seu estado de saúde não é grave, porém, foi obrigado à ausentar-se do trabalho por motivo de doença. 

Só neste ano de 2019, a unidade hospitalar recebeu a visita do Governador Gladson Cameli, do então Secretário de Saúde Alisson Bestene, Deputado Federal Jesus Sérgio, Deputado Estadual Roberto Duarte, Prefeita Municipal, vereadores e outras autoridades, e quase nada melhorou.

A gerência da unidade não realiza classificação de risco, nem triagem dos casos urgentes ou emergenciais, ocasionando um acúmulo de pessoas e longa fila de espera no atendimento. Pelas regras do SUS, a Classificação de Risco é obrigatória. O que não é feito na unidade.

Há casos de pacientes que poderiam ser resolvidos através do devido encaminhamento à unidade básica de saúde mais próxima da residência do paciente. Porém, não há esse entrosamento entre as unidades, gerando um desperdício de tempo e recursos, e prejudicando o atendimento aos pacientes em estado de urgência ou emergência. 

SEM TÉCNICOS E SEM SAMU

A Reportagem do Acre.com.br conversou com funcionários e pacientes ao longo da semana passada, e constatou um ambiente de preocupação. A quantidade de técnicos não é suficiente para atender as ocorrências do município.

população ficará sem o transporte e atendimento de emergência através do SAMU, praticamente ao logo de todo o mês de julho. É que não há técnicos de enfermagem suficientes para atender todos os dias do mês.

A falta de técnicos acarreta consequentemente vários dias do mês sem SAMU, conforme se vê na escala de plantões de julho.

As ambulâncias do SAMU não podem atender ocorrências apenas com um motorista, sendo obrigatório que o atendimento seja realizado por uma equipe. O que não há no Hospital Dr. Sansão Gomes, em Tarauacá.

´Se ocorrer em Tarauacá uma emergência, um acidente ou outro fato grave, o SAMU não poderá deslocar-se para atender a ocorrência, porque o motorista da ambulância nunca desce sozinho´, disse uma médica que trabalha na unidade.

´É uma orientação da Regional, que o motorista não deve sair sozinho para realizar atendimentos´, denuncia uma funcionária do hospital, que não quis ser identificada com medo de retaliação.

PROBLEMAS ESTRUTURAIS

O Hospital de Tarauacá apresenta uma séria de problemas: não tem anestesista, o SAMU não funciona com regularidade diária, e ainda sofre com problemas em sua estrutura física.

Inaugurado há nove anos pelo então governador Binho Marques, o Hospital Dr. Sansão Gomes, em Tarauacá, tem ambulância e motorista, porém, não atende através do SAMU devido a reduzida quantidade de técnicos de enfermagem, para cobrir a escala de plantões do mês.

A unidade não tem médico anestesista, e está com quase toda estrutura do forro comprometida e quase todos os aparelhos de ar-condicionado danificados. 

O hospital possui oito médicos, porém não existe nenhum anestesista. As ambulâncias do hospital não estão atendendo todos os dias. O transporte de pacientes até recentemente era feito em uma caminhonete do Corpo de Bombeiros. 

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A longa fila de cirurgias com pelo menos 150 pacientes à espera de atendimento, alguns deles há dois anos, é outro sério problema da saúde estadual em Tarauacá.

Os servidores do hospital afirmam, porém, que o prédio da unidade foi inaugurado já com problemas em sua estrutura. Não é preciso ser especialista para saber que o forro precisa ser urgentemente reconstruído. Os problemas são visíveis. Quase todas as lâmpadas dos corredores estão queimadas e há goteiras por todos os lados do hospital.

FILA DE ESPERA E DANO MORAL

A demora excessiva no atendimento de emergência de hospital é falha de serviço tipificada no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), devendo o paciente ser indenizado na esfera moral. Afinal, o fornecedor responde, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços.

Há inúmeros julgados nos tribunais brasileiros que dispõem a possibilidade de indenização por dano moral, em ação contra a União, Estado ou Município. Por ficar horas agonizando no setor de triagem, sem informações confiáveis sobre a hora do atendimento, os tribunais constantemente tem condenado o Estado ao pagamento de dano moral. 

ACRE

Em Feijó, unidade de saúde da família não dispõe de médicos, e população aguarda ação do MP

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Segundo consta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, a Unidade de Saúde da Família Dulce A. A. Sena, em Feijó, interior do Acre, não dispõe de médicos.

Em Feijó, a unidade de saúde U.S.F. Dulce A. A. Sena informou no último dia 03/08/2020 que dispõe de 15 profissionais de saúde, mas nenhum é médico, dentre eles existem agentes comunitários de saúde, auxiliares em saúde bucal, técnicos de enfermagem, auxiliar de escritório e cirurgião dentista. 



No portal do Governo Federal http://cnes.datasus.gov.br/pages/estabelecimentos/consulta.jsp responsável pelo gerenciamento das unidades de saúde dos municípios e estados, não consta informação quanto à existência de médico na U.S.F. Dulce A. A. Sena.

No portal do Governo Federal http://cnes.datasus.gov.br/pages/estabelecimentos/consulta.jsp responsável pelo gerenciamento das unidades de saúde dos municípios e estados, não consta informação quanto à existência de médicos na U.S.F. Dulce A. A. Sena.

Conforme o CNES, não há médicos devidamente cadastrados ou registrados na U.S.F. Dulce A. A. Sena. Consulte clicando aqui ou veja a relação de servidores aqui

A Promotoria de Justiça de Feijó ainda não determinou instauração de diligências sobre o caso. Na internet, internautas afirmaram que o problema da falta de médicos em Feijó é do conhecimento da prefeitura municipal, e há tempos isso acontece no município.

A redação do Acre.com.br telefonou para a gerência da unidade, através do telefone (68)3463-3372, informado ao CNES, para obter informações quanto a existência de médico na unidade. No sistema do CNES, consta a Sra JORGINA DORA SILVA DA SILVEIRA como gestora responsável pela referida unidade de saúde. Porém, após inúmeras chamadas entre 08:30hs e 09:00hs, desta terça-feira, ninguém atendeu.

O contato com a redação poderá ser realizado através do e-mail: contato@acre.com.br ou WhatsApp (68) 99910-8808. 

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ACRE

Igarapé São Francisco, maior afluente urbano do Rio Acre, está morrendo

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O igarapé São Francisco, o maior afluente da área urbana de Rio Branco, localizado na porção Oeste da Capital, está morrendo. Aliás, está sendo assassinado pela ação do homem na apropriação do espaço em suas margens e o impacto disso é que em toda a sua extensão, no trecho dentro do município, da parte que vai da ponte que dá acesso ao Distrito Industrial, na BR-364, até sua desembocadura no rio Acre, está totalmente poluído.

Em algumas partes, a água é preta e com odor insuportável. “Até os peixes estão morrendo. Quando nós viemos morar aqui, esse igarapé era uma beleza, com água limpa e fartura de peixe. Hoje é uma coisa que dá pena”, disse uma moradora das margens do igarapé na região o Distrito Industrial, num ramal localizado pouco mais de 200 metros de distância da BR-364. A poluição ali é causada, principalmente, pelos dejetos, inclusive fezes humanas, jogados diretamente dentro do igarapé a partir dos esgotos das penitenciárias “Francisco D’Oliveira Conde” e “Antônio Amaro”, os dois maiores presídios da Capital.



A poluição ali é causada, principalmente, pelos dejetos, inclusive fezes humanas, jogados/Foto: Reprodução
Os alertas de que o igarapé está morrendo vêm de longe e não são feitos apenas pelas pessoas que habitam suas margens. A comunidade científica também vem alertando que o São Francisco está sob risco desde 2017, de acordo com uma análise socioambiental feita em Rio Branco por pesquisadores da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir). O estudo foi apresentado durante XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, realizado de 26 de novembro a 01 de dezembro de 2017, em Florianópolis (SC).

Já naquela época, os pesquisadores mostraram que o crescimento urbano desordenado das cidades tem sido um desafio para o poder público de modo geral e isso acaba se refletindo nos igarapés, como é o caso do São Francisco, em Rio Branco. “A cidade enquanto construção humana, produto social, apresenta-se como forma de ocupação do espaço pelo homem. E essa forma de ocupação acontece a partir da necessidade das pessoas em realizar determinada ação, seja produzir, vender ou habitar. A moradia é uma necessidade básica para a vida. Sem ter onde morar a população de baixa renda constrói suas casas em áreas improprias para edificação como as margens de rios e igarapés que cortam as cidades. Este processo somado ao descaso do poder público tem feito dos rios urbanos uma verdadeira extensão das lixeiras, além de acelerar o movimento de massa, ou simplesmente erosão ocasionada pela retirada da mata ciliar. Uma evidencia clara desse processo é a área urbana do igarapé São Francisco”, diz o estudo dos pesquisadores.

O estudo mostra que o igarapé é uma sub-bacia do rio Acre e a maior da área urbana de Rio Branco, com pelo menos 20 km de extensão e suas nascentes localizam-se nos municípios de Rio Branco e Bujari e abrange 17 bairros da capital. A bacia do igarapé São Francisco possui uma extensão de 7% na área urbana de Rio Branco.

“O igarapé escorre na direção predominante de Oeste para Leste, desaguando no rio Acre a jusante da mancha urbana de Rio Branco, com percurso de 54,5 km e densidade de drenagem de 1,37 km², onde está bastante degradado devido a retirada da mata ciliar para a construção de moradias. O igarapé, durante os meses de inverno amazônico, tem o nível de suas águas elevado devido o auto índice pluviométrico, característico das regiões amazônicas”, aponta o estudo.

Pesquisadores locais, como o professor Claudemir Carvalho de Mesquita, também apontam que, ao atravessar a extensão do perímetro urbano de Rio Branco, o igarapé carrega o lixo e esgoto de mais de 17 bairros, desaguando no rio Acre sem tratamento, o que é agravado no período das cheias, onde as enchentes de grandes proporções provocam transtornos à população que vive ao entorno e transportam para o rio Acre não só um intenso fluxo de água, mais também todos os dejetos que recebe ao longo do curso.

A situação do igarapé, que um dia foi piscoso e também servia de fonte e área de lazer para a população de suas margens e de boa parte da cidade, também preocupa autoridades e o serviço público. O diretor-presidente do Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), André Hassem, disse que a responsabilidade pelos cuidados dos igarapés e mananciais da cidade é da Prefeitura Municipal, mas lembrou que o Governo do Estado está pronto para buscar parcerias a fim de impedir a morte do São Francisco.

Em Brasília, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) anunciou que o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica liberou R$ 5,5 milhões para execução da primeira fase do projeto Bacia do Rio Acre, cuja finalidade é resolver os problemas das cheias no inverno e a ameaça de desabastecimento de água durante os verões mais intensos. “Mas vamos trabalhar no sentido de incluirmos o Igarapé São Francisco neste projeto porque não podemos deixar o igarapé morrer simplesmente”, disse o senador.

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ACRE

Mais um protesto contra a Prefeitura de Rio Branco: moradores ‘pescam’ em ruas esburacadas no Edson Cadaxo 

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Um grupo de moradores do conjunto Edson Cadaxo, localizado na capital acreana, fizeram um protesto inusitado no sábado (10) contra a falta de saneamento e manutenção das ruas da região.

O protesto foi contra a Prefeitura de Rio Branco que, de acordo com os moradores, não realiza nenhum tipo de manutenção no bairro há 5 anos.



“Nenhuma operação tapa-buracos foi realizada no conjunto Edson Cadaxo nos últimos cinco anos. As ruas estão intrafegáveis”, diz um dos manifestantes.

As ruas mais problemáticas do conjunto são a Bebeto Alves e Antônio Carlos, locais onde os moradores resolveram fazer o protesto simulando uma ‘pescaria’ nos buracos cheio de lamas. Os moradores também pintaram os buracos das ruas durante o protesto.

Os manifestantes afirma que a vereador Lene Petecão (PSD) já solicitou à prefeitura a recuperação das ruas do conjunto, mas até hoje nenhum serviço foi realizado no local.

De acordo com cronograma divulgado pela prefeitura, o conjunto Edson Cadaxo não está incluíndo no plano de recuperação da Operação Verão, onde serão gastos mais de R$ 50 milhões de reais.

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