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COTIDIANO

Enquanto falta até dipirona nos postos de saúde, Capixaba gasta R$ 75 mil em show

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Conta a história que a expressão em Latim panem et circenses, para designar a política do pão e circo com a qual os líderes do Império Romano lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio, foi cunhada pelo poeta Juvenal, que teria vivido por volta do ano 100 d.C. No contexto original,  era uma crítica ácida à falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento, em especial num tempo  em que as autoridades acalmavam o povo com a construção de arenas nas quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores e animais ferozes, além das corridas de bigas, acrobacias e, paralelo a isso, havia a  distribuição de cereais basicamente para que o povo, a plebe rude e ignara, não morresse de fome e tampouco de aborrecimento por falta de diversão.
É muito provável que em Capixaba, município acreano de pouco mais de 11 mil habitantes e distante 77 quilômetros da capital Rio Branco, poucas pessoas se interessem por histórias como a do Império Romano – muito menos o prefeito em exercício Antônio Nogueira, conhecido por “Joãozinho” (MDB). Mas, em seu redor, ao que tudo indica, há uns espertos que não só sabem da história como seguem as velhas cartilhas de que, quanto mais o povo tem diversão, mais fácil é para manobrá-lo e conseguir seu apoio.
Seria o caso do secretário municipal de administração e finanças, Máximo da Silva Nolasco, autor de um contrato firmado entre a Prefeitura, com a anuência do prefeito em exercício, com a produtora Marrua Produções Artísticas, com sede em Campo Grande (MS), para a contratação de um ilustre desconhecido como cantor. Trata-se do cidadão Emerson Carlos Loubet, mais conhecido pelo nome artístico Loubet, que se apresenta como cantor brasileiro de música sertaneja e se traveste de cowboy, com direito a chapelão, calças apertadíssimas e aqueles cintos de fivelas exageradas.

O cantor fará apresentação de 90 minutos/Foto: reprodução



Aliás, tudo a ver para quem era domador de cavalos numa fazenda enquanto cometia as primeiras poesias que iriam visar canções como a que dá título a um de suas músicas – Muié, Chapéu e Butina, assim mesmo, com toda licença poética de agressão à língua portuguesa e às mulheres, como em outra música de nome Tá Rodada, na qual o cantor canta a história de uma mulher que quer namorá-lo mas ele não a quer porque a tal, na linguagem da música, passou pelas mãos de muitos homens. Está “rodada”, como diz a expressão misógina e de gosto duvidoso.
Pois é, este artista que vai ganhar da Prefeitura de Capixaba, segundo contrato firmado e praticamente já pago, R$ 75 mil. Isso mesmo, R$ 75 mil por um show de exatos 90 minutos, no dia 1 de Junho, no Parque de Exposições do Município, embora o calendário de aniversário da cidade seja em 28 de abril. Em casos assim, embora não conste do contrato, as despesas incluem transporte do artista e de sua trupe, além de hospedagens e despesas com alimentação. “Se o show é R$ 75 mil, pode ter certeza que ao final chega próximo a R$ 100 mil com as despesas extras”, disse um empresário da área, ouvido pela reportagem do ContilNet.

Contrato firmado pela prefeitura/Foto: reprodução

As despesas com o artista ocorrem sob o argumento de que a população de Capixaba também precisa de diversão. Foi o que disse, a propósito, o secretário de finanças ao ser chamado na Câmara de Vereadores para explicar a despesa. Aproveitou para dizer também que as despesas com o artista, pagas em prestações, já estão praticamente quitadas.
“A contratação deste artista ou de outra atividade lúdica para o  município estaria tranquila se as coisas estivesse bem no município. Como é que pagam R$ 75 mil para um cantor quando nas farmácias dos postos de saúde do município não tem nenhuma cibalena ou dipirona para atenuar a febre dos nosso doentes?”, indagou a vereadora Geane Silva (PSDB).
A vereadora disse que vai à Justiça tentar barrar o contrato com o cantor e a devolução dos recursos porque, segundo ela, isso beira ao absurdo. “É inaceitável o que está acontecendo”, disse.

ACRE

Mulher dá facada em namorado para se defender e bombeiros entram em área de difícil acesso para socorrê-lo no AC

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Polícia Civil informou que mulher deu facada no suspeito para se defender. Caso ocorreu no Seringal Novo Berlim, zona rural de Feijó, nesse domingo (21). Homem foi preso e liberado após pagar fiança.

Capa: Bombeiros percorreram 10 km de ramal para prestar primeiros socorros no suspeito — Foto Arquivo 9º Batalhão do Corpo de Bombeiros do Acre

Um homem, de 29 anos, levou uma facada na coxa esquerda após supostamente ter batido na namorada na tarde de domingo (21) na zona rural de Feijó, interior do Acre. Segundo a Polícia Civil, a mulher desferiu a facada em legítima defesa após apanhar do suspeito.

O suspeito teve uma hemorragia e precisou ser resgatado por bombeiros da cidade. A equipe de resgate percorreu dez quilômetros de ramal para chegar até o Seringal Novo Berlim, zona rural, para prestar os primeiros socorros e levar o homem para a cidade.

O resgate foi divulgado pelo 9º Batalhão do Corpo de Bombeiros nesta segunda-feira (22). O irmão do homem ligou para a Polícia Militar (PM-AC) para pedir socorro. Com ajuda da PM-AC e de quadriciclos, as equipes foram até o seringal e estancaram o sangramento.

Suspeito foi socorrido por bombeiros e levado para hospital de Feijó — Foto: Arquivo/9º Batalhão do Corpo de Bombeiros do Acre

Suspeito foi socorrido por bombeiros e levado para hospital de Feijó — Foto: Arquivo/9º Batalhão do Corpo de Bombeiros do Acre

O rapaz foi colocado em cima de um dos quadriciclos e levado para o Hospital Geral de Feijó. Após o atendimento médico, o homem foi preso por violência doméstica, pagou fiança e foi liberado.

A mulher foi ouvida e pediu medida protetiva contra o suspeito.

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BRASIL

Com 29%, região Norte tem o maior percentual de trabalhadores em regime de home office do país

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Levantamento encomendado por plataforma imobiliária aponta ainda que, se forem considerados trabalhadores em regime híbrido, percentual sobe para 33%.

capa: Norte também tem maior percentual de trabalhadores que mudariam de emprego se fossem obrigados a trabalhar presencialmente — Foto: Getty Images via BBC.

A expressão do idioma inglês home-office passou a fazer parte do vocabulário de muitos trabalhadores brasileiros especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando foi preciso reduzir a aglomeração de pessoas em locais fechados. Com o fim da maior parte das restrições para evitar o contágio pela doença, a maioria voltou aos tradicionais escritórios para o trabalho presencial. A maioria, mas não todos.

Uma pesquisa apontou que Rio Branco, Belém, Boa Vista, Macapá, Manaus, Palmas e Porto Velho, capitais da região Norte, ainda têm 29% dos trabalhadores mantém exclusivamente o regime de trabalho remoto. O índice, segundo a pesquisa, é o maior do país.

O levantamento encomendado pela plataforma imobiliária QuintoAndar mostra ainda que, se considerados os trabalhadores que aderiram ao regime híbrido, o percentual sobe para 33%. Nesse esquema, os funcionários dividem os dias entre o trabalho presencial e remoto.

“Esse é o maior percentual entre as regiões. E mostra que, apesar de as empresas estarem optando por voltar paulatinamente ao presencial, há muito mais flexibilidade e mais compreensão por parte delas dessa nova dinâmica, onde a casa tem um novo significado”, ressalta o gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, Thiago Reis.

Ainda segundo a pesquisa, 57% dos trabalhadores ouvidos são funcionários de empresas menores, com até nove funcionários. Segundo a plataforma, essas empresas costumam ter mais trabalhadores em regimes não presenciais.

159 pessoas foram ouvidas no Norte do país. Os números também mostram que a segunda-feira é o dia em que mais pessoas costumam trabalhar em casa na região: 32% dos entrevistados. Por outro lado, a quarta-feira é o dia em que mais pessoas vão ao escritório, com 51%.

Questionados sobre a hipótese de serem obrigados a trabalhar exclusivamente no regime presencial, 47% dos trabalhadores afirmam que procurariam outro emprego caso fossem, o que também é o maior percentual entre as regiões, segundo a pesquisa.

“As pessoas criaram toda uma rotina de trabalho em casa. Algumas acharam um cantinho novo, outras deram o famoso ‘jeitinho brasileiro’ para conseguir continuar no home office. E a maioria, agora, não quer deixar isso para trás“, finaliza Reis.

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COTIDIANO

Mais de 100 animais de estimação ainda estão em abrigo no Parque de Exposições após enchente em Rio Branco

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São 84 cães e 35 gatos que continuam no abrigo que foi montado para famílias desabrigadas pela cheia. Departamento de Zoonoses diz que alguns animais aguardam seus tutores irem buscá-los.

Foto: Mais de 100 animais de estimação ainda estão em abrigo no Parque de Exposições após enchente em Rio Branco — Foto: Arquivo/Departamento de Zoonoses.

Mesmo com a vazante do Rio Acre, em Rio Branco, e muitas famílias que ficaram desabrigadas já retornando para suas casas, mais de 100 animais de estimação continuam no abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco. Segundo o Departamento de Zoonoses da capital, são 84 cães e 35 gatos que estão no local.

O gerente do departamento, Herbert Teixeira diz que muitas pessoas perderam tudo que tinham e, por isso, não conseguiram voltar para buscar seus bichinhos. Além disso, tem os animais que estavam abandonados nas áreas alagadas e foram levados ao abrigo. As equipes estão entrando em contato com os tutores para que comecem a retirar os pets.

“Temos vários gatos e cães que estamos aguardando ainda as pessoas virem buscar, algumas perderam casa, perderam tudo e essas não vão conseguir buscar mesmo, mas algumas a gente está ligando para arrumarem um meio de vir buscar e, se for o caso, estamos até entregando para elas. Devagar eles estão saindo, nesta quarta [19] saíram uns 8, e estamos com 120, juntando gato e cachorro”, disse o gerente.

São 84 cães e 35 gatos que continuam no abrigo que foi montado para atingidos pela enchente do Rio Acre — Foto: Arquivo/Departamento de Zoonoses

São 84 cães e 35 gatos que continuam no abrigo que foi montado para atingidos pela enchente do Rio Acre — Foto: Arquivo/Departamento de Zoonoses

Desde que o abrigo foi montado, o local já chegou a receber 687 animais de estimação, entre cães e gatos.

O local foi adaptado para receber os animais: ‘gatils’ para os gatos, e alojamentos para os cachorros. Eles são identificados, alimentados e recebem acompanhamento. Se a família tiver mais de um animal e que convivam bem, eles ficam juntos. Os que, porventura, foram abandonados e se encontram no abrigo, serão disponibilizados para adoção.

Enchente em Rio Branco

A capital acreana vivenciou a terceira maior enchente da história em 2023 e esta foi a mais rápida em termos de alcance de cotas históricas. O manancial chegou à marca de 17,72 metros no dia 2 de abril, são 3,72 metros acima da cota de transbordo, que é de 14 metros.

Pelo menos 75 mil pessoas foram atingidas, 42 bairros alagados e mais de 3,3 mil famílias que precisaram ser levadas a abrigos públicos. No total, mais de 15,4 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do manancial. Além disso, 27 comunidades rurais estão isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.

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