Abdel Rahman Juma Barkalla é acusado de liderar uma campanha marcada por violência sexual e de motivação étnica.
Os Estados Unidos impuseram sanções a Abdel Rahman Juma Barkalla, que dizem ser responsável por violações dos direitos humanos no Darfur Ocidental.
O Departamento do Tesouro dos EUA delineou uma série de sanções contra o comandante, chefe das operações das Forças de Apoio Rápido (RSF) em Darfur Ocidental, na terça-feira.
Barkalla, disse o departamento, tem sido “o principal responsável pelo violência contínua contra civis no Sudão desde maio de 2023”.
Barkalla liderou uma campanha violenta no oeste de Darfur, marcada por alegações credíveis de violações de direitos, incluindo violência sexual e de motivação étnica, afirmou, culpando-o por supervisionar o “terror desencadeado sobre a população local”. Especificamente, Barkalla esteve envolvido no sequestro e assassinato do governador da região, Khamis Abbaka, acrescentou o departamento.
“Os Estados Unidos continuam concentrados em apoiar o fim deste conflito e apelam a ambos os lados para que participem nas conversações de paz e garantam os direitos humanos básicos de todos os civis sudaneses”, disse o subsecretário interino do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira, Bradley Smith, num comunicado.
As sanções dos EUA contra Barkalla ocorrem poucos dias depois de um comitê do Conselho de Segurança da ONU também colocou o comandante na lista negraproibindo-o de viagens internacionais e congelando seus bens.
O comité da ONU impôs as mesmas sanções ao chefe de operações da RSF, Osman Mohamed Hamid Mohamed.
Em maioo Departamento do Tesouro dos EUA também impôs sanções a Mohamed, bem como ao comandante do grupo em Darfur Central, Ali Yagoub Gibril.
O Sudão tem sido assolado por um conflito mortal desde Abril de 2023 entre o seu exército, liderado pelo General Abdel Fattah al-Burhan, e a RSF, liderada pelo seu antigo vice, General Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido como “Hemedti”.
Especialistas da ONU estimam que a RSF, com o apoio das milícias árabes, matou entre 10.000 e 15.000 pessoas na capital de Darfur Ocidental, el-Geneina sozinho.
O conflito deslocou mais de 10 milhões de pessoas – incluindo 2,4 milhões que fugiram para outros países, criando uma das piores crises humanitárias globais, segundo dados da ONU.
Quase 25 milhões de pessoas – metade da população do Sudão – necessitam de ajuda, uma vez que a fome se instalou nos campos de deslocados.