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Família denuncia falta de medicamentos para tratamento de câncer em hospital no Acre

Parentes de idoso, que faz quimioterapia há três meses, tiveram que pagar R$ 1,2 mil por duas doses de remédio. Saúde diz que solicitou os remédios e aguarda entrega.

Foto de capa: Paciente faz tratamento no Hospital do Câncer, que fica na Fundhacre em Rio Branco — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre.

A família de um paciente do Hospital do Câncer do Acre afirma ter gastado até R$ 1,2 mil em duas doses de um medicamento que deveria ser oferecido na rede pública. Com câncer na próstata, Isaque Guimarães, de 69 anos, iniciou a quimioterapia há três meses e, desde então, a família paga pelo remédio docetaxel.

Além dessa medicação, Atalibas Aragão Guimarães, filho do idoso, disse que a rede pública parou de oferecer também o medicamento zometa, outro usado no tratamento.

“Ele tomava uma dose desse [zometa] todo mês, só que neste último mês não tinha mais, não tomou. Não procuramos na rede particular, mas deve custar uns R$ 2 mil. Pagamos R$ 1,2 mil em duas doses do docetaxel. Desde que começou tomou apenas uma dose pelo SUS”, acrescentou.

A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que já solicitou os remédios ao fornecedor, que deu um prazo até dia 20 de dezembro. Como não chegou o remédio, a Sesacre cobrou a entrega e o fornecedor deu um novo prazo, até dia 31 deste mês para entregar.

“A secretaria pediu vários remédios recentemente. Temos outros remédios faltando, mas como falei foi feita uma solicitação e estão chegando. Não chegaram todos porque nossa logística é muito difícil, mas foi feita a solicitação para toda rede de medicação”, complementou a secretária-adjunta de Assistência à Saúde, Paula Mariano.

Tratamento

Ainda segundo a família, há cerca de três meses que a unidade não oferece o remédio. Para continuar o tratamento do idoso, os parentes procuraram a rede particular, mas também está em falta.

“Na rede particular, disseram que ia chegar dia 26, mas não chegou, e a nova previsão é de chegar dia 6 de janeiro. A questão é que mesmo assim vamos ter que pagar”, criticou a nora do idoso, Mônica Souza.

Com quimioterapia marcada para esta segunda-feira (30), a parente revelou que a família tentou, inclusive, comprar um dos remédios no Rio de Janeiro, porém, não foi possível.

“Começou a fazer quimioterapia recentemente porque na próstata existe outras tentativas antes de entrar na quimio. Existe tratamento com hormonoterapia, só que não deu resultado e, na época, tivemos que pagar algumas coisas. Agora, os médicos optaram pela quimio”, lamentou.

Neste domingo (29), o idoso passou mal e foi levado para o hospital. Ele deve ficar internado para tratamento.

“Entramos em contato porque passou mal, teve uma reação, está com dor na perna e não consegue andar. A quimio estava marcada para amanhã [segunda, 30], mas não tem remédio”, concluiu. Por Aline Nascimento, G1 AC.

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