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Festival do Açaí é sucesso de público em Feijó

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Com os termômetros na casa dos 34 graus Celsius, o melhor lugar para estar em Feijó neste sábado, 10, era na praia do Rio Envira aproveitando a 20ª edição do famoso Festival do Açaí. E foi exatamente isso que milhares de pessoas fizeram ao longo do dia marcado pelo céu limpo e o calor tipicamente acreano.

Valdirene Souza, Valdemir Almeida e Afonso Rodrigues saíram de Rio Branco e percorreram quase 400 quilômetros com um só objetivo: aproveitar ao máximo o Festival do Açaí. O trio passou o dias as margens do Envira se refrescando do calor. Para eles, a qualidade da festa em Feijó é incomparável e já fazem até planos para o futuro.



“A praia este ano está maravilhosa e com este calor fica melhor ainda, a organização também está muito boa e a festa está do jeito que a gente gosta. Valeu muito a pena estar aqui e, com toda certeza, voltaremos no ano que vem para curtir esses dias com muito animação”, afirmou Valdirene.

Afonso Rodrigues era o mais empolgado entre os três. Catraieiro há 40 anos, ele ainda não conhecia as águas barrentas do Rio Envira. “É muito legal conhecer as belezas do interior do nosso estado e estou tendo essa oportunidade de estar aqui e aproveitar este momento com meus amigos e confesso que não tinha noção de como era esse festival e estou gostando muito”, disse.

“Os caçadores de festivais”

Everaldo Azevedo estava contando os dias para o início do Festival do Açaí. Junto com uma turma de sete pessoas, eles se consideram verdadeiros caçadores de festivais.

“Já fomos para o Carnaval fora de época de Brasileia, agora estamos aqui no Festival do Açaí de Feijó, vamos para o festival de Boca do Acre, depois vamos para a festa de Sena Madureira e ainda tem Fortaleza do Abunã. Eu não sei se temos dinheiro para bancar tudo isso, mas o gás nós temos”, brincou.

Bastante animado, Azevedo afirmou ainda que o Festival do Açaí é o lugar certo para quem procura diversão e elogiou a estrutura montada para os três dias da festa popular.

“Quem gosta de curtição, este é o lugar ideal porque eu acredito que a vida foi feita para ser vivida e essa galera que está aqui comigo é nota 10 porque só tem pessoas animados e quero parabenizar a organização desse festival porque esse ano realmente está muito diferenciado em relação aos outros”, ressaltou.

O camelô que saiu de Manaus para faturar em Feijó

Foi pelas redes sociais que o vendedor ambulante Raimundo Rozo descobriu que o Festival do Açaí seria realizado este mês. Nem mesmo os quase 2 mil quilômetros de distância foram empecilho para o camelô marcar presença em Feijó e ainda faturar com a venda de copos, bonés e camisetas personalizadas da cantora Joelma, a principal atração musical deste ano.

“Saí de Manaus de ônibus e enfrentei as péssimas condições da BR 319 até Porto Velho e depois segui aqui para Feijó. Confesso que foi uma verdadeira saga chegar”, comentou.

Há 10 anos, Raimundo comercializa seus produtos nas mais diversas festas populares dos estados das regiões Norte e Nordeste do país.

Rozo conta que está bastante confiante com as vendas durante o evento. “O festival realmente está muito bom e as vendas estão bombando e tenho certeza que no dia do show da Joelma vamos acabar com todo o nosso estoque e valeu muito a pena todo o esforço para vir aqui em Feijó”, comemorou.

Empresários estão otimistas com o Festival

Com expectativa de receber 30 mil pessoas durante a festa, o alto fluxo de pessoas das mais diversas cidades acreana e de outros estados movimenta positivamente a comercialização do produto mais famoso de Feijó, o açaí.

A empresária Julia Bento trabalha na venda do vinho amazônico há seis anos. Somente nos três dias do festival, ela espera vender três mil litros de açaí.

“Trabalhamos com a venda do açaí cremoso para o público aqui na feira e percebemos que a aceitação está sendo muito boa e a nossa expectativa maior se concentra no último dia do festival porque as pessoas deixam para o comprar o açaí em litro quando estão retornando para suas cidades e para atender essa grande demanda, toda nossa produção está voltada para cá”, frisou.

O empresário Thiago Marques resolveu ousar. Pela primeira vez, seu food truck de crepes suíços saiu de Rio Branco para um município do interior do estado. Para chegar até Feijó com segurança, foram necessárias 11 horas de viagem.

Apesar do esforço, Marques está confiante e espera sair do festival com saldo positivo. “Nossa expectativa é a melhor possível porque esta festa já é bem conceituada no estado do Acre e estamos apostando que nossas vendas serão ótimas”, respondeu.

Polícia Militar e Corpo de Bombeiros presentes no evento

A edição 2019 do Festival do Açaí vem sendo marcada como a mais segura dos últimos anos. Até o momento, nenhuma ocorrência grave foi registrado pela Polícia Militar.

Segundo o comandante da PM em Feijó, capitão José Augusto de Souza, a presença ostensiva dos policiais de maneira integral tem sido essencial para assegurar a tranquilidade do evento.

“Mesmo com a grande quantidade de pessoas que superou nossas estimativas, conseguimos executar a segurança a contento de maneira que nada de grave aconteceu e estamos preparados para agir quando for necessário”, citou.

Por dia, 55 policiais militares ficam responsáveis pelo patrulhamento e garantia da ordem durante as festividades. Além de Feijó, foram destacados PM’s de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Tarauacá de maneira que o policiamento nos demais bairros não seja alterado.

O Corpo de Bombeiros também se faz presente durante o dia no monitoramento e prevenção de banhistas no Rio Envira. São 16 militares e outros 8 guarda-vidas. Segundo o aspirante a oficial Josadac Cavalcante, não houve registro de incidentes aquáticos.

“Nosso maior desafio é manter os banhistas dentro do perímetro estabelecido pelo Corpo de Bombeiros porque sempre existem aqueles que ultrapassam esta área e com isso tem o trânsito de embarcações e são situações como essa que podem acontecer acidentes”, afirmou.

O Festival do Açaí 2019 termina neste domingo, 11. A grande atração da noite fica por conta da cantora Joelma. O show da atração nacional será gratuito e a organização do evento espera público recorde.

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Equipe do TJAC apresenta projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para colégios de Cruzeiro do Sul

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Planos de trabalho estão sendo desenvolvidos com as seis unidades escolares públicas selecionadas para participar da iniciativa  

A equipe do Núcleo Permanente de Justiça Restaurativa (NUPJR) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou na última quinta-feira, 11, no auditório do Núcleo da Secretaria de Educação do Acre, uma palestra de apresentação do projeto “Justiça Restaurativa nas Escolas” para as diretoras e diretores dos colégios de Cruzeiro do Sul que farão parte desta iniciativa.



Segundo a servidora do NUPJR, Mirlene Taumaturgo, a ação além de atender ao Termo de Cooperação estabelecido entre o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), oportuniza o cultivo de habilidades resolutiva dentro da comunidade escolar, relevante para solução de pequenos conflitos.

Nesta primeira edição do projeto na cidade de Cruzeiro do Sul, foram selecionadas para participar as escolas públicas: Dom Henrique Ruth, Professor Flodoardo Cabral, João Kubitschek, Absolon Moreira, Craveiro Costa e Professora Quita. 

Diálogo entre servidores 

Durante a estadia em Cruzeiro do Sul, a equipe do NUPJR dialogou sobre o impacto positivo da implementação de competências da justiça restaurativa no ambiente de trabalho, com as servidoras da comarca de Cruzeiro do Sul, Rozélia Moura e Rasmilda Melo, ambas integrantes do curso de formação em justiça restaurativa voltado para o Judiciário.   

 

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MPAC e Polícia Militar cumprem mandados judiciais contra investigados por ameaça a desembargador

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Promotoria Criminal de Feijó, em conjunto com a Polícia Militar do Acre (PMAC), deflagrou nesta quarta-feira, 17, a “Operação Algar”, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra dois investigados no município de Feijó.

A operação faz parte do procedimento de investigação criminal instaurado pelo MPAC para apurar a prática do crime de ameaça perpetrado contra um desembargador do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Durante as buscas, foram apreendidas duas armas de fogo além de celulares e mídias.



Conforme informações contidas nos autos, a ameaça ocorreu em decorrência da atividade jurisdicional do desembargador no julgamento que gerou a inelegibilidade de um ex-prefeito do município.

Considerando a necessidade de aprofundar as investigações, especialmente na identificação de possíveis coautores da ameaça, o MPAC solicitou o afastamento da garantia à inviolabilidade da intimidade e do domicílio, conseguindo a expedição do mandado de busca e apreensão, com autorização para acessar dispositivos eletrônicos móveis, bem como a suspensão da posse e porte de arma dos investigados, apontados como o autor direto e mandante da ameaça, e seu irmão, apontado como possível executor.

O nome da Operação Algar faz referência ao sinônimo da palavra “cova”, pois no contexto da ameaça, foi mencionado que o desembargador seria levado “para o buraco”.

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Embrapa do Acre alerta para o surto da mandarová, lagarta que é a maior ameaça à cultura da macaxeira no estado

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O maior inimigo da cultura da macaxeira no Acre, uma atividade estratégica para a economia do Estado, tem nome, é bem pequena, mas tem um poder devastador.

A mandarová, uma lagarta que é capaz de destruir plantações inteiras em poucos dias. O combate aquela que é considerada hoje o maior inseto-praga das plantações de macaxeira é um desafio para diminuir o surto que, conforme registros da Embrapa, chegou ao Acre pela primeira vez em 1980.



Em um artigo, o biólogo Rodrigo Souza Santos, doutor em Entomologia Agrícola e pesquisador da Embrapa Acre, alerta sobre os cuidados necessários para evitar a destruição dos plantios pela lagarta. As orientações vão desde o uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, que podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área, até a catação manual e até a produção de um inseticida biológico, produzido a partir das próprias lagartas mortas, que pode ser “fabricado” pelos próprios produtores rurais.

Leia o artigo abaixo na íntegra:

Surto populacional de insetos: o caso do mandarová-da-mandioca no Vale do Juruá

A mesorregião do Vale do Juruá corresponde a oito municípios do estado do Acre (Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão), com área de 85.448 km² e população aproximada de 250 mil habitantes. A farinha de mandioca desempenha importante papel socioeconômico para as populações rurais acreanas, especialmente do Vale do Juruá. Além de gerar trabalho e renda no campo, é componente básico da dieta alimentar de grande parte das famílias. Em 2018, a tradicional farinha produzida em Cruzeiro do Sul entrou para a lista de produtos com selo de indicação geográfica, que atesta sua procedência e qualidade.

A produção de mandioca é uma atividade estratégica para a economia acreana, mas, como toda cultura agrícola, enfrenta entraves que podem representar ameaça ao fortalecimento desse arranjo produtivo local, destacando-se a incidência de pragas. Atualmente os insetos-praga associados ao cultivo da mandioca no estado do Acre são: a mosca-das-galhas [Jatrophobia brasiliensis (Rüebsaamen)], mosca-branca [Bemisia tabaci (Genn.)], percevejos-de-renda [Vatiga manihotae (Drake), Vatiga illudens (Drake) e Gargaphia opima (Drake)], formigas-cortadeiras [Atta spp. e Acromyrmex sp.], broca-da-haste [Sternocoelus sp.] e o mandarová-da-mandioca [Erinnyis ello (L.)]. Esse último é considerado o inseto-praga mais importante da cultura, devido aos danos que provoca em altas infestações.

O mandarová-da-mandioca, conhecido como “gervão”, “mandarová”, “mandruvá” ou “lagarta-da-mandioca”, é uma mariposa (ordem Lepidoptera) com 90 mm de envergadura, coloração acinzentada e faixas pretas no abdome. As asas anteriores são de coloração cinza e as posteriores são vermelhas com bordos pretos. Na fase jovem, os insetos causam danos às suas plantas hospedeiras, visto que as lagartas são herbívoras vorazes, podendo consumir até 12 folhas bem desenvolvidas em 15 dias. Por outro lado, quando adultos, se alimentam de néctar e não causam danos à cultura.

Todo inseto herbívoro é classificado como praga a partir de seu nível populacional e nível de dano que provoca na planta hospedeira. No estado do Acre, frequentemente são registrados surtos do mandarová em plantios de mandioca, especialmente na região do Vale do Juruá, mas também já houve registro de surto populacional desse inseto-praga em cultivos de seringueira. Entretanto, o mandarová é um inseto polífago, podendo se alimentar de mais de 35 espécies de plantas.

Um surto populacional de insetos é um evento de alta complexidade, determinado por diversos fatores (bióticos e/ou abióticos) interligados, extremamente difícil de se prever. No entanto, algumas situações certamente contribuem para ocorrência desse evento, tais como: 1) monocultivo – sistema de produção que simplifica o ecossistema e permite aos insetos acessarem grande quantidade de recurso alimentar, geralmente em plantas com baixa diversidade genética; 2) temperatura, luminosidade, umidade e precipitação – os insetos necessitam de condições abióticas ótimas para se desenvolverem e reproduzirem; 3) controle biológico natural – os inimigos naturais (predadores, parasitoides e entomopatógenos) são responsáveis pela regulação de populações de insetos herbívoros em condições naturais. Assim, a ausência de inimigos naturais permite que os herbívoros se proliferem mais rapidamente; e 4) potencial biótico do inseto-praga – cada espécie de inseto possui uma capacidade máxima de reprodução, que é determinada, dentre outros fatores, pela duração de seu ciclo de vida e tamanho da sua prole, em condições ideais.

A literatura aponta que o primeiro surto do mandarová em cultivo de mandioca no Acre ocorreu em 1980, seguido de outros dois em 1993 e 1998, com perdas de até 60% na produção. Posteriormente, datam surtos de menor magnitude em 2002 e 2007, e surtos mais recentes na região do Vale do Juruá, registrados em 2019, na Terra Indígena Carapanã, localizada à margem do Rio Tarauacá, e em 2023, em propriedades rurais de Cruzeiro do Sul. Em 2014 foram registrados surtos do mandarová em seringais comerciais de sete municípios acreanos.

A catação manual, com eliminação das lagartas por esmagamento ou corte com tesoura, é recomendada para cultivos de mandioca de até 2 ha. A eliminação de plantas invasoras hospedeiras à praga, presentes na plantação ou em suas imediações é outra alternativa para minimizar os riscos de surtos. No que tange ao controle químico, atualmente 22 produtos estão registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária para o controle do mandarová na cultura da mandioca. É importante ressaltar que a aquisição e utilização de qualquer inseticida devem ser recomendadas por um engenheiro-agrônomo, seguindo-se o receituário agronômico apropriado, além da observância quanto ao uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Existem insetos predadores e parasitoides associados ao mandarová atuando no controle biológico do inseto em campo. No entanto, o principal agente de controle biológico natural é o Baculovirus erinnyis, um vírus específico do inseto, que não causa danos em humanos. Aproximadamente 4 dias após a ingestão do vírus pelas lagartas surgem os primeiros sintomas de infecção no organismo do inseto (descoloração da lagarta, perda dos movimentos e da capacidade de se alimentar). No estágio final da infecção, as lagartas morrem e ficam dependuradas nos pecíolos das folhas.

Para produção desse inseticida biológico, lagartas recém-mortas são coletadas e maceradas com uso de aproximadamente 5 mL de água pura. Essa mistura deve ser coada em um pano fino e limpo, resultando em um líquido viscoso que pode ser acondicionado em embalagem plástica tipo “sacolé” e congelado por prazo indefinido. Para ser utilizado, o produto deve ser descongelado e diluído em água limpa, na proporção de 100 mL do extrato por hectare, para pulverização no campo. O uso do baculovírus pode controlar até 98% das lagartas nos primeiros 3 dias após a aplicação, quando realizada em lagartas jovens, entre o primeiro e terceiro instar (até aproximadamente 3 cm de comprimento).

Rodrigo Souza Santos é Biólogo, doutor em Entomologia Agrícola, pesquisador da Embrapa Acre, Rio Branco, AC

Fotos: Embrapa/AC.

O monitoramento do cultivo é essencial para a tomada de decisão sobre a época e formas de controle do mandarová. Armadilhas atrativas, com uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área.

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