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Indígenas venezuelanas que vivem em abrigo no AC ganham coletores menstruais em ação no Dia do Imigrante

Mulheres da etnia Warao, a maior da Venezuela, receberam coletores menstruais distribuídos pela Defensoria Pública do Acre (DPE-AC) nesta sexta-feira (25), quando é celebrado o Dia do Imigrante. A ação foi feita na Chácara Aliança, em Rio Branco, onde 15 famílias indígenas estão instaladas desde o mês de março.

Foram entregues 16 coletores para mulheres e adolescentes indígenas. A DPE-AC destacou que a ação foi feita para incentivar práticas sustentáveis das mulheres durante o período menstrual.

Ao todo, há 65 indígenas instalados atualmente na Chácara Aliança.

Os indígenas começaram a buscar abrigo no Acre em 2019. No início de 2020, o governo alugou um novo abrigo para acomodar os estrangeiros, que antes estavam em um abrigo no bairro Cidade do Povo, em Rio Branco. O grupo foi levado para a Chácara Aliança.

A chácara Aliança já foi abrigo, no passado, para os imigrantes haitianos e senegaleses entre os anos de 2014 e 2016, quando eles usavam o Acre como rota para tentar chegar em outras regiões do país. Cinco anos depois, o espaço volta a abrigar imigrantes, desta vez, venezuelanos que fogem da crise no país.

Indígenas venezuelanos foram transferidos para novo abrigo no final de março — Foto: Lucas Oliveira: Seasdhm

Indígenas venezuelanos foram transferidos para novo abrigo no final de março — Foto: Lucas Oliveira: Seasdhm

Ajuda

No Acre, desde que se intensificou a crise na Venezuela, já passaram pelo menos 2,5 mil imigrantes venezuelanos, desde o ano de 2019, segundo informou Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (Seasdhm).

Os indígenas começaram a chegar ao estado acreano em setembro de 2019 em busca de refúgio e abrigo, fugindo da crise no país e, desde então, é comum encontrá-los em semáforos pedindo ajuda.

O grupo passou a viver em condições subumanas em um prédio abandonado que fica no Bairro da Base, próximo ao Centro de Rio Branco, depois que foi despejado da casa onde vivia por não ter como pagar aluguel. Até que foram levados para o abrigo público.

Crise migratória no Acre

Em fevereiro deste ano, mais uma vez, o fluxo de imigrantes no Acre voltou a chamar atenção, devido à tensão registrada na cidade de Assis Brasil, que faz fronteira com o Peru. O município, que tem 7.534 habitantes, registrou naquele mês um grande fluxo de imigrantes retidos porque o Peru fechou a fronteira e o grupo, que saiu do Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Sudoeste do país, não conseguia deixar o Brasil.

Cerca de 400 imigrantes chegaram a ocupar a Ponte da Integração que liga a cidade acreana de Assis Brasil, na fronteira com o Peru, no dia 14 de fevereiro. Três dias após ficarem acampados, os imigrantes invadiram a cidade de Iñapari e entraram em conflito com a polícia peruana, mas, foram obrigados a voltar.

Após quase um mês de ocupação, os imigrantes deixaram de forma pacífica a ponte e voltaram para os abrigos fornecidos pela prefeitura da cidade, em duas escolas.

No domingo (20), um grupo de cerca de 80 imigrantes chegou ao município de Assis Brasil, no interior do Acre, e foi impedido de passar para o lado peruano. Uma barreira policial na Ponte da Integração, que liga os dois países, tem mantido a fronteira fechada.

Conforme o secretário de Assistência Social de Assis Brasil, Quedinei Correia, o grupo, formado por homens, mulheres e crianças, de maioria haitiana e africana, caminhou até a ponte e ao ser informado de que não poderia passar para o país vizinho, retornou para a cidade acreana e está hospedado em hotéis.

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