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Mais de 420 mil crianças afetadas por seca recorde na Amazônia: ONU | Notícias sobre a crise climática

O chefe da UNICEF insta os líderes na próxima cimeira COP29 no Azerbaijão a aumentarem o financiamento climático para as crianças.

Mais de 420 mil crianças na bacia amazônica foram afetadas por “níveis perigosos” de escassez de água e seca em três paísesde acordo com as Nações Unidas.

A seca recorde, em curso desde o ano passado, está a afetar as comunidades indígenas e outras comunidades no Brasil, na Colômbia e no Peru que dependem de ligações de barco, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) antes da cimeira sobre alterações climáticas COP29 em Baku, Azerbaijão. .

“Estamos testemunhando a devastação de um ecossistema essencial do qual as famílias dependem, deixando muitas crianças sem acesso a alimentos, água, cuidados de saúde e escolas adequados”, disse a Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell, num comunicado na quinta-feira.

“Devemos mitigar os efeitos das crises climáticas extremas para proteger as crianças de hoje e das gerações futuras. A saúde da Amazônia afeta a saúde de todos nós.”

A agência da ONU apelou aos líderes para que implementem ações críticas, incluindo “um aumento dramático” no financiamento climático para crianças.

A insegurança alimentar resultante na Amazónia aumentou o risco de desnutrição infantil, afirmou, enquanto o menor acesso à água potável poderia estimular um aumento de doenças infecciosas entre as crianças.

Em Amazônia do Brasil só na região, mais de 1.700 escolas e 760 clínicas médicas tiveram de fechar ou tornaram-se inacessíveis devido ao baixo nível dos rios.

Na Amazônia colombiana, a falta de água potável e alimentos forçou 130 escolas a suspender as aulas. No Peru, mais de 50 clínicas estavam inacessíveis.

A UNICEF disse que precisa de 10 milhões de dólares nos próximos meses para ajudar as comunidades afectadas nesses três países, nomeadamente fornecendo água e enviando brigadas de saúde.

Agências de observação meteorológica, como o Observatório da Terra da agência espacial dos Estados Unidos NASA e o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, afirmam que a seca na bacia amazônica desde o segundo semestre do ano passado foi causada pelo fenômeno climático El Nino de 2023-2024 no Pacífico.

A insuficiência de chuvas e a redução dos rios vitais da floresta tropical exacerbaram os incêndios florestais, interromperam a produção de energia hidroeléctrica e secaram colheitas em partes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Especialistas brasileiros disseram que a culpa também é da crise climática.

Apesar da série de reveses ambientais em toda a Amazônia, a Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, disse que é “possível” que os governos “enfrentem as mudanças climáticas”.

Silva fez a declaração na quarta-feira depois que o governo informou que o desmatamento na Amazônia brasileira caiu em cerca de 30 por cento nos 12 meses até Julho, em comparação com o mesmo período do ano anterior – a menor área destruída na maior floresta tropical do mundo em nove anos.

Quando voltou como presidente do Brasil, há dois anos, Luiz Inácio Lula da Silva prometeu intensificar a aplicação das leis ambientais para controlar o desmatamentoque disparou sob seu antecessor, Jair Bolsonaro.

“O que foi apresentado aqui hoje é fruto do nosso trabalho”, disse Silva.

Em julho, a Colômbia, vizinha do noroeste do Brasil, também relatou um histórico Redução de 36 por cento no desmatamento em 2023.



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