Ministra do Interior alemã, Nancy Faeser sugeriu que alguns sírios que procuraram refúgio na Alemanha, sob certas condições, poderão ter de regressar ao seu país, após a queda do Presidente Bashar al-Assad.
Os comentários de Faeser seguem uma decisão da Alemanha tomada poucos dias depois de grupos rebeldes em Sírialiderado pelo Islamista Hayat Tahrir al-Sham (HTS)derrubou o ex-presidente após um conflito de uma década, para colocar um pausa no processamento de pedidos de asilo para sírios.
O que disse o ministro do Interior alemão sobre os refugiados sírios?
“Como estipula a nossa lei, o Departamento Federal para Migração e Refugiados (BAMF) irá rever e revogar as concessões de proteção se as pessoas já não precisarem desta proteção na Alemanha porque a situação na Síria se estabilizou”, disse Faeser ao Funke Media Group, uma grande editora. dos jornais alemães, numa reportagem publicada no domingo.
“Isto aplicar-se-á então àqueles que não têm direito de residência por outras razões, como trabalho ou formação, e que não regressam voluntariamente à Síria”, acrescentou Faeser.
Faeser sublinhou, no entanto, que “aqueles que estão bem integrados, empregados, aprenderam alemão e encontraram aqui um novo lar deveriam ser autorizado a permanecer na Alemanha.”
Ela disse que os sírios que desejam regressar devem ser apoiados, enquanto os criminosos e os islamitas devem ser deportados o mais rapidamente possível.
“Ampliamos enormemente as opções legais para isso e iremos utilizá-las assim que a situação na Síria permitir”, acrescentou Faeser.
Os refugiados sírios permanecerão na Alemanha?
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A Alemanha abriga quase 1 milhão de sírios
Atualmente, cerca de 975.000 sírios vivem na Alemanhade acordo com o Ministério do Interior.
A maioria chegou depois de 2015, fugindo da guerra civil síria. Mais de 300 mil receberam o estatuto de proteção subsidiária, o que significa que as autoridades reconhecem que enfrentariam sérios perigos se regressassem ao seu país de origem.
Apesar dos comentários de Faeser, a Alemanha ainda não indicou qual a posição que irá assumir relativamente à nova liderança da Síria. Até agora, tem agido com cautela, sublinhando a importância da governação inclusiva para os antigos rebeldes.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, viajou a Damasco na sexta-feira para “discutir se um processo político tão inclusivo é possível e se os direitos humanos podem realmente ser garantidos”.
No entanto, os comentários de Faeser também podem ser vistos no contexto das próximas eleições na Alemanha, com os debates sobre a imigração a ocupar cada vez mais espaço nas mensagens dos principais partidos ao eleitorado.
ess/ab (AFP, Reuters, dpa)
