
Hector Mairena se reúne em uma cafeteria nos arredores de San José, capital da Costa Rica, para falar sobre os movimentos de resistência, na diáspora nicaragüense, ao poder sandinista mantido em Manágua por Daniel Ortega, chefe de Estado, e sua esposa e co-presidente, Rosario Murillo. “É um lugar discreto, uma medida de segurança”explicou ele por telefone. Esta cautela é observada pela maioria dos opositores exilados da Nicarágua. Quando um cliente entra pela porta do café, Hector o encara e abaixa a voz.
Este executivo de um partido político proibido na Nicarágua lembra dois ataques, cometidos em setembro de 2021 e janeiro de 2024 na Costa Rica, contra o exilado nicaragüense João Maldonado. Esta figura da revolta popular de 2018 contra o regime, e o seu companheiro sobreviveram a vários tiros disparados de uma moto. A polícia judiciária da Costa Rica reuniu fortes indícios da ação de uma célula liderada pela Nicarágua.
“San José se tornou o centro de operações da oposição, porque (a cidade) Leste quatro horas de carro de Manágua. A ditadura sabe disso e está nos observando. Devemos evitar outros ataques e infiltrações nas redes”insiste Hector Mairena, que atribui a responsabilidade destes tiroteios à embaixada da Nicarágua em San José e, a montante, ao casal no poder, em particular a Rosario Murillo, que os ataca, retira-lhes a nacionalidade e confisca os seus bens.
Você ainda tem 85,06% deste artigo para ler. O restante é reservado aos assinantes.
