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No Brasil, duas explosões na Place des Trois-Pouvoirs levantam temores de um ataque às instituições

Polícia brasileira no local da explosão na Praça dos Três Poderes, Brasília, 13 de novembro de 2024.

Um cadáver caído no meio da noite na Place des Trois-Pouvoirs, coração da democracia brasileira: a imagem foi veiculada na quarta-feira, 13 de novembro, em todos os canais de notícias. A confirmarem-se os factos, o país ver-se-ia assim confrontado com um acontecimento de gravidade sem precedentes, um ataque bombista contra as suas mais altas instituições.

Segundo relatos iniciais vagos divulgados pela imprensa, uma primeira detonação ressoou por volta das 19h30 nesta vasta praça de Brasília cercada pelo Congresso, pelo palácio presidencial do Planalto e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O suposto autor foi rapidamente encontrado morto, com o corpo caído no concreto, próximo ao STF.

O homem aparentemente tentou em vão entrar na instituição judicial, antes de lançar um explosivo de natureza ainda indeterminada contra o edifício. Ele foi atingido por destroços de sua própria máquina? Ou ele teria decidido acabar com sua vida explodindo-se? Segundo vários meios de comunicação, o autor do crime transportava um cinto explosivo, deixando aberta a possibilidade de um ataque suicida.

Poucos momentos depois, uma segunda explosão atingiu a entrada do anexo 4 da Câmara dos Deputados, localizado a algumas centenas de metros da Place des Trois-Pouvoirs, e que alberga os gabinetes dos parlamentares. A causa foi a explosão de um veículo pertencente, segundo a polícia, ao homem encontrado morto próximo ao STF, a algumas centenas de metros de distância.

Nenhum funcionário ficou ferido pelas explosões que ocorreram fora dos edifícios. O Congresso e o STF foram rapidamente evacuados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então reunido em sua residência oficial no Alvorada, localizada 4 quilômetros ao leste, não esteve presente em seu local de trabalho.

Crenças políticas extremas e até paranóicas

Poucos minutos foram suficientes para que a polícia identificasse o autor dos acontecimentos e as suas motivações preocupantes. Trata-se de Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, serralheiro, natural de Rio do Sul, cidade do interior de Santa Catarina (sul).

Nas fotos, “Tiu França” (seu apelido) costuma aparecer jovial, careca e com o rosto invadido por copos grandes, uma bandeira do Brasil ou uma taça de vinho na mão. Segundo a imprensa, o homem sofreu recentemente de graves distúrbios psicológicos após um difícil divórcio. Quebrado, mudou-se então para Brasília e vegeta em uma favela da cidade.

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