A heroína de Rasgaré ela: um vestido de noiva para a alteza real, britânica clarouma maravilha de camadas de cetim, organza, tule e pérolas bordadas. Tudo começa nela, neste espetáculo que conquistou corações quando Caroline Guiela Nguyen criou-o, no Festival de Avignon, em julho de 2024, e que agora se apresenta nos Ateliers Berthier do Odéon-Théâtre de l’Europe, em Paris, antes de uma longa digressão internacional. A partir desta obra, deste troféu para uma princesa que deve desempenhar o seu papel, o autor e realizador desvenda o fio de uma história cativante, de elevada intensidade emocional, sobre a violência escondida por detrás dos sonhos dos grandes deste mundo: um véu de lágrimas e dor, arejadas como uma respiração ou um suspiro.
A criação de figurinos está, portanto, no centro do espetáculo, numa série de mise en abyme que se encaixam com a mesma leveza vaporosa. A cargo: o figurinista Benjamin Moreau, que acompanha a realizadora desde o seu início, e as oficinas do Théâtre national de Strasbourg (TNS), uma das últimas casas de França a ainda ter uma unidade fabril permanente e de know-how proveniente de uma longa herança.
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