
Já passa do meio-dia desta quinta-feira, 21 de novembro, quando François Bustillo entra no pátio do bispado de Ajaccio. É o grande momento. Aquele em que o cardeal deverá finalmente anunciar oficialmente a chegada do Papa Francisco à Córsega no domingo, 15 de dezembro. E então não. “Este dia é importante para nóscomeça ele, diante da imprensa local. Estamos falando da chegada do Papa. Posso dizer que o projeto está aí. O Papa deveria vir. » Sempre essa famosa condicional que acaba te fazendo sorrir. Sempre a mesma cautela nos discursos oficiais, que rapidamente desaparece nas discussões privadas. A causa? “Alguns ajustes administrativos e diplomáticos”, adverte Dom Bustillo. Aguardamos a luz verde oficial do Vaticano e especialmente do Eliseu. Afinal, o soberano pontífice continua a ser chefe de Estado e um convite oficial da França deve ser enviado a ele.
Foi, portanto, necessário esperar até sábado para que a coisa fosse oficialmente confirmada por um comunicado de imprensa do Vaticano. Na sua terceira viagem a França, depois Estrasburgo em 2014 et Marselha em 2023Francisco viajará, portanto, para a Córsega – uma novidade histórica para a ilha, que nunca recebeu a visita de um papa – para participar de uma conferência sobre “religiosidade popular no Mediterrâneo”. O anúncio pôs fim a várias semanas de suspense, reuniões e telefonemas mais ou menos escondidos. Chegou agora a hora de três semanas intensas de preparação para aquele que já se configura como um acontecimento excepcional, aguardado por toda a comunidade católica da Córsega.
Esta visita tornou-se um segredo aberto. Uma delegação do Vaticano, liderada pelo Núncio Apostólico Celestino Migliore, visitou o local nos dias 14 e 15 de novembro para avaliar a segurança das instalações. Cerca de quarenta pessoas, incluindo membros dos serviços do Estado, da diocese de Ajaccio e do município, realizaram o reconhecimento para traçar as grandes linhas de um programa que foi transmitido ao Vaticano no fim de semana passado para validação. O cardeal Bustillo, bispo de Ajaccio, estava até pronto para fazer o grande anúncio no sábado, depois de uma missa em Bastia, mas o seu ardor já tinha foi acalmado pela agenda do Vaticano.
100.000 pessoas esperadas em Ajaccio
Os planos foram finalmente validados na terça-feira, 19 de novembro, junto aos serviços de segurança do Papa. O destaque desta visita será o local de Casone, uma esplanada arborizada em Ajaccio, dominada pela estátua de Napoleão Bonaparte e que pode acomodar cerca de 8.000 fiéis, onde uma missa ao ar livre será celebrada pelo Papa. Esta opção, pelo seu significado simbólico, foi defendida com unhas e dentes pela cidade, em particular pelo primeiro deputado, Alexandre Farina, o “Sr. Venue du papa” da Câmara Municipal.
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