Perto da estação Termini de Roma, o Hotel Mediterraneo evoca uma cápsula do tempo. Projetado em 1938, sob o regime fascista, em antecipação a uma exposição universal que nunca se realizaria devido à guerra, está decorado com mobiliário de época e mantém um aspecto próximo do que tinha no dia da sua inauguração. Este é também o caso dos 242 quartos congelados no tempo. Todo o estabelecimento está classificado, colocado sob o controlo do Ministério do Património Cultural, parte do património arquitectónico da escola racionalista, que se desenvolveu na capital nas décadas de 1920 e 1930.
Trabalhos de marchetaria nas paredes do lobby brilham ao lado de mármores policromados que copiam bustos de grandes homens da Antiguidade. Mármore ainda nos degraus da grande escadaria e no piso dos elevadores que levam os hóspedes e visitantes do hotel por algumas horas ao bar do último andar e ao seu terraço com vista para os telhados de Roma.

É possível ficar em Roma sem gastar muito. Na área cosmopolita da estação Termini de Roma, o Generator, um estabelecimento entre um albergue da juventude e um hotel boutique, oferece quartos básicos, mas confortáveis – e decorados com bom gosto – com banheiro próprio; mas também lugares em dormitórios aconchegantes, alguns dos quais do mesmo sexo, destinados a jovens viajantes do sexo feminino. O terraço na cobertura com vista para a cidade não tem nada a invejar dos hotéis de alto padrão! Você pode tomar algumas bebidas lá ao anoitecer. Aqui, a maior parte da clientela tem menos de 30 anos; o café e lounge bar – com as suas grandes poltronas de vime – convidam a aperitivos tardios e reuniões internacionais.
No Hotel Locarno, o velho nunca sai de moda. Este estabelecimento de cinco estrelas inaugurado em 1925 preservou, através da sua restauração realizada oitenta anos depois, a atmosfera da sua época dourada, evocando o mundo dos grandes viajantes de outrora. Segundo Damiano Scaringi, um de seus gestores, nos deparamos com muitas “bons fantasmas” como a do cineasta Federico Fellini (1920-1993), frequentador assíduo por aqui. Mais recentemente, o diretor Wes Anderson ficou e trabalhou lá, sem dúvida encontrando na decoração o perfume da doce nostalgia que permeia seus filmes.
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