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os bastidores da vitória do republicano

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acompanhou a apuração dos votos em um resort de luxo em Palm Beach, na Flórida, em um ambiente marcado pela descontração e pela confiança na vitória desde o início, com discurso em agradecimento a Deus e exaltação à sua própria forma física.

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Uma placa orientava o público de que filmagens eram proibidas no local, mas em momento algum foram recolhidos os celulares dos mais de 70 convidados que jantaram com o republicano em um espaço reservado do resort – e que puderam fazer registros em fotos.

“Apesar dos 78 anos, não perdi a vitalidade. Consegui fazer quatro comícios por dia e mais de 900 nessa campanha toda”, disse Trump a um seleto time de convidados, enquanto a apuração ainda não havia confirmado a sua vitória sobre a democrata Kamala Harris, contou à equipe da coluna o ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Ele estava no jantar junto com o filho, Gilson Machado Filho (PL), eleito vereador pelo Recife (PE) nas últimas eleições.

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Gilson e o filho foram os únicos brasileiros além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na festa em Mar-a-Lago, na Flórida, onde fica o resort de Trump. Os dois estavam entre as 70 pessoas que jantaram com Trump em uma sala reservada, distante 200 metros de um salão maior onde ficavam telões com os resultados da apuração em curso e mais de 200 convidados.

No jantar estavam os principais doadores de sua campanha, como Elon Musk, dono do X, da Tesla e da SpaceX, e Dana White, presidente do UFC. Segundo a imprensa americana, foram convidados doadores que contribuíram com pelo menos US$ 50 mil para a campanha.

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“Se alguém tinha dúvida que Deus existe, agora podem ter certeza, que estou vivo, que foi Deus quem tirou o rosto da trajetória da bala”, afirmou Trump, de pé, com um microfone na mão, segundo o ex-ministro de Bolsonaro, referindo-se ao comentar o atentado que sofreu na cidade de Butler, no estado da Pensilvânia, em julho deste ano.

Trump também prometeu aos presentes que “vai lutar pela liberdade” – o que, na interpretação dos bolsonaristas, significa ajudá-los a fustigar o Supremo Tribunal Federal por conta dos processos contra os golpistas do 8 de janeiro. Mas, segundo Machado, não fez menções ao Brasil nem a outro país nesse momento reservado.

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No menu do jantar, intitulado “Right for America”, as opções eram salada Ceasar, Filé Wellington (receita com filé mignon envolvido em massa folhada, com cogumelo e aspargos), peixe grelhado com beterraba, pistache, manjericão, além da a sobremesa Mar-a-Lago trio, formada por tortas de limão, chocolate e um minibolo de morango. (veja galeria abaixo)

“Quando Trump perdeu a eleição, o pessoal se afastou. E continuamos sempre visitando ele, criamos um vínculo de amizade”, disse Machado, explicando por que, entre tantos outros bolsonaristas, foi ele o convidado para o evento restrito. “Ele estava se sentindo com a missão de dever cumprido por fazer isso (se candidatar à presidente).”

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Taças de vinho tinto e branco chardonnay da marca do próprio Trump eram servidas ao longo da noite, enquanto se acompanhava o avanço da apuração no território americano, com o republicano abrindo vantagem sobre a adversária democrata nos Estados-pêndulo que selaram a sua vitória – Geórgia, Carolina do Norte, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.

Após o jantar, Trump foi para o salão onde os outros 200 convidados estavam num salão acompanhando a apuração em quatro telões instalados no resort, que estavam sintonizados na CNN e na Fox News, canal alinhado ao republicano. O público comemorava a cada parcial de votos e quando era confirmada a eleição de senadores republicanos, como o da Flórida, Rick Scott.

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O resort tem lavatórios revestidos de ouro nos banheiros e várias opções de lazer para os hóspedes, como restaurantes, campos de golfe, quadras de tênis e ginásios. Fica a 120km ao norte de Miami, no Estado da Flórida, que deu uma vitória esmagadora ao republicano. Lá, Trump obteve 56,1% dos votos, ante 43% de Kamala – uma vantagem de cerca de 1,5 milhão de votos.

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