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“Os Estados Unidos são um país ocidental? Podemos duvidar disso, já que os interesses americanos divergem agora dos da Europa”.

euAs declarações de Donald Trump durante a sua conferência de imprensa na terça-feira, 7 de janeiro, lançaram uma luz dura sobre a futura política externa do novo presidente. No entanto, eles não são surpreendentes. Primeiro porque ele já nos habituou a todos os excessos. Mas sobretudo porque têm um gostinho de déjà vu.

Sobre a fusão com o Canadá, em primeiro lugar: a sua anexação estava de facto prevista a partir do final do século XVIIIe século por Thomas Jefferson (presidente dos Estados Unidos de 1801 a 1809), e John O’Sullivan, um dos defensores do “destino manifesto”, sonhou com isso em voz alta em 1845. Depois, sobre a compra da Groenlândia: os Estados Unidos a haviam proposto já em 1867, ano da aquisição da Groenlândia. Alasca pela Rússia, e algumas décadas depois de comprar a imensa Louisiana (2,5 milhões de quilômetros quadrados) da França (em 1803).

Finalmente, no Canal do Panamá: em 1903, os Estados Unidos incentivaram a secessão do Panamá da Colômbia para levar a cabo o seu projecto de perfuração do canal interoceânico. Em troca do seu apoio ao novo Estado, obtiveram a “soberania titular” sobre a faixa de terra que rodeia o canal e mantiveram o controlo do mesmo até 1999, altura em que regressou à soberania panamenha, tal como o próprio canal.

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As observações de Donald Trump tendem a mostrar que estamos errados na interpretação do slogan «Tornar a América grande novamente» como um desejo de regressar aos anos 1945-1960, que marcaram o auge do poder internacional dos Estados Unidos. Na realidade, é no final do século XIXe século a que se referem, a este momento em que os Estados Unidos, que acabavam de unificar o seu território pela força, eram uma potência emergente preocupada exclusivamente com os seus interesses nacionais e ansiosa por construir um império, como as potências coloniais europeias.

Declínio do messianismo americano

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