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Pacientes do TFD atravessam rio e caminham cerca de 800 metros até aeroporto de cidade no AC

Pista de voo fica do outro lado do rio em Marechal Thaumaturgo. Prefeito diz que tenta parceria com governos estadual e federal.

A cidade de Marechal Thaumaturgo, no interior do estado, é considerada isolada por ter acesso apenas aéreo e fluvial. A particularidade do município é ainda mais grave quando o assunto é saúde.

Em casos de urgência ou de transporte pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD), os pacientes precisam atravessar o rio de canoa, percorrer ainda cerca de 800 metros e enfrentar uma escada de quase 70 metros.

O prefeito da cidade, que tem pouco mais de 18 mil habitantes, Isaac Pianko, disse que tem procurado alternativas e parcerias para facilitar esse percurso.

“A pista cria mais problemas. Só esse trajeto aqui cria uma situação complicada. É preciso construir uma ponte para ter acesso melhor ou fazer uma pista do lado para que a gente possa atender melhor a população. A parceria entre os governos estadual e federal é muito importante para que a gente consiga fazer essa manutenção, porque o único meio de sair daqui em uma emergência é de avião. Não tem outro jeito”, salienta.

Risco

Na última sexta-feira (1), Francisca Jaminauá, de 32 anos, teve que ser levada às presas para Cruzeiro do Sul após um quadro de eclâmpsia. Inconsciente e debaixo de chuva, ela enfrentou canoa, chuva, quase 1 km até a pista e a temida escada.

A cunhada dela, Maria das Dores Jaminauá, disse que a situação põe em risco a saúde da indígena e que é necessário repensar esse percurso.

“A médica ainda fez o possível e conseguiu fazer o parto da minha cunhada. Mas, é preciso mudar essa forma de levar o paciente, porque a pessoa está doente e ainda tem que enfrentar tudo isso. Isso é arrisca a nossa vida”, reclama.

O médico Pedro Pascoal, da UTI aérea, diz que a equipe sempre vai muito bem equipada, mas, mesmo assim, a peculiaridade do município acaba atrapalhando o socorro imediato.

“Existe uma particularidade que é essa travessia do rio, mas, a gente sempre prefere aguardar que a situação esteja mais segura para o transporte”, garante.

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