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Partilha no Congresso deve abrir espaço para bolsonarismo – 05/02/2025 – Poder

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Partilha no Congresso deve abrir espaço para bolsonarismo - 05/02/2025 - Poder

Thaísa Oliveira, Victoria Azevedo

A divisão das comissões da Câmara e do Senado pode abrir espaço para dois filhos de Jair Bolsonaro (PL) e alçar bolsonaristas a postos estratégicos no embate com o governo Lula (PT).

O Senado já dá como certa a ida de Flávio Bolsonaro (PL) para a Comissão de Segurança Pública, uma das áreas de maior preocupação dos brasileiros. Mesmo fora do cargo, o senador já colocou como prioridade a revisão das audiências de custódia e o endurecimento da legislação.

Ex-presidente da comissão, o senador Sérgio Petecão (PSD-AP) tem dito nos bastidores que ajudou a segurar projetos controversos da oposição e que, com Flávio, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não deve ter vida fácil.

Nos últimos meses, Flávio se aliou ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para fazer frente à chamada ADPF das Favelas, ação em curso no STF (Supremo Tribunal Federal) que questiona operações policiais em comunidades do estado.

Na Câmara, a oposição fala em trabalhar para que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ocupe posição atrelada às relações internacionais. Eduardo é o atual secretário de relações internacionais do PL e mantém relação com nomes da direita mundial, sobretudo aliados dos presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei.

Integrantes do PL afirmam que a atuação do deputado à frente da Comissão de Relações Exteriores poderá causar dores de cabeça ao Executivo, com a convocação de autoridades e requerimentos de informação sobre a relação do Brasil com Cuba e Venezuela, por exemplo.

Eles enxergam que a comissão poderá concentrar nomes da oposição e atuar de forma semelhante à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) sob o comando da bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC), em 2024 —quando o colegiado conseguiu avançar com pautas ideológicas.

A possível ida de Eduardo para a presidência do colegiado acendeu o alerta entre integrantes do governo e do PT na Câmara.

Auxiliares do ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) procuraram o Planalto na semana passada para medir o impacto e pensar se há alguma maneira de impedir isso, diante da avaliação de que o deputado está se articulando com a direita trumpista no que chamam de “campanha difamatória” contra a democracia brasileira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), diz que uma das prioridades da bancada será “blindar” a Comissão de Relações Exteriores. Ele afirma que, diante da realização neste ano da COP (Conferência de Mudanças Climáticas da ONU) no Brasil, seria importante um “nome mais consensual” à frente do colegiado.

“Ideal é que tivesse um nome mais consensual da Casa e a comissão não fosse utilizada para articulação da extrema direita”, diz o petista.

Foi também por causa da COP que o PT do Senado pediu a presidência da Comissão de Meio Ambiente. O partido deve indicar o senador Fabiano Contarato (ES) para o cargo.

No Senado, o PL também garantiu a presidência da Comissão de Infraestrutura, responsável pela sabatina das cobiçadas diretorias em agências reguladoras, com a indicação de Marcos Rogério (RO).

Já a ex-ministra da Mulher e da Família de Bolsonaro Damares Alves (DF) foi indicada pelo Republicanos para a Comissão de Direitos Humanos da Casa. Mesmo sendo uma voz ruidosa contra o direito ao aborto, inclusive nos casos previstos em lei, a senadora promete priorizar pautas de consenso.

Damares tem dito que pretende seguir o tom conciliador do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A ex-ministra tem falado de forma genérica sobre a defesa dos direitos das crianças e listado aos colegas pautas relacionadas aos idosos, incluindo a revisão do Estatuto do Idoso.

Na Câmara e no Senado, via de regra as comissões são distribuídas de acordo com o tamanho das bancadas, com os maiores partidos tendo a preferência no momento de escolher os colegiados.

O ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) diz que há uma expectativa do governo de que quem assumir presidências de comissões atue como o cargo exige, sem usar o espaço para “lacração na internet”.

“Qual a expectativa que nós temos? Que quem venha a assumir presidências de comissões seja presidente de um colegiado, queira fazer esse colegiado andar, funcionar, aprovar temas e não usar ele como espaço de beligerância, de paralisação”, diz Padilha.

Segundo relatos, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tem afirmado em conversas reservadas que Eduardo terá um posto de destaque nas relações internacionais, independentemente de críticas da esquerda.

Outra alternativa citada é que ele comande a Secretaria de Relações Internacionais da Câmara, já que não precisaria de votos dos parlamentares para ser eleito, mas uma designação do atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Deputados do PL também têm interesse nos colegiados de Segurança Pública e de Fiscalização Financeira e Controle, que têm o poder de convocar todos os ministros de Estado para prestar esclarecimentos e foi usado em 2023 pela oposição para desgastar o Executivo.

Para a de Segurança, é lembrado o nome de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin no governo Bolsonaro.

O PT, por sua vez, quer a comissão de Educação da Câmara, que no ano passado foi comandada pelo bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG). Para a Comissão do Senado, o partido já garantiu a indicação da senadora Teresa Leitão (PE).

Na Câmara, ainda há um impasse sobre quem chefiará a CCJ, por onde tramitam todos os projetos de lei. Ainda na presidência de Arthur Lira (PP-AL) foi firmado um acordo que envolve um rodízio das maiores bancadas no posto e em cargo de relator ou presidente da CMO (Comissão Mista de Orçamento). Neste ano, União Brasil e MDB ocuparão essas cadeiras, mas ainda não há definição de qual partido ficará com qual colegiado.

No Senado, para alívio do governo, a CCJ ficará com o veterano Otto Alencar (PSD-BA), aliado de primeira hora do Palácio do Planalto. Já Renan Calheiros (MDB-AL) deve ficar com a segunda principal comissão, a de Assuntos Econômicos. A atuação dos dois é apontada por líderes inclusive como eventual contraponto a Alcolumbre.



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Critics Choice: Ainda Estou Aqui perde filme internacional – 07/02/2025 – Ilustrada

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Critics Choice: Ainda Estou Aqui perde filme internacional - 07/02/2025 - Ilustrada

Ainda Estou Aqui“, de Walter Salles, perdeu o Critics Choice de melhor filme internacional nesta sexta-feira (7). A premiação acontece em Santa Monica, nos Estados Unidos.

O longa-metragem com Fernanda Torres foi derrotado por “Emília Peréz”.

A votação da premiação aconteceu antes das controvérsias envolvendo a atriz Karla Sofía Gascón, protagonista da produção francesa, que teve uma série de publicações preconceituosas nas redes sociais revividas nos últimos dias.

Também concorriam na categoria de filme internacional o indiano “Tudo que Imaginamos Como Luz”, de Payal Kapadia; a animação letoniana “Flow”, de Glints Zilbalodis; o irlandês “Kneecap”, de Rich Peppiatt; e o alemão “A Semente do Fruto Sagrado”, do iraniano Mohammad Rasoulouf.

O Critics Choice é considerado um termômetro do Oscar, ainda que a sua base de votantes não coincida com a do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas —a premiação conta com jornalistas e críticos de cinema.

No Oscar, “Ainda Estou Aqui” concorre nas categorias de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, este último para Fernanda Torres.



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O reinado de Bashar al-Assad ou a estratégia do caos

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O reinado de Bashar al-Assad ou a estratégia do caos

Com a morte de Hafez al-Assad, em junho de 2000, pôsteres à imagem do Patriarca e de seus dois filhos mais velhos, Bassel, o herdeiro natural, desapareceu prematuramente em um acidente de carro em 1994, e Bashar, o sucessor por padrão, florescem nas paredes das grandes cidades da Síria. Os três grandes homens do clã al-Assad são apresentados, respectivamente, como “O chefe, o modelo e a esperança”. E, de fato, assim que Bashar estiver entronizado, um mês depois, a população, esgotada por trinta anos de ditadura, deve esperar.

Leia também Our Archive (2000) | Artigo reservado para nossos assinantes Assad L’Amplacable

O início do mandato é marcado por um iniciador de liberalização. Ao liberar várias centenas de prisioneiros políticos, incluindo a Irmandade Muçulmana e os comunistas, o novo presidente promulga leis que facilitam os investimentos particulares e o desenvolvimento do setor bancário.

Bashar al-Assad, que multiplica passeios na cidade sem guarda-costas, no braço de Sua esposa, Asma al-AkhrasPassado pelo JP Bank Morgan, parece determinado a encerrar o estatismo, o credo original do Partido Baas. Cara, a quem seu all-the-mundo vale o apelido de munição (“Tio”), até dá a impressão de querer colocar as reivindicações de Moukhabarat (Serviços de Segurança).

Presidente por acidente

Os salões de discussão eclodem nas grandes cidades, onde um sonha em voz alta da democracia. É a “primavera de Damasco”. Os intelectuais publicam petições exigindo o levantamento do estado de emergência, uma anistia geral e o estabelecimento de um estado de direito.

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Trump e o primeiro -ministro japonês Ishiba Talk Tarifas e promete contra a “agressão” chinesa | Japão

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Trump e o primeiro -ministro japonês Ishiba Talk Tarifas e promete contra a "agressão" chinesa | Japão

Agence France-Presse in Washington

O primeiro -ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o presidente dos EUA, Donald Trumpfez um tom caloroso em seu primeiro encontro na sexta -feira, com Tóquio evitando tarifas que Trump deu um tapa em outros aliados – por enquanto.

Elogios um do outro na Casa Branca, os dois líderes se comprometeram a ficar juntos contra a “agressão” chinesa e disseram ter encontrado uma solução para um acordo bloqueado para o aço americano problemático.

Trump, no entanto, pressionou Ishiba a cortar o déficit comercial dos EUA com Japão zero, e avisou que Tóquio ainda poderia enfrentar tarifas sobre mercadorias exportadas se não o fizesse.

Ishiba, um fã de “Geek” e modelo de guerra, está sob pressão para replicar o relacionamento próximo de Trump com o ex -primeiro -ministro e colega de golfe Shinzo Abe.

Ambos os líderes insistiram que haviam atingido um relacionamento durante o que foi apenas a segunda visita de um líder estrangeiro do novo mandato de Trump.

“Fiquei tão empolgado ao ver uma celebridade na televisão pessoalmente”, disse Ishiba à conferência de imprensa conjunta, enquanto dizia que não estava tentando “sugar”.

“Na televisão, ele é assustador e tem uma personalidade muito forte. Mas quando me encontrei com ele, ele era muito sincero e muito poderoso. ”

Enquanto trocavam fotografias, Trump elogiou o premier japonês de 68 anos como “bonito”-normalmente uma das mais altas ordens de louvor da ex-estrela da TV.

E o presidente dos EUA riu e disse que “essa é uma resposta muito boa” quando Ishiba disse que não podia responder a uma “pergunta teórica” ​​sobre se ele retaliaria qualquer tarifas dos EUA.

Enquanto isso, Trump disse que o Nippon Steel do Japão faria um grande investimento em aço dos EUA, mas não assumia a empresa problemática como negociado anteriormente.

“Eles estarão olhando para um investimento em vez de uma compra”, disse Trump. Seu antecessor, Joe Biden, havia bloqueado o acordo.

Os dois líderes também dobraram nos laços dos EUA de décadas em segurança e comércio-apesar dos temores de que Trump pudesse ligar Tóquio, como ele tem com outros aliados dos EUA.

– Trump disse que eles concordaram em combater a “agressão econômica chinesa” e, em uma declaração conjunta, condenaram Pequim por “atividades provocativas” no sul contestado China Mar.

Eles também pediram uma Coréia do Norte desnuclearizada, embora Trump-que conhecesse seu líder, Kim Jong-un, durante seu primeiro mandato-disse que queria ter “relações” com Pyongyang.

Por trás das expressões de apoio de Trump estavam as promessas do Japão de um investimento de US $ 1TN nos EUA e para aumentar as compras japonesas de equipamentos de defesa dos EUA.

Ishiba disse que seu país era o maior investidor dos EUA e intensificaria seus gastos.

A Ishiba, fumando de fala mansa, correu para Washington, na esperança de derrubar a beira das políticas “America First” de Trump.

Sob Abe, o Japão foi protegido de algumas das tendências mais punitivas de Trump, como guerras comerciais repentinas e pressão para aumentar as contribuições financeiras para hospedar soldados dos EUA.

Dias após a primeira vitória das eleições de Trump, Abe se apressou para lhe dar um clube de golfe banhado a ouro. Trump também recebeu a viúva de Abe, Akie, para jantar em seu resort Mar-a-Lago na Flórida em dezembro.

Até agora, o presidente dos EUA deu um tapa na China e os ordenou no México e no Canadá antes de interromper por um mês.

Ele também prometeu tarifas na União Europeia e disse na sexta -feira que anunciaria “tarifas recíprocas” não especificadas na próxima semana.



Leia Mais: The Guardian

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