Um atentado a bomba contra soldados do Paquistão em uma estação de trem no sul do país matou pelo menos 26 pessoas e feriu outras 60 neste sábado (9), informou a polícia. O ataque aconteceu na cidade de Quetta, na provínica do Baluchistão.
O Paquistão vive um conflito interno entre o governo em Islamabad e milícias separatistas que buscam estabelecer um estado próprio no Baluchistão. A insurgência, que já dura décadas, desestabiliza a província e cria riscos de segurança —além de colocar em risco atividades econômicas do local, rico em recursos naturais.
O grupo BLA (Exército de Libertação Balúchi), que diz que o governo do Paquistão explora as reservas de gás e minérios injustamente, reivindicou autoria do ataque. O BLA busca a independência do Baluchistão —a província de 15 milhões de habitantes, uma das mais pobres do faz fronteira com o Afeganistão no norte e o Irã no oeste, e é palco de conflitos com outros grupos insurgentes formados por minorias étnicas, embora o BLA seja o maior deles.
O chefe da polícia do Baluchistão, Mouzzam Jah Ansari, confirmou o alvo dos ataques: militares de uma escola do Exército paquistanês. Cerca de 15 dos mortos são soldados. De acordo com as autoridades, o atentado parece ter sido obra de um homem-bomba, mas as investigações ainda estão em curso.
Em agosto, em um dos ataques mais amplos em anos, pelo menos 73 pessoas morreram no Baluchistão depois que separatistas atacaram delegacias, ferrovias e estradas. O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, disse que os autores do ataque “pagarão um preço alto”.