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Quem é o próximo presidente de Moçambique, Daniel Chapo? – DW – 25/10/2024

Daniel Chapo sucederá ao Presidente Filipe Nyusi em Janeiro para se tornar o próximo presidente de Moçambique.

de Moçambique A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou quinta-feira Chapo, de 47 anos, do partido governante Frelimoconquistou o título do país eleição presidencial.

Chapo era relativamente desconhecido e tinha pouca experiência na política nacional antes da sua escolha surpresa como candidato do partido de esquerda, que detém o poder no país da África Austral desde independência de Portugal em 1975.

No entanto, ele conduziu com sucesso a Frelimo à vitória eleitoral, estendendo o seu governo por mais de cinco décadas.

Daniel Chapo será o primeiro presidente a não ter sido combatente durante a guerra civil de 16 anos entre a Frelimo e a RenamoImagem: M.Mueia/DW

Alegações de fraude eleitoral

A sua eleição, no entanto, enfrenta contestação da oposição, que alega fraude.

Chapo obteve 70,67% dos votos em comparação com 20,32% do seu principal adversário, o candidato independente Venâncio Mondlane, que é popular entre a juventude descontente do país. O candidato do partido da oposição Renamo, Ossufo Momade, ficou em terceiro lugar com 5,81%.

Mondlane, 50 anos, que é apoiado pelo partido Podemos, afirmou que ganhou a votação, alegando fraude eleitoral e manipulação a favor da Frelimo.

“Rejeitamos total, categórica e absolutamente os resultados apresentados”, disse Mondlane ao convocar manifestações. “Rejeitamos estes resultados. Queremos deixar isso bem claro para o nosso povo. São resultados totalmente falsos.”

Cientista político moçambicano José Jaime Macuane disse à DW que o o país está numa encruzilhada.

“É uma situação extremamente sensível neste momento porque sabemos que já estamos num elevado nível de polarização no país, em que os actores estão a tornar-se cada vez mais extremistas, especialmente aqueles que participaram nas eleições principais”, disse Macuane. .

Autoridades da UE levantaram preocupações sobre a legitimidade das urnas, observando “irregularidades durante a contagem e alterações injustificadas dos resultados eleitorais nas assembleias de voto e a nível distrital”. Eles também enfatizaram que os números não “bateram” em cerca de um terço das recontagens.

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Chapo deverá suceder ao Presidente cessante, Nyusi, que se demite depois de cumprir o máximo de dois mandatos permitidos pela Constituição moçambicana.

Macuano disse que antes de Chapo assumir a presidência, as divergências em curso sobre os resultados eleitorais precisam ser resolvidas.

“Como todos sabemos, estas são eleições contestadas devido às irregularidades que têm sido apontadas pelos partidos e observadores”, disse.

“É um cenário preocupante, que não é bom e que exige maior moderação por parte dos jogadores na tentativa de encontrar espaço para negociação”.

Primeiros dias na política

Chapo só entrou na política em 2009 com o partido Frelimo. A sua primeira nomeação foi como administrador do distrito de Nacala-a-Velha, tendo exercido funções desde 2015 em Palma.

Mais recentemente, serviu como governador da província de Inhambane, no sul de Moçambique, desde 2016.

“Moçambique não se desenvolve com manifestações de rua”, disse Chapo aos seus apoiantes após o anúncio dos resultados eleitorais.

“Desenvolvemos Moçambique com paz, com diálogo, com harmonia, com segurança e conversando. Não se ganha eleições sendo um One Man Show.”

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Amplo apoio de Chapo

Celso Correia, membro do actual governo e aliado de Nyusi, disse à DW que Chapo estava pronto para fazer a diferença.

“A maioria do eleitorado identifica-se com (ele). É um candidato mais velho e com muita energia”, disse ele, comparando-o com o seu rival Mondlane, que tem muita influência junto de muitos dos jovens eleitores do país.

Disse que todos os jovens precisam de “reflectir sobre este compromisso que a Frelimo assumiu para os próximos anos”, escolhendo Chapo como seu candidato.

O Presidente Nyusi também falou dele com carinho, declarando acreditar na sua candidatura.

“Confio em Chapo”, disse Nyusi pouco antes das eleições de 9 de Outubro. “Ele construirá escolas, estradas e outras infra-estruturas que os outros candidatos não fariam”.

Chapo também conta com o apoio dos ex-presidentes moçambicanos Joaquim Chissano e Armando Guebuza.

O ex-apresentador de TV, que também é advogado, é considerado por alguns analistas um candidato favorável aos negócios.

Dizem que ele está preparado para lutar contra os insurgentes islâmicos na província de Cabo Delgado, no norte do país, que suspendeu projectos multibilionários de gás e deslocou centenas de milhares de pessoas.

“Continuaremos a trabalhar para que Moçambique continue a ser um país de paz, inclusive em Cabo Delgado”, disse Chapo no seu comício final. “Queremos continuar lutando contra o terrorismo”.

Chapo deverá tornar-se o primeiro presidente que não foi combatente durante a guerra civil de 16 anos entre a Frelimo e a Renamo, que ceifou cerca de um milhão de vidas.

Editado por: Keith Walker



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