“Anti-semitismo”: a palavra engloba um conjunto de expressões de ódio aos judeus que não constituem um todo coerente nem nas suas formas – ameaças, inscrições, preconceitos, profanação de sepulturas, pogroms, terrorismo, segregação, discriminação, genocídio, etc. . – nem nas suas orientações políticas, religiosas ou raciais. Permanece na direita uma formação cristã antijudaica que pode se misturar com o antissemitismo, tornando os judeus uma raça; e, à esquerda, como que simetricamente, um antigo ódio anti-religioso e anticapitalista.
Assim, os preconceitos clássicos assolam vários setores da sociedade. Mas eles poderiam liderar um movimento político poderoso?
A partir de agora, Marine le Pen se autodenomina amiga dos judeus e de Israel. O eleitorado do Rally Nacional (RN), certamente, não o acompanha necessariamente; o seu aparato também nem sempre, como vimos ao descobrir certos candidatos deste partido nas eleições legislativas de 2024. Mas os preconceitos contra os judeus já não são forças motrizes da extrema-direita institucional, que dela se destaca, e até, e isto também aplica-se ao partido da Renascença, apela à parte do eleitorado judeu que partilha o seu medo do Islão e da imigração.
Deste lado do espectro político, o ódio activo aos judeus é, no entanto, expresso, nas redes sociais, em grupos de ultra-direita, entre intelectuais como Alain Soral (deve-se notar que adultos de origem imigrante de origem árabe -muçulmana estão interessados na sua produção, como mostrado o trabalho do sociólogo Eric Marlière). A acção neste domínio não está excluída: a profanação de sepulturas judaicas, por exemplo, típica de pequenos grupos neonazis.
Aumento insidioso da intolerância
O ódio também vem da imigração de origem árabe-muçulmana ou mesmo africana, através da identificação com a nação palestiniana, com o Islão (para rejeitar a existência de Israel como um território não-muçulmano numa terra do Islão), ou com ambos. A profundidade histórica do antijudaísmo é aqui apenas alguns séculos menor que a do cristianismo, exigindo um exame mais sério do que o diagnóstico duvidoso segundo o qual o anti-semitismo circula de forma atávica entre os muçulmanos de França.
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