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Sou 70% artista e 30% empreendedor, diz Sergio Marone – 22/01/2025 – Folha Social+

Gabriela Caseff

Em 2011, um vídeo de protesto criado pelo ator Sergio Marone despertou movimento nacional contra a instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Após reunir 1 milhão de assinaturas com a campanha Gota D’Água, em petição endereçada a Dilma Rousseff, o ator foi batizado por indígenas no rio Xingu, assumindo de vez o chapéu de ativista ambiental.

Há 7 anos, Marone encampou outro papel: o de empreendedor social, ao lançar a marca de produtos sustentáveis Tukano.

“Foi totalmente instintivo. Nasceu da vontade de ficar mais independente da carreira artística, de não precisar ficar aceitando convites que não me interessavam artisticamente”, diz ele.

Nesse período, que coincidiu com sua saída da rede Record, onde fez parte da novela “Os Dez Mandamentos”, ele conta que dedicou 70% do seu tempo à Tukano.

A loja comercializa dermocosméticos e cosméticos, itens de decoração e produtos como camiseta (R$ 85), canudo de inox (R$ 38), copo de silicone retrátil (R$ 55), ecobag (R$ 42), entre outros —todos veganos.

“Ser ator no Brasil é difícil, mas empreender é mais ainda, principalmente com consciência [ambiental]. Investi bastante na marca, tinha uma visão romântica e caí na realidade”, afirma Marone, que em novembro apresentou com Mônica Martelli o Prêmio Empreendedor Social, realizado por Folha e Schwab, na edição especial de 20 anos do concurso.

“Quando você opta por um produto em barra, você opta por um futuro melhor, pois usa menos água na composição e não precisa de embalagem plástica”, afirma ele. “Mas temos uma produção pequena e um ticket médio acima dos produtos tradicionais, com margem de lucro menor.”

Como garoto-propaganda da marca que nasceu inspirada nas aves que avistava de sua janela, no bairro da Tijuca, no Rio, Sergio Marone usa as redes sociais para levantar bandeiras de sua causa e do seu ganha-pão alternativo.

“Desde o movimento Gota D’Água, entendi que minha missão é comunicar para a massa, aproximar o tema ambiental do dia a dia das pessoas. Ainda estamos longe de ter uma sociedade consciente sobre consumo.”

Foi em uma publicação em 2023 que ele validou o potencial dessa ideia: declarou-se ecossexual e viralizou nas redes. “Uso o humor para tornar o tema sexy, atraente para as massas.”

Para quem não sabe: ecossexuais, diz Marone, são pessoas que sentem prazer ao se conectar com o planeta —abrir a janela e sentir a brisa, rolar na grama, nadar pelado, comer orgânicos.

“Cada vez que falo sobre meio ambiente perco seguidores, mas não vou deixar de falar.”

O ator estreia nesta sexta-feira (24) o espetáculo “Padre Pinto”, no Sesc Pompeia (SP), com atores do Teatro Oficina. A peça conta a história do padre José de Souza Pinto, que revitalizou a festa de Reis em Salvador (BA) e escandalizou a Igreja Católica ao vestir-se do orixá Oxum.

O ator Ricardo Bittencourt faz o personagem-título e Sergio Marone interpreta Don Camilo Ferrara, papel inspirado em um emissário do Vaticano que veio ao Brasil avaliar a permanência do religioso da igreja.

“Estou super feliz”, diz Marone, agora na busca por equilibrar seus talentos: quer ser “70% artista e 30% empreendedor”.

“Amo minha carreira e estou em busca de projetos autorais. Ao manter a celebridade acesa, consigo ajudar na causa ambiental.”



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