TDrama israelo-palestiniano, energia nuclear iraniana, nova Síria: o Médio Oriente está em processo de reconfiguração. Está a surgir um novo perfil estratégico, o mapa do poder está a mudar, com vencedores e perdedores, muitas incógnitas e um pouco de continuidade.
As antigas potências estão em más condições. A grande dama das margens do Nilo, o Egito (111 milhões de habitantes), vive sob permanente gotejamento do Fundo Monetário Internacional; O Iraque (44 milhões) está a recuperar de quase meio século de guerra; Devastada por catorze anos de conflitos internos, a Síria (22 milhões) deve ser reconstruída. Mais do que nunca, Cairo, Bagdad, Damasco, berços de algumas grandes dinastias, dão lugar aos proprietários de hidrocarbonetos. Atrás da Arábia Saudita, o Golfo, em riqueza e influência, domina o velho mundo árabe.
As potências que fazem notícia estratégica na região são três países não árabes: Irão (85 milhões de habitantes), Israel (9 milhões) e Turquia (85 milhões). As relações que mantêm entre si, mas também cada um com a sua história, moldam o Médio Oriente. Se tivermos que marcar pontos no início de 2025, colocaremos a Turquia no topo do trio.
Ancara deve patrocinar o renascimento da Síria
É um país com muitas facetas diplomáticas. Membro da OTAN, mas com boas relações com a Rússia e a China; predominantemente sunita (ramo predominante do Islão), mantém relações com o Hamas palestiniano mas também, alternando frio e calor, com Israel. A nostalgia de sete séculos de dominação regional, a do período otomano, gruda-lhe na pele. Num momento de arrogância mal controlada, o Presidente Recep Tayyip Erdogan disse recentemente: “Cada acontecimento no Médio Oriente, especialmente na Síria, lembra-nos que a Turquia é maior que a Turquia (…) ela não pode limitar o seu horizonte às suas fronteiras atuais, assim como não pode fugir do seu destino” – citado pelo jornalista e professor James M. Dorsey em seu site O Mundo Turbulento.
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