Os trabalhadores da Boeing em greve aceitaram um novo projeto de acordo social na noite de segunda-feira, 4 de novembro. Depois de rejeitar duas ofertas, o IAM-Distrito 751, braço do sindicato dos maquinistas (IAM), afirmou ter aprovado por 59% o acordo que prevê um aumento salarial muito próximo das suas reivindicações, mas não a reposição do antigo regime de reformas.
O acordo encerra uma paralisação de mais de sete semanas, que custou à empresa e aos seus fornecedores mais de US$ 10 bilhões, e proporciona uma trégua ao novo presidente-executivo da Boeing, Kelly Ortberg. Os trabalhadores designados para a produção dos principais aviões da Boeing, o 737 MAX, bem como o 767 e o 777, estão em greve desde 13 de setembro, exigindo um aumento salarial de 40% e o restabelecimento de um programa de pensões abolido há dez anos.
“Podemos manter a cabeça erguida”declarou o negociador-chefe do sindicato, Jon Holden, cumprimentando os associados, ao final da votação, um « vitória ».
Várias semanas para reiniciar a produção
Agora deverão ser necessárias várias semanas para reiniciar completamente as linhas de produção, num contexto delicado para a Boeing. O sindicato disse que os trabalhadores poderiam retomar suas atividades na quarta-feira e que todos estariam de volta ao trabalho no máximo até 12 de novembro. A Boeing, porém, avisou antecipadamente que alguns funcionários terão que voltar a receber treinamento, devido ao decurso do tempo durante a greve.
Segundo analistas, a greve custou à Boeing cerca de US$ 100 milhões por dia em receitas perdidas. A situação levou o grupo a realizar uma grande captação de recursos junto a investidores na semana passada.
Le Monde com AFP e Reuters
