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Uma ex-mulher de um emir da organização Estado Islâmico acabará por não ser julgada em Paris por genocídio contra a minoria Yazidi

Uma “revenant” francesa da Síria e ex-esposa de um emir da organização Estado Islâmico (EI), Sonia Mejri, será julgada pelo Tribunal de Assize de Paris por crimes classificados como terroristas, mas em última análise não por genocídio e crimes contra a humanidade perpetrados contra a minoria Yazidi, decidiu o Tribunal de Recurso de Paris na quarta-feira, 22 de janeiro.

Sonia Mejri, nascida no sul de França e com 35 anos, não é, portanto, submetida ao Tribunal de Justiça como“autor principal” por genocídio, explicou a câmara de investigação no momento das deliberações. No entanto, será julgada por cumplicidade em violações que constituem crimes contra a humanidade, atribuídas ao seu ex-marido, dado como morto, Abdelnasser Benyoucef, e por associação criminosa terrorista.

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Sonia Mejri deixou França, onde geria um snack-bar em Romans-sur-Isère (Drôme), em setembro de 2014, para ir para a Síria, no território do pseudo-califado do EI. Ali casou-se, pouco depois da sua chegada, com um emir desta organização, Abdelnasser Benyoucef, conhecido pelo nome de guerra de Abou Al-Mouthana, com quem teve dois filhos.

Abdelnasser Benyoucef, nascido em 1973 na Argélia, cresceu em Aulnay-sous-Bois (Seine-Saint-Denis). Tendo saído para estudar religião no Cairo e depois em Damasco, foi para o Afeganistão em 2000 para treinar no uso de armas. Envolvido num falso roubo em França, fugiu para a Argélia, onde cumpriu duas penas de prisão antes de ser libertado em 2013, quando voou para a Síria.

Membro fundador da célula de operações externas do EI, que planeou nomeadamente os ataques em Paris e Saint-Denis em 13 de novembro de 2015, tornou-se, em abril de 2015, chefe de uma unidade de combatentes. Provavelmente morreu em combates em março de 2016. Como o seu corpo nunca foi encontrado, foi condenado à revelia em França por ter patrocinado o ataque fracassado em Villejuif (Val-de-Marne) em 2015.

Leia também (2017): Artigo reservado para nossos assinantes ‘Sobreviventes’ Yazidi relatam horror do cativeiro sob ISIS

O mundo com AFP

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