O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) publicou seu último Relatório Planeta Vivo na quinta-feira, mostrando que as populações selvagens de espécies animais caíram mais de 70% desde 1970.
Em algumas áreas de alta biodiversidade, como a América Latina e o Caribe, esse número está próximo de 95%.
“O quadro que estamos pintando é incrivelmente preocupante”, disse Kirsten Schuijt, diretora geral da WWF Internacional, em entrevista coletiva.
No entanto, observou ela, “a boa notícia é que ainda não ultrapassamos o ponto sem retorno” e destacou os principais esforços do governo e dos consumidores para aumentar a sustentabilidade.
Proteção da Amazônia é crucial para sustentar a vida
“Não se trata apenas da vida selvagem, trata-se dos ecossistemas essenciais que sustentam a vida humana”, acrescentou Daudi Sumba, diretor de conservação da WWF.
“As mudanças podem ser irreversíveis, com consequências devastadoras para a humanidade”, disse ele, citando desmatamento na Amazôniao que poderia “transferir este ecossistema crítico de um sumidouro de carbono para uma fonte de carbono”.
Na verdade, o relatório alerta que a floresta tropical amazónica, fundamental para sustentar toda a vida na Terra, está a atingir um mudanças climáticas e um “ponto de inflexão” induzido pelo desmatamento que poderia deixar toda a área como matagal.
Cerca de 35.000 populações selvagens de algumas 5.000 espécies de aves, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes foram monitorados para o relatório. Em média, registaram um declínio de cerca de 73%, disse a WWF.
es/sms (AFP, dpa)
