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Em Rio Branco, MP recomenda que Depasa apresente plano com solução para abastecimento de água

Após instauração de diversos procedimentos investigatórios instaurados na 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor, o Ministério Público recomendou ao Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa) que apresente um plano para solucionar o problema estrutural que atinge o serviço de abastecimento de água tratada em Rio Branco.

A recomendação, assinada pela promotora Alessandra Marques, leva em consideração o problema que se arrasta desde outras gestões.

“Considerando que, há décadas, no Acre, mesmo após sucessivas trocas de ente responsável pelo serviço de abastecimento de água tratada, nem o município nem o estado, nas mais diversas gestões, solucionaram o problema relacionado ao referido serviço de abastecimento de água prestado pelo Depasa é caracterizado pela falta de continuidade, pela má qualidade da água tratada e pela falta de água em diversas regiões de Rio Branco”, diz a portaria.

Em nota, o Depasa informou que, ciente dos desafios, a elaboração do diagnóstico e plano de melhorias dos serviços de água e esgotamento sanitário de Rio Branco foi uma das primeiras medidas da gestão Gladson Cameli, trabalho que, inclusive, contou com apoio de consultoria especializada e que já enviou resposta ao MP. (Veja nota na íntegra abaixo)

“A curto prazo, foram realizadas manutenções dos equipamentos de captação, tratamento e distribuição. Contudo, por se tratar de um sistema antigo, que por muito tempo não recebeu investimentos suficientes, requer grande volume de recursos para funcionar plenamente e atender a demanda crescente”, informou.

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A portaria é do dia 5 de outubro e o órgão tem prazo de 60 dias para para apresentar o plano que solucione definitivamente o problema estrutural que atinge o serviço de abastecimento.

“De modo que, com a implementação do plano, todos os consumidores passem a receber água tratada de qualidade e continuamente, sob pena do ajuizamento de ação civil pública, que terá como objetivo tratar dos problemas estruturais do abastecimento”, acrescenta.

O MP ainda adverte que o não acolhimento da recomendação pode acarretar medidas necessárias à defesa dos direitos e/ou interesses dos consumidores, inclusive, às ligadas à responsabilização dos agentes públicos pela prática de atos de improbidade administrativa.

O sistema de abastecimento de água e esgoto funcionou de forma crítica em 2020, com equipamentos defeituosos, queimados, rachaduras em barragens e desabastecimento nos bairros. Neste ano, por diversas vezes o problema também foi registrado na capital.

Nessa terça-feira (9), 11 bairros no Segundo Distrito, tiveram o abastecimento interrompido devido à queima de um dos conjuntos moto-bomba, que compõe o sistema de distribuição do Centro de Reservação (CR Santo Afonso).

Nota

Sobre recomendação nº002/2021 do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), encaminhada pelo MPAC ao Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa) no último dia 5 de outubro, o Depasa informa que, conforme solicitado, e bem antes da expiração do prazo estipulado, no dia 18 de outubro do corrente ano, o Depasa oficiou ao MPAC o Plano Emergencial para Melhorias Operacionais do Sistema de Abastecimento de Água da Cidade de Rio Branco.

O documento, no qual constam 32 páginas, apresenta situação diagnóstica, informações sobre estrutura atual, projeções, bem como ações prioritárias com vistas a garantir o acesso à água tratada aos moradores da capital.

Ciente dos desafios, a elaboração do diagnóstico e plano de melhorias dos serviços de água e esgotamento sanitário de Rio Branco foi uma das primeiras medidas da gestão Gladson Cameli, trabalho que, inclusive, contou com apoio de consultoria especializada.

A curto prazo, foram realizadas manutenções dos equipamentos de captação, tratamento e distribuição. Contudo, por se tratar de um sistema antigo, que por muito tempo não recebeu investimentos suficientes, requer grande volume de recursos para funcionar plenamente e atender a demanda crescente.

Vale ressaltar que, iniciado o processo de reversão do Sistema de Serviços de Água e Esgoto para Prefeitura de Rio Branco, o estudo diagnóstico, bem como o plano de melhorias constam das informações encaminhadas à Prefeitura de Rio Branco.

Conforme Decreto de encerramento do convênio entre Governo e Prefeitura, documento publicado em Diário Oficial no último mês de maio, que oficializa a devolução da gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Rio Branco, do Governo do Estado, para a Prefeitura da capital, as atividades conjuntas com vistas à organização, planejamento e regulação dos serviços iniciou no último mês de julho, devendo o sistema estar definitivamente sob responsabilidade da Prefeitura de Rio Branco até outubro de 2021, prazo que a pedido da gestão municipal foi prorrogado para janeiro de 2022.

Waleska Bezerra, Diretora-presidente

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