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França se prepara para quebrar novo recorde de exportação

Passagem subterrânea de cabos de alta tensão na interligação elétrica França-Espanha, em Baixas (Pirenéus Orientais), 19 de janeiro de 2023.

O ano de 2022 parece distante, esta safra catastrófica para a França, que teve de importar mais eletricidade do que exportava pela primeira vez em mais de quarenta anos. O país recuperou agora a sua posição como principal exportador de electricidade na Europa. Uma energia em grande parte de baixo carbono, portanto eficaz contra o aquecimento global, principalmente graças à energia nuclear e hidráulica.

Salvo uma inversão improvável da situação, a França prepara-se mesmo para bater o seu próprio recorde nesta área. Desde o início do ano, apesar das importações marginais para consumo de ponta, já exportou um saldo líquido de 78 terawatts-hora (TWh); Contagem comunicada, quarta-feira, 13 de novembro, pela gestora francesa da rede de transporte de eletricidade, RTE. Isto é mais do que o recorde anual de 2002, que foi de cerca de 77 TWh.

E, novamente, espera-se que o total aumente até 31 de dezembro. De acordo com as previsões do gestor, e sujeito a condições meteorológicas susceptíveis de afectar as necessidades de aquecimento, ou mesmo a produção eólica, poderá terminar com um saldo líquido de cerca de 85 TWh. Isto deve ser visto como uma prova de que hoje “ Produção francesa de baixo carbono (…) é muito competitivo nos mercados europeus e que, assim que estiver disponível, se chama “segundo Thomas Veyrenc, diretor geral responsável por economia, estratégia e finanças da RTE.

Sobriedade voluntária ou forçada

No dia 7 de novembro, a EDF apresentou uma projeção ainda maior: segundo o operador do parque nuclear e principal operador hidráulico nacional, o país poderá registar 90 TWh de exportações líquidas no final do exercício. Sabendo que, ao longo de todo o ano de 2023, a França produziu cerca de 495 TWh e exportou 50.

Como, então, podemos explicar o recorde potencial para 2024? Baseia-se tanto no aumento da produção como no consumo relativamente estagnado em comparação com 2023. Apesar da sua “lado positivo”os números das exportações significam que “a electrificação e portanto a descarbonização dos usos não avança ou avança muito pouco no país”assim tempera Mathias Laffont, vice-delegado geral da União Francesa de Eletricidade.

Tendo em conta as variações climáticas, o consumo anual deverá terminar o ano em torno dos 450 TWh, mais ou menos como em 2023. Esta projeção confirma sobretudo uma queda de cerca de 6% face à média do período 2014-2019 – tendência também observável em “países vizinhos”sublinha a EDF. É difícil, no entanto, avaliar com precisão as razões para tal declínio. Porque a sobriedade pode ser voluntária… ou imposta, quando os preços da energia disparam e se tornam dissuasivos. Para clientes industriais, pode ser “um sinal de abrandamento da situação económica”observa Christophe Bouneau, professor de história econômica na Universidade Bordeaux-Montaigne.

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