
O palhaço Howard Buten, conhecido por seu personagem “Buffo”, morreu sexta-feira, 3 de janeiro, aos 74 anos, informou neste sábado seu parceiro e tradutor à Agência France-Presse (AFP). Foi autor de dez livros, incluindo Quando eu tinha cinco anos eu me mateium best-seller.
Nascido em Detroit (Michigan) em 1950, o artista americano, que sofria do mal de Alzheimer, faleceu “pacificamente durante o sono” em Plomodiern (Finistère), onde morava, disse à AFP Jacqueline Huet, que traduziu alguns de seus livros.
Com seu rosto branco, nariz vermelho, luvas e longos sapatos pretos, o palhaço Buffo era reconhecível entre milhares. Sob esse disfarce, Howard Buten sempre provocava a mesma emoção e risos no público, com esquetes silenciosos, pequenos truques de dança, gestos desajeitados e expressões desnorteadas.
Um artista que se tornou doutor em psicologia clínica
Foi no seu país que se formou esta personagem lunar, que também foi bailarina, cantora e musicista, num número de music hall que se foi alongando ao longo do tempo. Na década de 1970 já contava com mil apresentações. Buffo levava consigo seus instrumentos musicais (violino, piano, trompete), sua vingativa galinha de plástico, seus recalcitrantes utensílios domésticos. Ele foi até ventríloquo por um tempo.
Howard Buten, de uma família lituana que emigrou para os Estados Unidos, estabeleceu-se em França em 1981, após o lançamento do seu primeiro livro, Burt em inglês, publicado em francês sob o título Quando eu tinha cinco anos eu me matei. O artista foi muito mais do que isso: em 1986 tornou-se doutor em psicologia clínica e dedicou-se às crianças autistas em Saint-Denis (Seine-Saint-Denis) no Centro Adam Shelton que criou em 1996. Entre as suas outras obras, alguns também abordam esse assunto, como Tem alguém aí: autismo ou Essas crianças que não vêm de outro planeta: pessoas autistas. Sua autobiografia Engraçado é seu último livro publicado em 2005.
Em 1998, ele ganhou o prêmio Molière de melhor show solo por uma performance com a violoncelista Claire Oppert. Foi feito Cavaleiro das Artes e Letras em 1991. Seu companheiro relatou que“uma homenagem será prestada a ele mais tarde em Paris”.
O mundo com AFP