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Líder negra do PT provoca Janja e diz que não é ‘bestona’ – 19/11/2024 – Mônica Bergamo

A ex-vereadora da capital Claudete Alves, liderança do movimento negro no PT, fez nas redes sociais uma provocação à primeira-dama Janja, ao publicar uma foto das ex-primeiras-damas Marisa Letícia e Michelle Obama com a frase: “G20 Social – Saudades dessas damas. E não sou bestona!”. No fim de semana, a esposa do presidente Lula (PT) causou polêmica no evento ao insultar o empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), e chamar o homem que se suicidou no atentado em Brasília de “bestão”.

Na legenda do Instagram, nesta terça-feira (19), ela escreveu que “as primeiras-damas do passado tinham um papel essencial no cuidado com a população”, com ações sociais que “faziam a diferença na vida de muitas pessoas”, e que é preciso “retomar essa tradição de mulheres comprometidas com o bem-estar de todos”.

À coluna Claudete afirma que não acompanha “nada da Janja”, mas “não falaria o que ela falou” num momento em que o mundo está de olho no Brasil. “Eu acho que não é de bom-tom, não fez bem nenhum”, opina. Diz ainda que concorda com a declaração de Lula, sem menção direta ao episódio, de que “não temos que xingar ninguém”.

Ela afirma que “gostava muito da dona Marisa e da Michelle”, ficou com saudade delas e quis fazer uma homenagem às primeiras-damas que tem como referência “do coração”.

“[Janja] é uma pessoa que eu não faço questão de acompanhar. Eu só acompanho as ações de pessoas que eu tenho afinidades, que me representam. Dela eu só sei que ela é a mulher do presidente Lula”, diz a petista.

“Eu não falaria o que ela falou, mas é direito dela se expressar da forma como ela se expressou. Se fosse um homem falando, talvez não teria tanta repercussão. Mas eu acho que, num momento em que o mundo tá de olho no Brasil, eu não falaria. Agora, é direito dela falar o que ela quer. E eu concordo com o que foi dito [por Lula]: nós não temos que xingar ninguém”, afirma a ex-vereadora.

Claudete é professora e exerceu mandato na Câmara Municipal de São Paulo entre 2003 e 2008. Neste ano, concorreu a vereadora novamente com uma candidatura coletiva, teve 15.676 votos e não se elegeu. O grupo tinha a educação como foco.

Quando atuou como vereadora, a petista foi autora da lei 13.707/2004, que instituiu 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, como feriado na cidade. Ela diz que o fato de neste ano a data, nesta quarta-feira, ser feriado nacional pela primeira vez é consequência da luta iniciada pela capital paulista.

“Foi vital”, afirma Claudete. “[Esse projeto] me rendeu até fogo amigo, processo, um monte de coisa, porque não foi fácil aprovar esse 20 de novembro, mas sem ele hoje não seria [feriado] nacional. Quem foi para cima, quem desafiou, fui eu. Eu sei da minha contribuição neste país. Eu sou rebelde.”


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