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Na Venezuela, Nicolás Maduro derruba caras novas e fortalece seu time

Presidente venezuelano Nicolás Maduro durante a cúpula do BRICS em Kazan, Rússia, 23 de outubro de 2024.

Três meses após a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro, em 28 de julho, cabeças continuam a rolar na Venezuela. O ex-ministro do Petróleo, coronel Pedro Tellechea, 48 anos, foi preso segunda-feira, 21 de outubro, em Caracas, junto com vários de seus ex-colaboradores. Todos são acusados ​​de “ofensas graves que comprometem os mais altos interesses da nação”informou a promotoria, sem indicar o número nem a identidade dos demais acusados.

A prisão de Pedro Tellechea, que serviu como ministro do Petróleo e presidente da empresa pública Petróleos de Venezuela (PDVSA) de janeiro de 2023 a agosto de 2024, foi uma surpresa. Parecia gozar da absoluta confiança do chefe de Estado, que, em diversas ocasiões, elogiou a sua gestão do sector petrolífero.

Em 17 de outubro, a Assembleia Nacional demitiu Juan Carlos Delpino do cargo de membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a quem acusou de “traição à pátria”. Na noite de 28 de Julho, o Sr. Delpino, 65 anos, não compareceu à proclamação dos resultados das eleições presidenciais pela CNE. No final de agosto, após deixar o país, contestou a versão oficial de uma “hackeamento de computadores” que impediria a CNE de publicar os resultados e denunciou uma “falta de transparência” na eleição.

Nem os americanos nem a maioria dos países latino-americanos validaram esta eleição. Nem a União Europeia que, Quinta-feira, galardoado com o Prémio Sakharov pela liberdade de pensamento à líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, e ao candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia, que, na opinião dos europeus, ganhou claramente a votação e que agora vive exilado em Espanha. “É uma honra acordar com a notícia de que o Parlamento Europeu atribuiu o Prémio Sakharov 2024 ao movimento democrático venezuelano”escreveu Mmeu Machado em comunicado divulgado nas redes sociais. Declarado inelegível por decisão judicialela não pôde concorrer à presidência.

“Todos os que devem cair, cairão”

Enquanto a prisão do ex-ministro do Petróleo alimentava rumores e especulações em Caracas, Nicolás Maduro voou na quarta-feira para Kazan, na Rússia, onde estava sendo realizada a cúpula do BRICS. À margem da reunião, Maduro encontrou-se na quarta-feira com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, a quem expressou a sua « admiração ». O presidente russo reconheceu o resultado da votação presidencial de 28 de julho. “A Venezuela é um parceiro antigo e confiável da Rússia”lembrou Vladimir Putin, que disse apoiar a aspiração da Venezuela de aderir aos países BRICS. Mas o presidente brasileiro de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, que se distanciou de Caracas, vetou a adesão da Venezuela.

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