O Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, apelou no sábado aos governos ocidentais para removerem as sanções contra Síria visto que constituem um “obstáculo” ao regresso de milhões de refugiados.
O número de sírios que desejam regressar “chegou a quase zero. Agora é quase 30% no espaço de algumas semanas”, disse Grandi durante uma visita a Damasco, onde se encontrou com o líder de facto da Síria, Ahmed Sharaa.
Desde governante de longa data Bashar al-Assad foi derrubado no mês passado, cerca de 200 mil refugiados sírios já voltaram para casa vindos de países vizinhos, segundo Grandi.
Regresso à Síria: Equilibrando esperança e apreensão
Sanções internacionais contra a Síria
Durante a guerra civil de 13 anos na Síria, as potências ocidentais, incluindo a União Europeia e os Estados Unidos impuseram pesadas sanções contra o governo de Assad.
“As sanções foram criadas para outra situação. Portanto, elas precisam ser revistas e, esperançosamente, suspensas”, disse Grandi. “As sanções são um obstáculo importante neste momento para o regresso dos refugiados.”
O governo interino que assumiu o poder depois grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS) derrubou o regime de Assad apelou repetidamente ao levantamento das sanções.
A nova administração da Síria pretende trazer a cerca de 6 milhões de sírios que fugiram para o exterior e os milhões de pessoas deslocadas internamente para casa.
“Se as sanções forem levantadasisso melhorará as condições nos locais para onde as pessoas retornam”, disse Grandi. “Será um fator adicional para incentivar as pessoas a retornarem.”
Ocidente pondera aliviar sanções
Alguns governos ocidentais querem esperar e ver se a nova liderança síria está empenhada numa transição inclusiva como prometeu.
Entretanto, no início deste mês, os EUA emitiram uma isenção de sanções por seis meses para alguns sectores, incluindo o energético.
Espera-se que a União Europeia siga o exemplo quando Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se e discutem a questão na segunda-feira.
ess/wd (AP, AFP, Reuters)