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Pressões e chantagens aumentarão se Gladson fraquejar e perder popularidade, analisa especialista

O mestre em Ciências Sociais Nilson Euclides da Silva, professor da Ufac, disse não acreditar “que estejamos diante de um rompimento definitivo entre o governador e a sua base”. Segundo avalia, “a infidelidade política e troca de favores não devem estampar as manchetes de jornais e portais da internet, e muito menos ir parar nas páginas no Diário Oficial. A articulação com lideranças falhou ao permitir que a crise se tornasse pública”.

Sobre as exonerações (340 comissionados indicados por deputados da base aliada) “não cabe aqui discutir se é ou não justa a forma de ocupação destes cargos. Os deputados que “traíram o governo” vão continuar empregados. E se a popularidade do governador, que hoje é alta, começar a diminuir, esses deputados irão aumentar a sua capacidade de chantagem do parlamento estadual em relação ao governo”, interpreta o cientista político.

O professor ensina que Cameli precisa refletir muito sobre os impactos políticos que as suas ações vão ter. “Acredito que o governador ainda tem margem para negociar e colocar as relações do seu governo com o parlamento nos trilhos do bom senso. Mas não creio que o governador irá desfazer tudo que fez. Se desfizer estará cometendo outro erro que afeta diretamente a sua imagem de líder político. Acredito que neste caso ele deve usar a máxima de que em “política um governante deve fazer a maldade de uma só vez e a bondade em pequenas doses”, afirmou.

Sobre as contratações futuras e as recontratações (nesta terça voltaram alguns exonerados) devem ser cautelosas e seguir o rito das conversas em gabinetes. cada uma a seu tempo e lugar. Neste momento o governador não pode terceirizar isso, até porque não vejo nenhum articulador próximo a ele que tenha esta capacidade. E se o vice governador mantiver o silêncio e a cautela nos seus pronunciamentos já estará ajudando muito”, concluiu o professor.

Sobre Nilson Euclides

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Acre (1999), mestrado Ciências Sociais – Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) e doutorado em Ciências Sociais – Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009). Tem experiência nas área de Ciência Política e Sociologia, com ênfase em partidos políticos e governos, atuando principalmente nos seguintes temas: democracia, poder, sociedade, políticas sociais e segurança pública, comportamento político, espaços decisórios e partidos políticos.

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