Montadora alemã Volkswagen (VW) anunciou na quarta-feira que venderia suas operações na região de Xinjiang, no noroeste da China.
A China foi acusada de inúmeras violações dos direitos humanos na região, incluindo campos de reeducação e trabalho forçado visando uigures e outros grupos minoritários.
O que sabemos sobre a venda da VW?
A VW disse que venderia sua fábrica na capital regional Urumqi e uma pista de testes em Turpan.
Um porta-voz da empresa citou “razões econômicas” para a decisão.
VW cresceu mais lentamente em 2023 do que em anos anteriores, com a empresa ficando atrás dos concorrentes nacionais.
A empresa disse que estenderia sua parceria com a empresa chinesa SAIC por uma década, até 2040.
As duas empresas afirmaram que venderiam a sua fábrica em Xinjiang à unidade SMVIC do grupo Shanghai Lingang Development, que também contratará os trabalhadores da fábrica.
O movimento vem como VW pretende fechar fábricas em seu país natal, a Alemanha bem como demitir funcionários em uma tentativa de cortar custos.
As montadoras europeias também estão medindo os impactos de uma potencial guerra comercial entre Pequim e Bruxelas após o UE impôs tarifas pesadas sobre veículos elétricos importado da China.
Quais são as alegações de direitos humanos em Xinjiang?
O O povo uigure é de língua turca e grupo étnico predominantemente muçulmano que habita Xinjiang.
A região também abriga uma minoria menor de etnia cazaque e quirguiz.
Organizações de direitos humanos acusaram a China de abrigando mais de um milhão de pessoas, a maioria uiguresem “campos de reeducação” e recorrendo ao trabalho forçado dos detidos.
Ano passado, vários grupos ativistas apresentaram uma queixa em Paris visando empresas francesas e norte-americanas, acusando-as de serem cúmplices de crimes contra a humanidade em Xinjiang, como resultado da utilização de subcontratantes na China.
sdi/msh (AFP, Reuters)