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A Folha deveria fechar a seção de comentários? – 15/03/2025 – Alexandra Moraes – Ombudsman
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A Folha deveria fechar a seção de comentários? A ideia, enunciada pela colunista Mariliz Pereira Jorge no início da semana, levantou uma grande discussão entre os próprios leitores-comentaristas do jornal e praticamente quintuplicou o número de comentários na coluna da autora.
Mariliz nota que “os responsáveis por opiniões fundamentadas desapareceram, em sua maioria, talvez em fuga pela barbárie. Deram vez aos que, mesmo plenamente identificados, agridem, assediam, difamam”.
Entre aqueles que se dedicaram a comentar o texto no site, grande parte criticava a ideia e a colunista. Para a ombudsman vieram, além das críticas, também algumas manifestações de apreço pela proposta.
“Os comentários às reportagens e opiniões são o território do vale-tudo. Discordo de 99% das opiniões da autora, quase tudo que ela defende eu rejeito. Mas ela está muito correta neste ponto”, afirma Wagner de Campos Sanz, professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás. “O espaço dos comentários prestou grande serviço à humanidade ao demonstrar cabalmente que o liberalismo simplório está essencialmente equivocado. A expressão deve ser livre, mas não se deve dar megafone para quem não está qualificado para se pronunciar.”
“A mídia abriu a caixa de Pandora. Ensinou e estimulou as pessoas a serem estúpidas, grossas e desumanas. E agora não quer mais ouvir o que o público pensa? O que vocês vão fazer? Trocar de público? Não! Querem censurar”, escreve o também professor José Miguel Arias Neto, da Universidade Estadual de Londrina.
As opiniões contra e a favor dos comentários se seguiram. “O espaço democrático já existe nas redes. A Folha não deve nada a ninguém. Eu tenho feito uma análise superficial sobre os comentários na Folha e chuto que 90% são tóxicos. Você desliza o olho para os comentários e cai em Chernobyl.”
“Se eu pago uma mensalidade a este jornal é, dentre outros motivos, pela possibilidade que tenho de me manifestar. Infelizmente em outros muitos pontos, este periódico deixou de ser diferente dos demais.”
O problema da qualidade dos comentários deve ser atribuído à Folha antes que se culpe o leitor. Se não é possível contar com o bom senso de todos, os espaços de interação do jornal deveriam estar sujeitos a mecanismos mais eficientes de moderação e de promoção do debate de qualidade. A questão, porém, é como fazê-lo.
Mais grave é constatar que mensagens desrespeitosas respingam também no Painel do Leitor, um espaço que, apesar de se nutrir dos comentários do site, passa por edição. Crítico frequente da seção de cartas, o leitor Paulo Bittar escreveu. “Após essa coluna de Mariliz, sou obrigado a lhes apontar que não fui só eu a lamentar as publicações de alguns leitores. Espero que entendam nosso recado. Digo isso em nome da civilidade e da honestidade intelectual. Além do respeito ao leitor sério”.
No começo da semana, outro leitor observou, a respeito da edição de 10 de março: “Incluir no Painel do Leitor carta que afirma ‘O traste está com um pé na cova…’, em referência ao presidente Lula (ou a qualquer cidadão), é dar espaço a pessoas que semeiam o ódio e se manifestam sempre de forma agressiva”, escreveu Simon Widman em mensagem à ombudsman. “Entendo que a Folha não tem controle ou responsabilidade sobre o que escrevem seus leitores, mas deveria ter critérios mínimos de civilidade para escolher quais serão publicadas.”
Há um custo alto para ampliar uma equipe de moderação qualificada, e a adoção de sistemas mais sofisticados também demanda investimento. Atualmente, já são frequentes queixas de mensagens enviadas para moderação e liberadas apenas quando o assunto “já esfriou” ou de conteúdo que consegue burlar esse sistema.
Diante de recursos limitados, porém, o jornal deveria optar por incrementar a moderação de comentários em vez de investir em reportagem? Parece difícil dizer que sim, considerando-se a atividade principal da Folha.
Mas a comunidade que se forma em torno dos comentários também não deveria ficar à míngua. É preciso dar valor à interação que acontece dentro do jornal –mandar os leitores embora do site para que comentem nas redes sociais não parece razoável.
O Manual da Redação, aliás, lembra que “o leitor é o principal interlocutor do jornalista e quem sustenta o jornal”.
Para tornar o ambiente melhor, de todo modo, contar com a própria comunidade é indispensável. O reforço ao ciclo de respeito envolve deixar ainda mais evidentes as regras de convivência nesse espaço, algo viável com os recursos já existentes.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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