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A investigação da ONU garantirá justiça aos manifestantes? – DW – 09/10/2024

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Uma equipa de investigação do Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ACNUDH) no Bangladesh tem vindo a recolher provas para estabelecer factos, identificar responsabilidades e fazer recomendações sobre alegadas violações dos direitos humanos durante uma onda de protestos que ocorreu no país durante julho e agosto.

As manifestações, inicialmente desencadeadas por uma polémica sistema de cotas para empregos públicoslogo se transformou em um movimento antigovernamental mais amplo.

Centenas de manifestantes foram mortos e milhares de feridos, numa das mais mortíferas repressões às manifestações na história do Bangladesh, com muitos estudantes baleados pelas forças de segurança leais à então primeira-ministra Sheikh Hasina.

Hasina renunciou e fugiu para Índia em 5 de agosto em meio à crescente agitação. Um governo interino liderado pelo ganhador do Nobel da Paz Maomé Yunusque inclui dois líderes estudantis em cargos seniores, agora dirige Bangladesh.

O escritório de direitos da ONU disse em um relatório preliminar no mês passado, havia “fortes indícios” de que as forças de segurança “usaram força desnecessária e desproporcional na sua resposta à situação”.

“As alegadas violações incluíam execuções extrajudiciais, prisões e detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e maus-tratos, e restrições severas ao exercício das liberdades de expressão e de reunião pacífica”, acrescentou.

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Investigação da ONU é um marco

Muitos especialistas consideram Uma sonda como um passo importante em direcção à responsabilização, no entanto, alguns advertem que não produzirá conclusões conclusivas sobre alegados crimes, uma vez que não está a conduzir uma investigação criminal.

A advogada de direitos humanos radicada em Dhaka, Sara Hossain, destacou a importância da investigação, observando que é a primeira vez que o ACNUDH está a produzir um relatório deste tipo sobre alegações de violações generalizadas dos direitos humanos no Bangladesh.

“Seu prazo cobrirá tanto as alegações relacionadas à repressão no contexto dos protestos… como as relativas às supostas represálias contra ex-membros do partido governante Liga Awami”, disse ela à DW.

“Dadas as profundas divisões na nossa sociedade e os esforços que estamos a assistir por parte de muitos grupos partidários para minimizar as violações que afectam os seus oponentes, é particularmente significativo que este relatório esteja a ser produzido pela ONU.”

Hossain acrescentou que o relatório ajudará a estabelecer um precedente para futuras investigações destinadas a proporcionar justiça e reparações às vítimas de violações dos direitos humanos.

Michael Kugelman, especialista no Sul da Ásia do Woodrow Wilson International Center for Scholars, com sede em Washington, acredita que a investigação é crítica.

“Dados os traumas que o país sofreu, é essencial que o público saiba que existe um processo para garantir a responsabilização – e especialmente porque muitas vezes não houve responsabilização pelos crimes do Estado”, disse ele à DW.

“A esse respeito, esperamos que esta investigação possa servir como um elemento dissuasor, dando aos futuros governos uma pausa antes de recorrerem a níveis flagrantes de repressão, pois saberiam que, ao contrário do passado, seriam responsabilizados.”

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Investigação enfrenta desafios

Embora a equipa de averiguação tenha entrevistado vítimas, agentes da lei, médicos e testemunhas, a ONU esclareceu que “não se trata de uma investigação criminal” e que funciona independentemente de qualquer processo de justiça nacional.

Hossain e Kugelman notaram esta limitação, sugerindo que a investigação poderá não revelar a extensão total das alegadas violações dos direitos humanos.

“Não será capaz de fazer conclusões conclusivas”, acrescentou Hossain, “uma vez que não está a utilizar o padrão de prova aplicável às investigações criminais, ou seja, ‘além de qualquer dúvida razoável’”.

Kugelman alertou que embora o governo interino possa cooperar, o antigo regime e os seus apoiantes podem não ser totalmente transparentes. Ele também destacou que a falta de autoridade legal da ONU enfraquece a sua influência.

“Há também o fator complicador de Sheikh Hasina: não está claro se Nova Délhi se sentiria confortável em fornecer acesso a ela para a investigação, e também não está claro se ela cooperaria”, disse Kugelman à DW, já que a Índia compartilhava laços estreitos com a administração de Hasina.

Famílias das vítimas céticas em relação à investigação da ONU

A DW conversou com familiares de dois estudantes falecidos, que afirmaram estar em contato com a equipe da ONU para ajudá-la na investigação.

Um deles, Mir Mahmudur Rahman Deepto, cujo irmão mais novo, Mir Mahfuzur Rahman “Mugdho”, um estudante de 25 anos, foi morto a tiros enquanto distribuía garrafas de água a manifestantes em Dhaka em 18 de julho, disse à DW que tinha apresentou algumas evidências à equipe da ONU em conexão com a morte de seu irmão.

Golam Nafiz
Golam Nafiz, um estudante de 17 anos, morreu baleado em 4 de agosto durante um protesto antigovernamental na capital de Bangladesh, DhakaImagem: Privado

“Não estou muito esperançoso com a equipe da ONU porque ela não está conduzindo uma investigação criminal. Ela apenas investiga violações dos direitos humanos. Eles não estão investigando casos criminais individuais”, disse Deepto à DW. “Sinto que eles ainda não compreenderam toda a extensão dos crimes cometidos durante o movimento de massas.”

Golam Rahman, pai do estudante Golam Nafiz, de 17 anos, que morreu baleado em 4 de agosto durante o protesto antigovernamental em Dhaka, disse à DW que tem estado em contacto com a equipa da ONU através do seu advogado.

“Queremos que os culpados enfrentem a justiça através de uma investigação justa por parte da ONU. Esperamos que eles consigam preparar um relatório completo sobre isso”, disse Rahman à DW.

Famílias querem esforços coordenados para garantir justiça

Rahman e Deepto querem que sejam apresentadas acusações de homicídio contra suspeitos específicos, observando que os casos contra indivíduos não identificados muitas vezes permanecem sem solução. Apelaram ao apoio local e da ONU na identificação dos culpados.

“Esperávamos que o governo interino conseguisse provas para evitar a sua destruição, mas isso não aconteceu”, disse Deepto à DW. Ele ainda não abriu o caso, mas espera que a investigação da ONU ajude a identificar o assassino de seu irmão usando imagens de CCTV.

“Não queremos abrir um processo contra suspeitos não identificados”, enfatizou.

Quando a equipa de averiguação concluir a sua investigação, o ACNUDH publicará um relatório sobre direitos humanos expondo as suas principais conclusões, conclusões e recomendações.

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Editado por: Keith Walker



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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