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A saída de Trump dos EUA da OMS é um ‘erro estratégico’ – DW – 21/01/2025

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O que você precisa saber

  • Donald Trump assinou uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde.
  • Os EUA são o maior contribuinte financeiro para a OMS, principalmente através de pagamentos voluntários aos seus programas preferidos.
  • Os especialistas manifestam preocupação com a capacidade dos EUA de resolver sozinhos os problemas de saúde globais.

Donald Trump puxou o Estados Unidos fora do QUEM em meio a um uma série de ordens executivas no primeiro dia de sua presidência.

Especialistas alertam que a medida terá um impacto severo na capacidade de ambas as partes de enfrentar surtos de doenças e outros problemas de saúde globais.

Uma resolução de longa data do Congresso que exige que o presidente avise com um ano de antecedência e pague quaisquer obrigações pendentes significa que a ordem não entrará em vigor até janeiro de 2026.

Na sua ordem, Trump instruiu os EUA a “pausar a futura transferência de quaisquer fundos, apoio ou recursos do Governo dos Estados Unidos para a OMS”.

Os EUA são a maior fonte de financiamento da OMS

A retirada dos EUA da OMS é um grande golpe para o orçamento da organização e para a sua capacidade de coordenar programas e políticas internacionais de saúde.

A OMS é uma agência das Nações Unidas actualmente composta por 196 países membros, que pagam à organização através de “contribuições fixas” – efectivamente uma taxa de adesão – com base no PIB e nos números da população num ciclo de financiamento de dois anos.

Os EUA são responsáveis ​​por quase um quarto destes fundos, à frente da China, do Japão e da Alemanha.

As nações também podem fazer contribuições voluntárias, o que os EUA fazem. No ciclo actual, os EUA já contribuíram com quase mil milhões de dólares para o orçamento da OMS.

Cerca de metade do financiamento da OMS provém de organizações não governamentais. Por exemplo, a Fundação Bill & Melinda Gates doa centenas de milhões, tornando-se o segundo maior contribuinte global.

As contribuições dirigidas pelos doadores ou “especificadas” — em que o doador determina como e onde o dinheiro é utilizado — representam mais de 70% do orçamento total.

Isto representa um problema estrutural profundo para o funcionamento da OMS, de acordo com Gian Luca Burci, um antigo advogado da OMS que agora trabalha como especialista em direito da saúde global no Instituto de Pós-Graduação de Genebra.

“Os doadores impõem muitas restrições, por isso a OMS torna-se muito orientada para os doadores”, disse Burci à DW. “Os EUA ganham bastante em termos de retorno com relativamente pouco dinheiro.”

“Há muitas questões às quais os EUA atribuem muita importância, independentemente de quem ocupa a Casa Branca”, acrescentou Burci, “em particular sobre emergências de saúde, sobre pandemias, sobre surtos de doenças, mas também sobre a obtenção de dados sobre o que acontece dentro de (outros) países.”

A perda do seu principal contribuinte financeiro deixa a OMS com poucas opções para compensar o défice. Ou outros Estados-Membros terão de aumentar o seu financiamento ou o orçamento da OMS terá de ser reduzido.

Sair da OMS também prejudicaria os EUA

A relação entre a OMS e Donald Trump começou a deteriorar-se em 2020quando acusou a OMS de ser uma “fantoche do China”Durante sua resposta ao COVID-19.

Ao assinar a sua ordem executiva, Trump criticou novamente as “baixas contribuições” da China, dizendo que “a Saúde Mundial nos enganou”. Embora a China seja o segundo maior contribuinte em termos de pagamentos fixos, as suas contribuições voluntárias são de apenas 28 milhões de dólares neste ciclo, em comparação com 697,9 milhões de dólares dos EUA.

“Ele continua a criticar a China e diz que a OMS está no bolso da China, que a China a influencia”, disse Lawrence Gostin, professor de direito da saúde global e diretor do Centro Colaborador da OMS sobre Direito de Saúde Pública e Direitos Humanos em Georgetown. Universidade, EUA.

Gostin disse que sair da OMS seria um “objetivo próprio” para os EUA e aconteceria à custa da “enorme influência” que o país tem na saúde global.

“Penso que seria profundamente adverso aos interesses de segurança nacional dos EUA. Abriria a porta à Federação Russa, à China e a outros. Isso também pode ser verdade com o BRICS: África do Sul, Índia, México”, disse Gostin à DW.

Será que a “América em Primeiro Lugar” poderá proteger-se dos desafios globais de saúde?

Trump ordenou ao seu governo que identifique “os Estados Unidos e parceiros internacionais credíveis e transparentes para assumir as atividades necessárias anteriormente realizadas pela OMS”.

Ao mesmo tempo, é provável que a nova administração acabe com a Estratégia Global de Segurança Sanitária da era Biden, destinada a monitorizar e proteger contra ameaças de doenças infecciosas.

“Há muitas coisas que os Estados Unidos podem fazer sozinhos, mas impedir que novos agentes patogénicos atravessem as nossas fronteiras simplesmente não é uma delas”, disse Gostin.

Ele aponta para as preocupações actuais em torno da gripe aviária H5N1 nos EUA: “Não teremos acesso à informação científica de que necessitamos para podermos combater isto porque a gripe aviária é um agente patogénico que circula globalmente”.

A bandeira da OMS sopra ao vento em frente a um arranha-céu
Será que a OMS terá de sobreviver sem o dinheiro dos EUA?Imagem: Fabrice Coffrini/AFP

Ameaça pode forçar mais mudanças e vitória dos EUA

A retirada dos EUA da OMS por Trump transforma a relação EUA-OMS – por enquanto.

Burci tem a mente aberta sobre como poderá ser uma relação futura, sugerindo que os EUA poderiam financiar selectivamente os programas da OMS com os quais tenham alinhamento ideológico.

Trump também se apresenta como um presidente negociador e poderá usar a retirada como um bastão para forçar reformas aprovadas pelos EUA em Genebra.

O desempenho da OMS há muito tempo é criticadoe não apenas pelos EUA. No entanto, Gostin observa que algumas reformas começaram na sequência da forma como lidou com a COVID-19.

Embora a “agenda de transformação” da OMS também esteja em vigor há quase oito anos, Trump poderá ser capaz de promover mudanças mais fortes.

Gostin preferiria ver Trump envolver o seu negociador do que uma personalidade isolacionista nas suas negociações com a OMS.

“Ele poderia fazer um acordo com a OMS para torná-la uma organização melhor, mais resiliente, mais responsável e transparente, o que seria vantajoso para os Estados Unidos, para a OMS e para o mundo”, disse Gostin.

Editado por: Fred Schwaller

Este artigo foi atualizado após a decisão de Donald Trump de se retirar da OMS em 20 de janeiro de 2025.



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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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