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Aniversário de São Paulo: maioria mudaria, se pudesse – 27/01/2025 – Jorge Abrahão
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Quase sete em cada dez moradores dizem que deixariam a cidade de São Paulo se pudessem. Por que a cidade mais rica do país e que oferece tantas oportunidades, conhecimento e cultura é reprovada pela grande maioria da população? Provavelmente porque os problemas estruturantes são maiores do que os benefícios oferecidos. Em síntese, as tensões superam os prazeres.
Em São Paulo, a oferta de trabalho é ofuscada pela insegurança, problema apontado como o mais grave por três em cada quatro moradores. A espera de 78 dias na média para uma consulta com um especialista faz esquecer os shows oferecidos. E o tempo médio gasto no trânsito, de duas horas e meia por dia, reduz as possibilidades de encontros, lazer e acesso a cultura. São dados da pesquisa de Qualidade de Vida em São Paulo, lançada nesta semana pelo IPEC, Instituto Cidades Sustentáveis e Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Sesc.
Os maiores problemas apontados são segurança, saúde e transporte coletivo, nesta ordem. Em relação a avaliação da qualidade de vida, a população está dividida: piorou para quase um terço e melhorou para outro terço dos moradores.
A verdade é que para enfrentar em escala os problemas, somente através da política. Mas o problema é que a pesquisa mostra o enorme distanciamento da população da política. Dois em cada três eleitores não se recordam em quem votaram para deputado federal e senador nas eleições de 2022. A memória é fraca para a política, talvez como uma reciprocidade inconsciente da população cansada de esperar por melhorias que não se concretizam: preferem esquecer.
Dois terços declaram não querer participar da vida política da cidade, o que é chave para uma mudança. Mas um terço quer. Por isso, ocorreu no Theatro Municipal a cerimônia de posse de 591 conselheiros e conselheiras do Conselho Participativo Municipal (CPM). Um importante passo para a participação social na cidade. O próximo será o de valorizar e dar mais poder aos CPMs, pois uma cidade com as dimensões de São Paulo não resolverá seus problemas se não estabelecer processos participativos eficientes. A alternativa é continuar enxugando gelo e os mapas de desigualdades da cidade não enganam: em 2006 a diferença da idade média ao morrer entre dois distritos, um rico e um pobre, era de 24 anos. Hoje, passados 18 anos, a diferença é a mesma.
As questões ambientais foram apontadas por uma em cada dez pessoas como o maior problema da cidade. Percebe-se um crescimento da consciência da população em relação aos impactos da mudança climática. Os trágicos eventos ocorridos no Rio Grande do Sul combinados com a histórica seca do norte despertam temores e consciência nas pessoas. O forte impacto das chuvas desta sexta-feira (24) em São Paulo evidenciam que a cidade não está preparada para eventos extremos e deve priorizar sobretudo ações para proteger as 71 mil pessoas que moram em áreas de risco na cidade.
São enormes os desafios de uma cidade com as dimensões de São Paulo, mas uma coisa é certa: somente uma mudança de prioridade de investimentos combinada com uma efetiva descentralização política pode trazer esperanças para as transformações estruturantes que a cidade necessita.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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2 dias atrásem
4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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6 dias atrásem
31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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