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Astronautas presos no espaço negam decisão política – 04/03/2025 – Ciência
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Salvador Nogueira
A Nasa realizou nesta terça-feira (4) uma entrevista coletiva com Butch Wilmore e Suni Williams, dupla de astronautas que teve sua estadia na Estação Espacial Internacional (ISS) estendida de oito dias para meses, depois de problemas com a cápsula Starliner, da Boeing, que os levou ao espaço, em 5 de junho do ano passado. Segundo os dois, a decisão de mantê-los todo esse tempo em órbita foi estritamente técnica.
“Do nosso ponto de vista, política não teve nenhum papel”, disse Wilmore. “Para nós foi meio como uma transição suave [entre a missão original, de curta duração, e a incorporação à Expedição 72, como parte da tripulação fixa da estação].”
A declaração se contrapõe a uma afirmação recente de Elon Musk, dono da empresa SpaceX e conselheiro de primeira hora do presidente Donald Trump. Ele disse em sua rede social X (antigo Twitter) que a gestão Biden havia mantido os astronautas na ISS por razões políticas.
Apesar da negação, os tripulantes tiveram cuidado em não antagonizar com as atuais lideranças americanas. “Ouvimos algumas coisas por aqui, temos todos o máximo respeito por Elon Musk e respeito e admiração pelo nosso presidente, Donald Trump”, comentou Wilmore. “O que eles disseram faz parte da política. Nós vivemos um dia a dia aqui que eles podem não conhecer, e eles vivem um dia a dia lá que nós não conhecemos. Nós apoiamos nossos líderes.”
A entrevista coletiva, que chegou a ser adiada pela Nasa em uma semana, após duas polêmicas criadas pela dupla Trump-Musk, primeiro com ambos transmitindo a ideia de que Wilmore e Williams haviam sido abandonados à própria sorte pela gestão anterior, e depois com Musk sugerindo que o projeto da ISS deveria ser encerrado o quanto antes, possivelmente em 2027. Atualmente, há acordo entre os parceiros internacionais para manter o complexo orbital funcionando até 2030.
A percepção de Suni Williams é a de que esse seria um erro. “Estivemos por aqui desde o começo [do projeto da ISS], Butch e eu [ambos estão em seu terceiro voo espacial], nós vimos a estação crescer de um par de módulos para este incrível laboratório, e fiquei impressionada com o tanto de ciência que está sendo feito aqui, é incrível”, disse a astronauta. “Estamos no nosso auge agora. Temos eletricidade, instalações. Provavelmente agora não é a hora de dizer ‘acabamos’. Temos até 2030.”
Como se não bastasse, uma terceira polêmica política virou assunto também durante o contato de meia hora entre a imprensa e os astronautas em órbita. Uma das perguntas foi sobre a declaração recente de Janet Petro, administradora interina da Nasa apontada pela administração Trump, que ao comentar o pouso lunar do módulo Blue Ghost, da empresa texana Firefly, no último domingo (2), afirmou que a iniciativa tinha a ver com “manter a América em primeiro lugar”, slogan governamental que contrasta com o discurso histórico da Nasa, agência espacial civil que diz explorar o espaço promovendo cooperação internacional e em benefício de toda a humanidade.
A resposta veio de Nick Hague, comandante da missão Crew-9, que retornará à Terra com Butch e Suni ao final do mês, com a conclusão da Expedição 72. Ele manteve o discurso usual. “A ISS serve como exemplo de como trabalhar no âmbito internacional e realizar mais do que teríamos feito sozinhos”, disse. “Conforme avançamos, é uma lição que levamos, fazendo coisas boas, descobrindo coisas, pela humanidade.”
Na sequência, veio outra pergunta sobre a polêmica com Musk, que chegou a declarar que a SpaceX ofereceu à gestão anterior a possibilidade de lançar uma cápsula para trazer os astronautas mais cedo, e a oferta foi recusada. “Só posso dizer que o que Musk disse é factual”, respondeu Wilmore. “Não sabemos [se aconteceu], é uma informação que não temos.”
Em seguida veio uma incomum intervenção do departamento de comunicação da Nasa instruindo os jornalistas a concentrarem o restante das perguntas na missão, evitando esse assunto, com a promessa de indicar um especialista pertinente para responder a respeito.
Ao final, os astronautas se disseram felizes com sua longa estadia no espaço, mas as coisas não são tão simples para suas famílias. “É uma montanha-russa para eles, um pouco mais do que para nós. Nós estamos fazendo o que fomos treinados para fazer. Mas, para eles, a parte mais difícil é não saber quando voltaríamos.”
Agora, eles já têm uma boa noção. Deve acontecer até o final deste mês. “Tenho dois labradores, que ficarão felizes quando a mamãe voltar”, comentou Suni, ao mostrar a pata de um dos cães tatuada em seu braço. A astronauta veterana não gosta de pensar que essa pode ter sido sua última viagem ao espaço. “Não me lembre que pode ser meu último voo. Tento não pensar muito nisso.”
Ao serem perguntados sobre seus próximos planos, a despeito de terem três voos cada um, os astronautas parecem estar ansiosos para mais. “Vamos para a Lua e para Marte. Esse é o meu plano”, disse Wilmore.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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